Que Pan histórico! João Oliva é prata individual; ouro para Julio Mendoza, do Equador

Quillota, Chile — Os Jogos Pan-Americanos de Santiago vão ficar marcados para sempre pelas conquistas históricas. Foi no Chile que os brasileiros alçaram o adestramento brasileiro a um novo patamar no cenário internacional. Após a medalha inédita de prata por equipe, o experiente João Victor Oliva superou a marca de Orlando Facada e, 40 anos depois do bronze individual, subiu no pódio individual como segundo colocado; e no dia em que Facada comemoraria aniversário. Foi a segunda medalha do Brasil individual no adestramento em Pans — e a primeira de prata. “Estou muito feliz e orgulhoso do meu cavalo e do meu time e esta medalha também é para meus companheiros de equipe”, disse João Oliva a jornalistas na zona mista.

A final começou com os conjuntos de small tour, mas sem Christian Simonson que foi o melhor nas provas São Jorge e intermediária 1 com Son Of A Lady. Isso porque os competidores de big tour têm preferência, assim, os Estados Unidos entraram, então, com as suas outras três amazonas.  Pela Colômbia, Maria Alejandra Aponte Gonzalez inaugurou o dia fazendo 70,400% com Lord of the Dance, um porcentual superado pelo concorrente seguinte, Mario Vargas, que fez 71,025% com Kadiene, e pela mexicana Carolina Cordoba Wolf e Johnny Cash com 70,945%. Também pelo México, Carlos Maldonado Lara encerrou a intermediária 1 estilo livre com música com 63,905% montando Frans.

Após o intervalo e já debaixo de sol ardido, contrastando com o frio da manhã, as apresentações de big tour começaram com Micaela Mabragaña, pela Argentina, com Bradley Cooper para 72,995% — já com os três pontos porcentuais que os concorrentes de grande prêmio freestyle têm de bonificação. Assim, Mabragaña tomou a liderança. 

Da mesma maneira como nos dias anteriores, Paulo Cesar dos Santos abriu a participação do Brasil, montando Fidel da Sasa JE. no meio da reprise a música diminuiu muito, a ponto de ele contar na entrevista na zona mista (assista aqui) que não conseguia escutar. Ele fechou seu primeiro GP freestyle com 71,175%.

>>>> Resultados individuais

O próximo na ordem seria Gabriel Martin Armando com San Rio pela Argentina, mas ele se retirou. Primeira do Canadá a competir, Mathilde Blais Tetreault fez 74,195% com Fedor e foi superada, na sequência por Patricia Ferrando, que montou Honnaisseur SJ pela Venezuela para 75,255%. Maria Ugryumova e Impaciente PH, pelo México, que fechou o segundo bloco com 72,565%. 

A partir daí a competição se acirrou. Ao início do terceiro bloco o placar estava com Patricia Ferrando na liderança, seguida de Mathilde Blais Tetreault e Micaela Mabragaña, com o Paulo César em quinto — um placar que mudaria completamente dali em diante. E rápido, porque Camille Carier Bergeron, do Canadá, tomou a liderança com Sound Of Silence 4, ao pontuar 78,915%, porcentual que não seria batido por Yvonne Losos De Muñiz com Aquamarijn, pela república Dominicana, que fechou com 77,570%. >>> Continua após o anúncio

Tudo mudaria de novo com Codi Harrison que levou Katholt’s Bossco aos 79,230% colocando os Estados Unidos na liderança. Pelo Chile, Svenja Grimm e Doctor Rossi saiu sob aplausos com 78,335% e encerrou a participação do país-sede nos Jogos. Fechando o penúltimo bloco, Naima Moreira Laliberte, pelo Canadá, não conseguiu galgar as primeiras posições do placar e fechou seu segundo Pan com Statesman com 77,130%, na quinta posição.

Como já se esperava, a definição das medalhas ficou para o último bloco. Primeira a entrar, Sarah Tubman elevou o nível e a concorrência ao pontuar 81,155% com First Apple.

Pelo Brasil e ao som de hipismo hop, Renderson Silva De Oliveira fez bonito com Fogoso Campline, encerrando a linha final com palmas da plateia. Certamente, uma trilha sonora diferente de tudo que havia sido apresentado nesta quarta. A dupla, sob aplausos e assobios, deixou a pista com 80,095% em segundo lugar.

O favorito ao ouro — mas que não tinha se apresentado bem no grande prêmio — Julio Mendoza Loor com Jewel’s Goldstrike conquistou o histórico ouro para o Equador ao cravar 87,230%.

Então, foi a vez de João Victor Marcari entrar em pista para dar seu máximo e conquistar mais um recorde pessoal. Ao som da música “Feeling Good” na versão de Michael Bublé, fazendo uma analogia ao garanhão Feel Good VO, o cavaleiro, novamente, tirou notas altas no trote estendido e apoios e conquistou 86,160%, o suficiente para estar o pódio. Em qual lugar seria definido com a última concorrente, Anna Marek que superou a colega de equipe Tubman ao marcar 81,305% com Fire Fly, mas não uma nota alta o suficiente para superar Oliva, que levou o Brasil à prata. A segunda medalha inédita do Brasil.

Vagas Paris – Com os resultados e encerrados os Jogos para adestramento, Brasil e Canadá têm tíquetes para Paris 2024, além de duas vagas individuais para Equador e Chile, todas condicionadas à obtenção dos requisitos mínimos de elegibilidade (MER).

Foto: Fagner Almeida/Revista Horse

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