Preliminar aberta e São Jorge são as mais concorridas na Copa Orlando Facada

Foram 54 conjuntos disputando em duas pistas na quarta etapa da Copa CHSA Orlando Facada, realizada no último dia 5 de agosto. Destaques para as séries mais concorridas — a preliminar aberta, com 11 conjuntos, e forte dois sênior, com nove — e para o número de concorrentes de fora do clube que prestigiaram a prova. “A Copa Orlando Facada é hoje uma realidade incontestável. O CHSA, na gestão de Kiko Mari e Carol Chemin, tem mostrado interesse muito grande pelo adestramento, realizando CDIs e investindo na Copa. A gente fica muito feliz com tudo isso, porque fomenta o esporte”, apontou Lindinha Macedo, diretora de adestramento da FPH.

Lindinha Macedo optou por julgar a pista dois, onde se apresentaram os conjuntos de iniciante, elementar e preliminar. “Eu gosto bastante de ver os cavaleiros quando estão realmente buscando o caminho para poder chegar a um resultado que alegre toda aquela dedicação que o adestramento exige. Então, eu fiquei muito feliz, achei que, de uma forma geral, os cavaleiros estão procurando melhorar”, assinalou a juíza.

Questionada sobre que conselho daria aos participantes, Macedo ressaltou a necessidade do bom trato ao cavalo, de contar com um bom treinador, de não extenuar o cavalo e de estudar a reprise.

“É saber exatamente onde o seu cavalo pode ter uma performance melhor, onde você vai ter de trabalhar mais, onde você acha que ele não tem um desempenho que possa te reverter em bons resultados. Eu acho que o estudo da reprise é fundamental para o cavaleiro, além do uso dos cantos e da execução de cada movimento. Saber os tempos do galope, do trote e do passo também auxilia demais o cavaleiro na performance na execução das figuras de uma prova”, indicou.

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Estreia com vitória na série mais concorrida
Vencedora da preliminar aberta com P-Único do Vouga, Serena Van Parys Prada Piergili contou que gostou bastante da primeira prova deles juntos. “O P-Único levou um susto no começo da prova fazendo a gente perder alguns pontos nas duas primeiras figuras, mas ele se recuperou super rápido e o resto da reprise foi bem legal. Saí feliz da pista com o sentimento de que ainda podemos melhorar muita coisa. Há algum tempo venho competindo sozinha, já que não existem muitas pessoas na minha categoria, então, foi muito gratificante vencer uma prova tão disputada com competidores fortes, experientes e bons cavalos”, disse a atleta de 17 anos, que vinha disputando a júnior com Nobelis.

“A reprise com o Nobelis foi bem dentro do que eu estava esperando. Fazia muito tempo que eu não competia com ele, então, fiquei feliz com o resultado. Nossas mudanças saíram limpas e ele estava bem relaxado, mas vamos trabalhar mais nas encurvaturas dos movimentos laterais e em uma reprise com mais energia”, avaliou Serena, que é aluna da Pia Aragão e monta o Nobelis desde que começou a ter aulas com em 2018, tendo evoluído da elementar à média dois.

“Conheci o adestramento em 2018 com a Pia, que me iniciou com pôneis pequenos e, gradativamente, fui evoluindo para pôneis maiores (Nobelis) até chegar em cavalos. O treinamento no Adestramento Por do Sol é muito especial; por que vai bem além de aprender a montar. Lá aprendemos de fato o manejo dos cavalos, participando de todos os cuidados com os cavalos, desde o início”, destacou.

“O Nobelis foi responsável por me ensinar toda a base do adestramento, para que em 2021 eu pudesse tomar as rédeas da minha égua Formosa enquanto o Nobelis era professor de outras pessoas. Esse ano seria o meu ano de júnior com a Formosa, mas ela teve uma lesão que a impediu de competir e, com o auxílio da Pia, voltei ao meu trabalho com o Nobelis para competir na categoria júnior do Campeonato Brasileiro”, contou. Já o conjunto com o P-Único se formou há apenas duas semanas e o plano inclui participar do CAN no CHSA e depois do Campeonato Brasileiro na preliminar aberta.

Em campanha
Na média dois profissional, Isabela do Valle Arenzon, representando o Clube Hípico de Santo Amaro, vem fazendo campanha com o lusitano Protécnica Luar dos Diamantes, tendo participado de três das quatro etapas até o momento da Copa Orlando Facada e ocupando a liderança (confira a parcial). Ela explicou que ainda está definindo as provas do segundo semestre, pois o principal é fazer tudo com calma, visando ao objetivo de que o cavalo se torne confiante, relaxado e com uma boa base.

“Ele é excepcional, pois é extremamente fino, quente, sensível e inteligente. Por ele ser um cavalo diferenciado, precisei refletir e estudar muito o que eu poderia fazer para que ele pudesse desenvolver todo seu potencial. Eu tive que aprimorar meu trabalho de horsemanship, fazer ele ver que podia confiar em mim, tanto no trabalho de chão quanto montado. Isso fez muita diferença. Também trabalhei muito com ele no exterior, em ambientes diferentes”, detalhou Arenzon.

Sobre a parte de adestramento, a treinadora explicou que optou por fortalecer a base sem pressa, em vez de avançar muito rápido nos movimentos. “Eu senti que ele ia se desenvolver melhor lá na frente, se eu tivesse essa paciência agora. Com isso feito eu estou começando a avançar o trabalho e, aos poucos, vou começar a explorar mais os andamentos e a expressividade dele. Os proprietários, a Coudelaria Vila de Sagres, foram realmente grandes parceiros nesse processo pois confiaram em mim e no meu feeling e me deram liberdade de poder fazer esse trabalho com ele com calma.”

Importância de disputar provas da Copa
Tanto para quem “é da casa” quanto para os convidados, participar de rankings internos das hípicas é uma maneira de testar conhecimentos. O juiz Márcio Camargo apontaou que os atletas devem aproveitar estas provas de ranking para treinar para campeonatos maiores, como o brasileiro e o paulista. “Até mesmo para CDIs é muito importante participar, porque treino é treino e prova é prova”, sinalizou.

Um exemplo disso também foi a quantidade de conjuntos na forte dois sênior, uma sinalização, segundo Camargo, de que os cavaleiros estão preparando seus cavalos de São Jorge para o ano que vem. “Eu julguei as séries mais fortes e achei a São Jorge com nove conjunto bem disputada, com notas entre 66% e 69%, o que mostra um nível bom. Gostei que tinham cavalos novos na série, que não estão acostumados a fazer; ali não tinha nenhum que está fazendo os CDIs. Cavalos interessantes que não estamos acostumados a ver. Muito bom prova interna com nove conjuntos na PSJ, foi interessante isso”, pontuou Camargo.

Para Isabela do Valle Arenzon, os rankings internos são importantíssimos. “São as provas onde se pode “testar” mais os cavalos, arriscar e desenvolver seu potencial. Aqui no nosso clube em especial, pois creio que temos um ambiente bem tranquilo e propício. E a Copa Orlando Facada é especial para mim por levar o nome do nosso grande mestre”, destacou ela que foi aluna de Facada, único cavaleiro que conquistou uma medalha individual (bronze) para o Brasil em Jogos Pan-Americanos.

“Gosto muito de competir na Copa Orlando Facada, porque o CHSA é um clube lindo, espaçoso e com muitas áreas verdes para passear com os cavalos. Nossos cavalos vêm do interior de SP (Holambra), onde ficam muito soltos nos piquetes, e no CHSA eles se sentem muito à vontade e ficam relaxados. A infraestrutura e o espaço para carregar e descarregar os cavalos são ótimos e as provas são muito bem organizadas e pontuais”, enumerou Serena Van Parys Prada Piergili.

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