Após questionamento de Adestramento Brasil, Pan volta à lista de MER

Depois de questionamento de Adestramento Brasil, os Jogos Pan-Americanos de Santiago voltam a integrar a lista da Federação Equestre Internacional (FEI) como evento válido para obtenção de um dos índices necessários para compor os requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês). Isso ocorreu após a FEI explicar a este noticiário de que Pan não era válido por não ser considerado um evento CDI 3, CDI 4, CDI 5*, CDI-W ou CDIO. No entanto, AB voltou a perguntar o que havia mudado, uma vez que, em edições anteriores, o Pan havia sido válido para MER. A FEI já atualizou o documento e explicou que os “Jogos Pan-Americanos de Santiago foram inadvertidamente omitidos da lista original“.

Em retornou ao site, a assessoria de imprensa da FEI escreveu:

“Suas perguntas fizeram com que as equipes jurídicas e de adestramento da FEI analisassem os MERs dos três Jogos Olímpicos anteriores e pudessem confirmar que os Jogos Pan-Americanos sempre estiveram na lista. Eles descobriram que desta vez os Jogos Pan-Americanos foram inadvertidamente omitidos da lista original. Como resultado, eles atualizaram a lista de eventos MERs de acordo e os Jogos Pan-Americanos agora estão incluídos.

Você pode verificar a lista atualizada aqui.

Gostaria de agradecer por sinalizar isso, pois pudermos corrigir o erro a tempo, antes do início dos Jogos Pan-Americanos”

A importância do MER no Pan
Contar com o Pan de Santiago como válido para MER é importante, porque o Brasil, caso conquiste a vaga para competir por equipe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, precisa apresentar, até 31 de dezembro, o certificado de capacidade (NOC certificate of capability). Nele, é exigido que o País aponte que, pelo menos, três conjuntos alcançaram os requisitos mínimos durante o período que vai do Campeonato Mundial da FEI em Hering 2022 até 31 de dezembro de 2023.

“Três combinações atleta/cavalo totalmente separadas devem ser listadas no certificado de capacidade do Comitê Olímpico Nacional (CON) para que ele seja válido. Isso ocorre, porque o objetivo é provar que todos os CONs participantes têm três combinações possíveis que poderiam formar uma equipe nos Jogos Olímpicos. Observe que nos Jogos Olímpicos um atleta não pode competir em múltiplas combinações, mas apenas em uma”, detalhou por e-mail a FEI. O mesmo já havia sido esclarecido pela Confederação Brasileira de Hipismo, após publicação de matéria de Adestramento Brasil.

Até o momento, o Brasil conta com três conjuntos, mas apenas dois atletas com os requisitos mínimos. João Victor Marcari Oliva conseguiu MERs com dois cavalos – Escorial Campline e Feel Good VO – e Renderson Silva de Oliveira, com Fogoso Campline. Falta um conjunto para o Brasil completar o certificado de capacidade e, conseguindo a vaga, ratificar sua participação em Paris 2024.

Na saga pelos MERs
Desde o começo do ano, o País sediou seis concursos internacionais, sendo cinco deles CDI 3* e, portanto, válidos para obtenção de MER. No entanto, nenhum conjunto conseguiu o mínimo de 67% em prova de grande prêmio, tanto na nota final como com juiz FEI L4/5*.

Com o Pan voltando à lista, os brasileiros têm chance de, mais uma vez, cumprir com os requisitos mínimos antes de 31 de dezembro. Isso porque, além de Santigo, será realizado, em dezembro, um CDI 4*na Coudelaria Rocas do Vouga. Além disso, em recente entrevista, durante o Campeonato Brasileiro, Manuel Tavares de Almeida disse que o esforço geral é obter o MER e contou que seu irmão, Pedro, fpara Europa para tentar obter os porcentuais necessários.

Foi por não entregar o certificado de capacidade que o Brasil, apesar de ter conquistado a vaga em Lima 2019, ficou fora da disputa por equipes nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Quer patrocinar ou apoiar para que sigamos firmes com a cobertura e fazendo mais matérias como essa? Escreva para contato@adestramentobrasil.com