Natacha Waddell: “Cada movimento que não se capricha tem consequência imediata no próximo”

Prestar atenção aos cantos, ao desenho das figuras, à impulsão e à marcação das transições foram alguns dos apontamentos feitos por Natacha Waddell ao analisar vídeos das provas do Desafio Brasil edição São Paulo, no último sábado (20/9), no Centro Hípico de Tatuí. Neste ano, ela foi designada como juíza em C para viajar aos diversos Estados participantes julgando a competição promovida pela Confederação Brasileira de Hipismo. “Cada movimento que não se capricha tem consequência imediata no próximo”, destacou.

>>> COBERTURA ESPECIAL DO DESAFIO BRASIL-SP / CAN <<<

A juíza voltou a reforçar a necessidade de se fazer os cantos. “Depois de cada canto, vem um movimento e, se não entra no canto, o cavalo já sai com mais dificuldade para o movimento, por exemplo, espádua a dentro, porque, se não faz o canto, tem de restabelecer o equilíbrio antes para começar o movimento”, explicou.

Também lembrou que, na execução de círculos, os cantos não devem — por exemplo, ao começar um círculo em C, o canto imediatamente anterior deve ser feito, mas os dois subsequentes não, até o término do círculo novamente em C.

Além disso, é preciso se atentar ao desenho. “A partir do momento que o círculo não está totalmente redondo você muda a encurvatura do cavalo e, com isso, você modifica o equilíbrio dele. A geometria do círculo é importante; não se pode fazer um círculo batata, porque tira o cavalo do equilíbrio dele e tira a retidão que ele tem de ter no círculo. O posterior tem de pisar na marca do anterior e isso se chama retidão — manter a mesma trilha”, frisou Waddell.

Outra observação foi com relação a cavalos “pendurados” nas mãos dos ginetes. “Isso acontece, porque o posterior não entrou; eles se penduram e abrem a boca”, assinalou. Para resolver isso, Waddell recomendou fazer mudanças dentro da mesma andadura e meias-paradas. “Mas meia-parada não é tranco na boca do cavalo; e, sim, uma ação conjunta do assento, pernas e, por final, as mãos”, ensinou. “Tem de entrar com posterior para aliviar a frente”, frisou.

Falando especificamente sobre a média 2, que teve sete conjuntos — cinco profissionais e dois juniores — na edição de São Paulo do Desafio Brasil, Waddell apontou que se espera ver mais engajamento e transições definidas na série. “Na média 2, as notas de transição são separadas, porque não é mais alongar a andadura e não é mais uma coisa progressiva. Tem de marcar a transição, mostrando diferença na moldura e no engajamento; o cavalo volta e senta.”



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patrocínio da Coudelaria do Castanheiro.

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