Com a prata no peito, Time Brasil dá recado: não desistam dos seus sonhos

Quillota, Chile — A alegria do Brasil foi contagiante e as comemorações, com grito de guerra, abraços e lágrimas, não deixaram dúvidas para quem estava na Escola de Equitação do Regimento de Granadeiros, sede das competições equestres, da satisfação de dever cumprido em buscar a vaga por equipes para a Olimpíada de Paris e a medalha inédita de prata no Pan-Americano. Ao falarem com a imprensa, o recado dos cavaleiros foi para quem sonha em estar em uma competição deste porte: “não desistam dos seus sonhos”.

“Estou feliz demais de ser um dos privilegiados. Sei que têm muitos cavaleiros que sonham em estar aqui. Minha primeira competição deste nível, deste tamanho e já começar com medalha inédita para o País… só tenho de agradecer. Estou aqui representando vários cavaleiros brasileiros e tenho uma coisa a dizer para eles: continuem trabalhando, não deixem o sonho morrer, porque a hora vai chegar e que cresça mais e mais o adestramento no Brasil”, destacou Renderson Oliveira, que montou Fogoso Campline para 71,936% + 3pp no grande prêmio especial. Assista à entrevista em vídeo com Oliveira sobre sua prova de GPS aqui.

“Estou muito feliz, trabalhei muito para estar aqui, quero agradecer minha família, meu time, porque esta medalha não é só minha, é do treinador, veterinário, ferradores, todo mundo que está lá. Era um sonho estar aqui e dividir o time com estes caras aqui que são espelho para mim. Quero dizer que não desistam dos seus sonhos, acreditem como eu acreditei”, completou Paulo César dos Santos, que montou Fidel da Sasa JE (assista à entrevista dele). >>> matéria segue após o vídeo

Mais experiente do time, João Victor Oliva ficou em segundo lugar no GPS com Feel Good VO. Foi o último a entrar e, após uma bela apresentação, conquistou seu recorde pessoal em GP especial: 75,362% (3pp para contagem por equipes); “É muito orgulho para gente ter esta medalha histórica; é fruto de um trabalho que a gente vem fazendo há muito tempo, abdicando muita coisa para estar aqui. Isso está no nosso peito pela dedicação”, disse.

“Eu estou fora do país há mais tempo; eu tive o privilégio de iniciar a jornada antes deles. O Escorial foi um cavalo que mudou bastante a minha carreira e consegui fazer parte de muitas competições grandes até chegar aqui. Então, tento passar a minha experiência aos meus amigos. Têm cavalos com mais possibilidades que outros, mas acho que, se todo mundo tivesse montando um cavalo de 70%, teria feito — então, não é porque eu tenho mais currículo que eu sou melhor que eles”, acrescentou. >>> Continua após o anúncio.

Para Manuel Tavares de Almeida Neto este foi um ano especial. Ele se casou, voltou a competir e ainda conquistou a prata por equipe. “Fiquei quase seis anos fora do esporte e fui presenteado com uma medalha de prata inédita, com caras incríveis, então, só tenho de agradecer muito. Acho que isso é uma semente para dias grandiosos para o adestramento brasileiro — agora é brigar pelas medalhas individuais”, contou. 

Com relação à prova GPS, explicou que o desafio com Rosa Belle sempre foi a parte física dela. “Ela sentiu muito a viagem e a troca de clima entre Europa e Brasil. O objetivo era preservar ao máximo a energia para o primeiro dia para buscar o MER”, detalhou o cavaleiro que estreia nesta quarta a prova de freestyle com a égua. 

O Brasil ainda precisa de um conjunto com MER para pode competir por equipe em Paris 2024. Na entrevista individual, Manuel Almeida apontou algumas possibilidades. “Com a frustração aqui de não conseguir o MER, ainda cabe uma estratégia de ir para os EUA, fazer uma prova lá no fim de novembro, voltar para o Brasil e fazer a prova em casa. Ela é uma égua que sabe fazer todos os movimentos, então, é uma questão de ajustar o físico. As dificuldades serão as viagens, que pegam para ela, não vai ser fácil, mas a gente está estudando em nome da pátria para tentarmos buscar a vaga”, adiantou.

Seu irmão, Pedro, segue na Europa e deve competir em mais duas provas agora. “E estamos vendo alguma possibilidades; temos aí alguns ases na manga para a gente tentar até dezembro ter o Brasil”, disse em entrevista em vídeo quando avaliou a prova de GPS – confira aqui

Reserva da equipe, Victor Ávila compartilhou a felicidade em estar no Pan. “Estou muito feliz em estar aqui, vim para cá e não competi, mas dei suporte para todos. Me preparei para estar aqui e sabia que todos competindo iam dar o seu melhor. Coroa o trabalho de muito tempo”, disse.

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Foto de Miguel Campos/Santiago 2023 via Photosport

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