ATUALIZADA* – Proibição de chicote, exigência porcentual mínimo, na média final das provas, e condições específicas para sagrar-se campeão ou vice. Estas são algumas das normas que ditam o Campeonato Brasileiro (CBA) e a Taça Brasil (TB) de Adestramento. Para facilitar o entendimento e disseminar conhecimento, destacamos algumas regras que regem as competições.
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Neste ano, o Campeonato Brasileiro está dividido em dois eventos. Na segunda semana de outubro, ocorrem as provas da Taça Brasil para pônei e as séries elementar, preliminar, média 1, média 2 e forte 1 para todos os profissionais, além do CBA de amadores, minimirim, mirim, júnior, jovens cavaleiros e categoria aberta. Concomitantemente, será realizado um concurso nacional para séries small, medium e big tours, e cavalos novos.
As provas começam dia 9/10, quarta, com a inspeção veterinária. Confira abaixo algumas dicas e lembre-se de sempre consultar o regulamento da Confederação Brasileira de Hipismo.
Porcentual mínimo — Para sagrar-se campeão ou vice é preciso, além de completar todas as provas, atingir um porcentual médio mínimo. Para o título de Campeão Brasileiro Sênior e Sênior Top (ou seja, small tour, medium tour e big tour), esse mínimo é de 65% para campeão e 64% para vice-campeão. Para o Campeonato Brasileiro de Cavalos Novos, o mínimo deverá ser de 7,0 para campeão e 6,5 para vice-campeão. Para as demais categorias do CBA e da Taça Brasil, o que inclui os amadores, mirins, profissionais etc., porcentual mínimo para o campeão será de 61% e para vice-campeão, 60%.
Freestyle — Somente poderá disputar a prova estilo livre com música o conjunto que tiver alcançado pelo menos 60% na prova do dia anterior (qualificatória). Se o atleta se classificar com dois animais para uma prova freestyle ou para qualquer prova que seja considerada uma prova final, onde a participação é de apenas um cavalo, o competidor deverá escolher com qual cavalo irá participar.
Número de cavalos e premiação — Um mesmo cavaleiro poderá disputar as provas do CBA e TB com até três cavalos, menos para a série de cavalos novos, na qual não há limite de cavalos por cavaleiro. No entanto, um mesmo cavaleiro não poderá acumular mais de um título de Campeonato Brasileiro, exceto para o Campeonato Brasileiro de Cavalos Novos. Já, na categoria profissional, um mesmo cavaleiro poderá acumular mais de um título da Taça Brasil, independentemente, de sagrar-se campeão no Campeonato Brasileiro da sua categoria.
Além disso, um mesmo cavaleiro não poderá ser proclamado campeão e vice-campeão brasileiro — quando isso acontecer, caberá ao terceiro classificado o título de vice. O regulamento detalha que um mesmo cavaleiro poderá inscrever-se em mais de uma categoria ou série distintas em um mesmo ano, mas não poderá sagrar-se campeão e/ou vice-campeão em duas categorias distintas. Deverá optar, até a reunião de chefes de equipe, em qual das categorias disputará o título, com exceção ao Campeonato Brasileiro de Cavalos Novos.
Chicote — No CBA e na TB, o chicote na arena da prova e na área em volta da pista da prova está proibido. Mas ele pode ser usado no aquecimento e na premiação montada desde que meça até 1 metro.
Circulação de animais — Os cavalos não podem sair do recinto das cocheiras, da área de competição e das áreas supervisionadas por comissários a não ser com conhecimento e autorização de um oficial do evento ou veterinário agindo pelo bem-estar do animal. O presidente do júri deverá ser avisado.
Número de identificação — Além disso, é preciso portar o número de identificação do cavalo, que é entregue após a inspeção veterinária. Ele pode ser colocado na cabeçada ou manta, enquanto estiver sendo trabalhado, e no cabresto quando sendo puxado ao passo, na ducha, secando etc. O número serve para os oficiais do concurso identificarem o animal a qualquer momento, por isso, precisa ficar visível. O não uso acarreta, inicialmente, em uma advertência e, em caso de reincidência, uma penalidade é imposta ao competidor pelo Júri de Campo.
Trabalho dos cavalos — O regulamento da CBH estipula que os cavalos competindo não podem ser trabalhados por nenhuma outra pessoa, senão o competidor, no próprio local do evento ou fora dele, depois das 18 horas do dia que antecede à primeira prova do concurso e durante toda a duração do mesmo. Mas há exceções: nas séries minimirim, mirim e elementar amador, os competidores podem ter seus cavalos montados por outra pessoa até duas horas antes do evento, desde que acompanhado por um comissário. Os cavalos podem ser passeados com rédeas longas por um tratador ou serem trabalhados à guia por qualquer outra pessoa que não o concorrente. Em nenhuma circunstância será autorizado o trabalho dos cavalos nas cocheiras.
A CBH esclareceu a este noticiário que, como o Campeonato Brasileiro de amadores começa apenas no fim de semana, os cavalos podem ser trabalhados por outrem até as 18 horas de sexta (11/10). Em 2024, o vet check ocorre na quarta e, na quinta, começa a Taça Brasil que é para profissionais.
Embocaduras — Importante, antes de ir à prova, ler no regulamento quais embocaduras são permitidas e proibidas. Também atente-se à colocação dos equipamentos — muitos bridões tem lado (esquerdo e direito) e eles precisam estar posicionados corretamente. Desde o início de 2023, o freio-bridão está proibido para competidores das séries elementar nas categorias amador, minimirim e aberta; pônei escola; FEI children e preliminar mirim e profissional. O pelham está proibido para a categoria sênior profissional em todos os casos.
Ficou na dúvida se seu equipamento segue as regras? Não tenha vergonha e pergunte a um dos comissários do CBA e TB se está dentro do permitido pelo regulamento. Essa checagem deve ser feita logo após a inspeção veterinária antes de montar.
Tempo — Após o toque de sino, o atleta tem até 45 segundos para entrar em A pela linha do meio do picadeiro. Não entrar na pista após 45 segundos depois do sino ter sido tocado, mas dentro dos 90 segundos após o sino, acarreta em penalidade. Não entrar no picadeiro dentro de 90 segundos após o toque do sino leva à eliminação, exceto quando existe uma razão válida informada ao juiz em C (como perder a ferradura). Nas reprises estilo livre, o atleta tem 45 segundos para sinalizar o início da música e deve entrar no picadeiro em até 30 segundos de música iniciada.
Ligas e protetores — Podem ser usados no aquecimento, mas devem ser retirados antes mesmo de o cavalo adentrar à área da competição. O conjunto que der a volta no picadeiro com tais materiais é penalizado.
Manta — Deve ser branca e pode conter algum detalhe como cor contrastante ou brilho na costura. Mantas coloridas ou listradas não são permitidas. Protetor de rim é opcional.
Uniforme — São obrigatórios os usos de casaca ou fraque (este último a partir da forte 2) preto, azul escuro ou outra cor (casacas podem ser coloridas!). O uso da casaca não é obrigatório para minimirim e nem para elementar amador. A casaca ou fraque não pode ser estampado ou listrado, entretanto, poderá ter uma cor diferente na gola ou detalhes com brilho. A casaca ou fraque verde é de uso exclusivo dos cavaleiros que fizeram parte das equipes do Brasil.
O capacete deve ser preto ou de cor escura. O culote precisa ser branco ou marfim (autorizado jodpur ou culote bege claro para minimirim) e o plastron ou gravata pode ser branco ou marfim. As luvas podem ser brancas, marfim ou da mesma cor da casaca. As botas pretas devem ser de couro ou de cor escura, sendo a bota de borracha, assim como a bota preta com faixa marrom, autorizada nas categorias pônei escola, minimirim, mirim e sênior amador na elementar e preliminar. O uso de esporas é opcional e, quando usadas, devem seguir o regulamento.
Sangramento — Sangue fresco (sangrando) em qualquer parte do corpo, durante a reprise, é motivo de eliminação. Neste caso, o juiz em C deve imediatamente parar a prova para verificar se o cavalo está sangrando. Se o cavalo estiver com sangue fresco será eliminado. Não há apelação para essa eliminação. Se o juiz examinar o cavalo e verificar que não há sangue fresco, ele pode continuar sua reprise.
Após a execução da reprise, se o comissário encontrar sangue fresco na boca ou região da espora durante o exame de arreamento, ele informará o juiz em C, que eliminará o conjunto. Mas, se o sangue fresco for em qualquer outra parte do cavalo (que não a boca e área da espora), durante o exame de arreamento depois da prova, o conjunto não está automaticamente eliminado. O comissário-chefe informará o juiz em C se o cavalo tem condições de competir nas próximas provas do evento e o juiz em C tomará a decisão, seguindo o aconselhamento do veterinário do evento. Se o juiz em C decidir que não tem condições de continuar na competição, o cavalo não será autorizado a participar em nenhuma outra prova do evento, mas o resultado obtido pelo conjunto em provas anteriores que foram completadas será mantido.
Eliminação — Além de sangue, outros motivos eliminam o conjunto, tais como manqueira, qualquer defesa/resistência que impeça o prosseguimento da reprise durante mais de 20 segundos, queda, cavalo sair completamente da pista durante a execução de uma prova, ajuda externa, cavalo e cavaleiro não estarem capacitados a preencher as exigências do nível e abuso do cavalo.
* Matéria atualizada para inserção de informações.


