Copa Orlando Facada 2023 marcada por mais atletas do salto ingressando no adestramento

Foi uma manhã chuvosa no Clube Hípico de Santo Amaro, quando os conjuntos disputaram a sétima e última etapa da Copa Orlando Facada, que teve o encerramento da temporada 2023 adiantado. O ano foi marcado por um aumento no número de participantes e atletas de salto ingressando na modalidade. “2023 foi muito bom aqui para o clube. A gente voltou a fazer os internacionais, tivemos cavalos muito importantes circulando nas nossas pistas, além de cavaleiros amadores e manèges que não participavam e começaram a participar. Então, este ano foi uma boa indicação de que o adestramento está crescendo e chamando mais atenção, mais praticantes. Vemos um futuro brilhante”, ressaltou a diretora de adestramento do CHSA, Ana Carolina Chemin Ribeiro Parreira.

De fato, mais atletas de salto se engajaram na Copa Orlando Facada, como foi o caso de Carina Trigueiro Borba (foto que ilustra a matéria) que pratica salto e estreou no adestramento neste ano. Sócia do CHSA, Carina Borga monta desde criança e começou, em 2023, a praticar o adestramento. “Sempre saltei, mas sempre gostei muito de trabalhar o cavalo, de entender mais o trabalho de solo. Minha égua, de criação minha, a Augustina CTB, tem uma artrose no curvilhão e decidimos não saltar mais ela. Mas eu não queria parar de montar, então, fui para o adestramento e está sendo muito desafiador”, contou.

A dupla estreou na elementar aberta e Carina disse que se surpreendeu com a modalidade. “A parte técnica é o que eu mais gosto, é muito detalhe, muita coisa para pensar. Eu olhava as provas de adestramento e pensava ‘nossa que monótono’, mas isso até eu começar a fazer mesmo, porque são muitos detalhes que você tem de se preparar. Vejo resultado no salto também”, ponderou. A amazona, que segue saltando, mas com outra égua, contou que o adestramento a tem ajudado a saltar, principalmente, na postura e a lidar com as reações e ter sensibilidade e técnica para lidar com as adversidades nas provas.

Carina Borga e Augustina CTB começaram a disputar as provas da Copa Orlando Facada em março e, até a quinta etapa, os resultados parciais apontavam que o conjunto estava na briga pelo vice-campeonato. E não parou aí: a amazona também competiu o Campeonato Paulista, da FPH, quando o conjunto terminou em quarto na concorrida elementar aberta que teve nove concorrentes. Para o ano que vem, a amazona vai avaliar se a condição médica da égua permite subir para preliminar “para encarar novos desafios”.

Depois de 30 anos saltando
Também oriundo do salto, Ivan dos Santos Abrão, que é vice-presidente do CHSA, salta há mais de 30 anos e, há 1,5 ano, decidiu estrear no adestramento. Ele competiu a temporada 2023 com Cartino Hcruz na média 1 aberta — e liderava a Copa até a quinta etapa. “Eu estou encantando; é muito gostoso, muito legal. E eu tenho um trabalho, mesmo quando eu não fazia adestramento, de desenvolver a modalidade dentro do clube. Então, eu sempre participei de uma maneira indireta”, contou. “Estou muito satisfeito em ver que a nossa Copa Orlando Facada, o Ranking da Paulista e as provas estaduais, nacionais e internacionais estão sendo cada vez mais prestigiadas”, acrescentou.

O VP do CHSA avaliou que houve um aumento no número de participantes e com os concorrentes mais interessados. “Incluímos o adestramento na nossa premiação anual aqui do CHSA, então, eu acho que as pessoas estão muito mais motivadas a participar.”

Para o ano que vem, o Ivan cavaleiro quer buscar um cavalo de adestramento, porque o Cartino Hcruz é do salto. “Vou continuar fazendo, claro, mas o meu interesse maior é que a gente tenha cada vez mais as provas movimentadas e que a gente consiga manter este clima bacana que tem no adestramento que é de muito mais camaradagem entre os participantes do que é no salto. Isso me surpreendeu!”, concluiu.

“Para 2024, o clube está aberto para internacionais, cursos de juízes e também pretendo fazer ações direcionadas às pessoas que estão começando a participar. Também acho que ano que vem será de ascensão do esporte”, apontou Carol Chemin.

Modalidades que se completam
Simone de Angelis Paisani monta há uns 30 anos e leva dez anos sendo aluna da escola de equitação do Clube Hípico de Santo Amaro. Praticante do adestramento e também do salto, ela é categórica: uma se completa com a outra. Neste ano, Simone Paisani fez a temporada disputando a preliminar escola montando Herói e Romanceira. “Monto cavalos diferentes. Tenho trabalhado bastante e com bons resultados os três cavalos que eu monto”, contou.

Falando sobre participar das provas, ela contou que o que mais gosta é o aprendizado. “Gosto também de trocar de cavalos, do conjunto, porque eu sou mais do trabalho, gosto de formar os cavalos, então, acho que a gente aprende com cada um deles, é sempre uma novidade. Essa é a proposta que acaba vindo para prova e tendo resultados”, destacou. O lado ruim da troca de cavalos é que Simone acabou ficando fora da Copa, porque fez as etapas com diferentes animais. “Para mim, cada etapa para mim já é um ganho. Pode ser que no ano que vem me concentre em um conjunto só para concorrer”, disse.

Com a subtração de uma etapa, os conjuntos tiveram de somar, obrigatoriamente, os três melhores resultados — e não mais quatro. Entenda aqui o que mudou. Reveja as apresentações:

Foto: arquivo pessoal / crédito: Jéssica Forgach Serwaczak

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