Brasil fecha primeiro dia em 2º por equipes, com João Oliva em 1º e Renderson em 3º no GP

Quillota, Chile — Com vitória de João Victor Marcari Oliva, pontuando 76,478% (já com os três pontos porcentuais) com Feel Good VO, e terceiro lugar de Renderson Silva de Oliveira, somando 75,304% com Fogoso Campline, o Brasil fechou o primeiro dia dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 com apenas 3,187 pontos porcentuais de diferença para o time dos Estados Unidos, que lidera a competição por equipes com 224,338. E a diferença é quase o dobro para o Canadá, terceiro colocado com 214,277. O Brasil tem 221,151.

Neste domingo (22/10), que amanheceu nublado para depois abrir sol forte na Escola de Equitação do Regimento de Granadeiros, sede das competições equestres, os brasileiros mostraram que perseguem a meta de conseguir a tão sonhada medalha inédita. Até hoje, o País soma seis medalhas em Pan-Americanos, todas de bronze e sendo uma individual, conquistada por Orlando Facada no Pan de Caracas.

O Brasil é o único país que entra apenas com conjuntos de big tour. Aliás, neste Pan parece que os países entenderam que o cerco para se manter uma competição mista — com small e big tour — está se fechando. Dos 36 concorrentes, 22 (ou 61% deles) são de GP. Há também a vantagem de os conjuntos de big tour terem a bonificação de três pontos porcentuais somada às notas finais. Por isso, todas as menções de notas aqui já terão acrescidos os 3 p.p. para facilitar a comparação com small tour.

Paulo César dos Santos montando Fidel da Sasa JE foi o primeiro brasileiro a competir, mas alguns erros caros baixaram a nota final. O conjunto começou bem, pontuando entre 66% e 67% (sem os 3 p.p), mas erro no ziguezague, que é peso dois, e depois na transição para o trote fez a nota baixar. A dupla fechou com final 67,804% (já com os 3 p.p.) e foi o descarte para soma por equipe.

>>> ENTREVISTAS:

Manuel Tavares de Almeida foi o segundo do Brasil a competir. Fez uma apresentação limpa, focando nos pontos fortes e alcançou 69,369% com a égua Rosa Belle, uma hanoveriana nascida em 2009. Ele saiu da pista na sétima posição, mas depois viriam fortes concorrentes dos Estados Unidos e Canadá.

A torcida brasileira na área chamada de “kiss and cry” | Foto: Raul Zamora/Santiago 2023 via Photosport

O Brasil não teve conjuntos no penúltimo bloco, mas Renderson Silva de Oliveira abriu o último bloco. E o ditado de que os últimos serão os primeiros não poderia servir melhor. Oliveira mostrou a força que Fogoso Campline tem em pista, saiu emocionado após pontuar 75,304% galgando o primeiro posto que, até então, estava com Anna Marek e Fire Fly. Logo em seguida entrou o conjunto que foi medalha de ouro no Pan de Lima, Sarah Tubman e First Apple que fizeram 0,761 a mais que Renderson e tomaram a liderança.

Em entrevista na zona mista, Tubman contou que foi seu recorde pessoal em grande prêmio. Mas não ficaria por isso mesmo. Último a competir, fechando as provas de grande prêmio e o primeiro dia de competições, João Victor Marcari Oliva e Feel Good VO pegaram de volta o primeiro lugar da competição para o Brasil, ao pontuar 76,478%, em uma reprise com muitos pontos altos, principalmente, os trotes alongados e a passage.

Na segunda, 23/10, as provas seguem, com a mesma ordem de entrada deste domingo, mas com as reprises intermediária 1 e grande prêmio especial. A soma dos três melhores resultados de cada um dos dois dias vai apontar quem voltará ao seu país de origem com medalhas de ouro, prata e bronze no peito.

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Tim-tim por tim-tim
Os primeiros a se apresentarem foram as combinações de small tour na reprise Prêmio São Jorge. Pela Colômbia, Santiago Cardona abriu a modalidade de adestramento da 19ª edição dos Jogos Pan-Americanos, montando Dostojewski, garanhão hanoveriano, nascido em 2014, para 65,088%. Na sequência, o conjunto da casa formado por Mario Vargas e a égua KWPN nascida em 2015 Kadiene deixaram a pista na Escola de Equitação do Regimento de Granadeiros, sede das competições equestres, sob muitos aplausos, após fechar com 68,029%.

Na sequência, pelos Estados Unidos, Christian Simonson tomou a liderança ao fazer 73,382% com o castrado DWB e nascido em 2011 Son of A Lady. Depois, pela Argentina, Maria Florencia Manfredi fez 63,353% com Hands Up Chaparrita Z. A primeira do Canadá a entrar foi Beatrice Boucher com Summerwood’s Limei, único conjunto de small tour do país que disputa com Brasil, Chile, México e Argentina vaga para Paris 2024. A amazona e a égua hanoveriana nascida em 2013 fechou com 71,147%, ficando em segundo lugar até aquele momento.

Pelo México, Carolina Cordoba Wolf e Johnny Cash, um garanhão friesien nascido em 2011, com 69,059%. E, pela Colômbia, Juliana Gutierrez Aguilera fechou o primeiro bloco com Flanissimo, castrado rheinland nascido em 2010, com 66,029%. Assim, o primeiro bloco terminou Christian Simonson na liderança, seguido de Beatrice Boucher e Carolina Cordoba Wolf nas três primeiras posições.

O segundo bloco ainda foi de small tour, começando com Maria Jose Granja e o garanhão Emiliano AP pelo Equador, que ameaçou uns pulinhos antes de entrar na arena, mas se portou bem na prova, fechando com 66,294%. Stephanie Engstrom Koch com o garanhão anglo-europeu Resperanzo veio na sequência para 65,118%.

Com torcida em peso, Carlos Fernandez entrou sob aplausos no recinto montando Heroe XXV, um cavalo que havia sido escalado ao Pan de Lima, mas com outro cavaleiro e que não chegou a competir. Desta vez, na sela de Fernandez, fez 64,765%, menos que os 68,029% de Mario Vargas que entrou no primeiro bloco.

Segundo conjunto de small tour do México a se apresentar, Carlos Maldonado Lara com Frans, castrado KWPN nascido em 2010, fez 67,823%, abaixo da companheira de equipe. Pela Colômbia, Andrea Vargas fez 65,294% com Homerus P, castrado KWPN de 2012, sendo o penúltimo do país a competir.

Foto de Raul Zamora/Santiago 2023 via Photosport

Pelo Equador, Carolina Espinosa e Findus K, que competiram em Lima sendo 17º no geral, enfrentaram problemas em pista: o castrado empinou, ela o colocava para frente, mas ele reagiu tanto que recuou até a cerca, chegando a desarmá-la. Assim, a dupla foi eliminada e terminou ali a possibilidade de o Equador lutar por medalhas, já que, com três conjuntos, não conta com descartes.

Fechando as apresentações de prêmio São Jorge, pela Colômbia, Maria Alejandra Aponte Gonzalez com o castrado hanoveriado de 2010 Lord of the Dance teve problemas nas linhas de mudanças e fechou com 65,882%.

Ao término do segundo bloco, todos de small tour já haviam competido e, portanto, a Colômbia, que disputou com quatro de small tour, fechou sua participação do primeiro dia com 197,205%, tendo a nota de Santiago Cardona e Dostojewski descartada. Chile e México competiram com dois de cada e fecharam com 132,794 e 136,882 pontos, respectivamente. O Brasil é o único país a ter somente conjuntos big tour. Estados Unidos, Argentina e Canadá têm três de big tour e um de small tour.

Resultados por equipe | individual

Que venha o grande prêmio
Ao começar o terceiro bloco de apresentações, e o primeiro de big tour, Christian Simonson, dos Estados Unidos, ainda liderava com Son Of A Lady (73,382%), seguido de Beatrice Boucher, pelo Canadá com Summerwood’s Limei (71,147%) e Carolina Cordoba Wolf com Johnny Cash pelo México (69,059%).

A disputa para valer estava para começar. Patricia Ferrando, pela Venezuela, foi a primeira a competir com Honnaisseur SJ, castrado KWPN de 2012, para 66,956%, já com os três pontos porcentuais adicionais — todas as notas reportadas serão já com o acréscimo para facilitar a comparação com small tour. José Ramón Beca Borrego entrou na sequência com o garanhão lusitano de 2008 Darro do Sobral para 63,435%.

Pelo Equador, um dos favoritos à medalha individual Julio Mendoza Loor mostrou a que veio, ao montar o castrado KWPN de 2011 Jewel’s Goldstrike para 74,435%, passando a ser o primeiro colocado. Mas não sem problemas. O conjunto vinha com média de 75% (sem os 3p.p) e teve problemas no ziguezague, tirando de 2 a 5 na figura, o que baixou significativamente a nota.

Julio Mendoza saiu sob aplausos, que se intensificaram muito quando a chilena Virginia Yarur adentrou o recinto com Ronaldo, castrado DWB de 2006, para 68,674%. Quarto lugar no Pan de Lima, Yvonne Losos de Muñiz e a égua KWPN de 2005 Aquamarijn vieram na sequência e fecharam com 72,326%.

Brasil em pista
A estreia do Brasil no Pan foi com Paulo César dos Santos e Fidel da Sasa JE, que começou muito bem, pontuando entre 66% e 67% (sem os 3 p.p), mas um erro no ziguezague, que é peso dois, e depois na transição para o trote fez a nota baixar. A dupla fechou com 67,804%, somados os 3 p.p.

O bloco seguinte começou com Anna Marek, pelos Estados Unidos, e que tomou a liderança ao pontuar 74,891% com o castrado KWPN nascido em 2010 Fire Fly. Pela Argentina, Fiorella Mengani terminou com 66,544% com Assirio D’Atela e depois entrou a segunda concorrente pelo Canadá Camille Carier Bergeron, que somou 67,565% com o castrado westfalian Sound of Silence 4.

Pelo México, Maria Ugryumova e o garanhão Impaciente PH vieram na sequência e tiveram 63,978%. Depois foi a vez da Svenja Grimm com Doctor Rossi (entrevista em vídeo acima) fechar a participação do Chile no primeiro dia de provas. Com 70,217%, ela levou o time chileno aos 206,920 pontos, já considerando um descarte.

Fechando o bloco, Manuel Tavares de Almeida fez um apresentação limpa, focando nos pontos fortes e alcançou 69,369% com a égua Rosa Belle, uma hanoveriana nascida em 2009. Ele saiu da pista na sétima posição, mas depois viriam fortes concorrentes dos Estados Unidos e Canadá.

O bloco seguinte não teve a participação de brasileiros. Pelos Estados Unidos, Codi Harrison fez 73,305% com Katholt’s Bossco e, depois, entrou Micaela Mabragaña com Bradley Cooper pela Argentina que somou 68,130%. De olho no pódio, Mathilde Blais Tetreault e Fedor pelo Canadá não alcançou as notas dos concorrentes dos Estados Unidos, fechando com 70,391%.

Ficou para o último bloco do grande prêmio as emoções mais fortes. Normalmente, os chefes de equipes deixam para o fim seus melhores conjuntos. Renderson da Silva Oliveira abriu, mostrando a potência de Fogoso Campline, com destaque para as transições passage-piaffe. Ele saiu emocionado após pontuar 75,304% galgando o primeiro posto que, até então, estava com Anna Marek e Fire Fly.

Logo em seguida entrou o conjunto que foi medalha de ouro no Pan de Lima, Sarah Tubman e First Apple (entrevista em vídeo acima) que fizeram 0,761 a mais que Renderson e tomaram a liderança. Pela argentina, Gabriel Martin Armando e San Rio fizeram 66,935% e, depois, entrou, pelo Canadá, Naima Moreira Laliberte com Statesman para 72,739%.

Último a competir, fechando as provas de grande prêmio e o primeiro dia de competições, João Victor Marcari Oliva e Feel Good VO pegaram de volta o primeiro lugar da competição para o Brasil, ao pontuar 76,478%, em uma reprise com muitos pontos altos, principalmente, os trotes alongados e a passage.

Juízes — O júri de campo foi composto por: pelos Estados Unidos, Michael Osinski julgou em E; Cara Whitham, do Canadá, em H; Cesar Torrente, da Colômbia, em C; Magnus Ringmark, da Suécia e presidente do júri de campo em M; e Carlos Lopes, de Portugal, em B.

Fotos de Raul Zamora/Santiago 2023 via Photosport

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