ATUALIZADA – A situação nas cidades do Rio Grande do Sul segue desastrosa e a comunidade hípica mantém campanhas de doações que vão além de itens para cavalos. Em meio a tantas desinformações, o Adestramento Brasil entrevistou mais algumas pessoas que estão à frente de iniciativas para que você, nosso leitor, caso queira contribuir, tenha indicações confiáveis. Confira também as matérias anteriores, nas quais cobrimos como estava a situação logo após as primeiras chuvas e mostramos mais iniciativas.
Casa do Produtor é ponto de coleta em Curitiba
De Curitiba, a rede especializada em produtos para animais Casa do Produtor está empenhada na arrecadação de diversos itens, conforme contou a diretora Vanessa Melo, que também é amazona de adestramento. “Sempre tivemos envolvidos com a causa animal, fazendo campanhas e feiras de adoção. Agora, estamos em arrecadação para enviar ao Rio Grande do Sul. O movimento veio de um cliente nosso que nos disse: façam papel de arrecadação que nós levamos. Em cinco dias, conseguimos 30 toneladas de alimentos para cão, gato, cavalo; os clientes doaram, nós doamos também, fizemos muita parceria com as marcas que doaram”, relatou.
Com isso, dois caminhões já foram para o RS. A campanha seguinte tinha como objetivo conseguir soro. “O diretor-clínico do meu hospital foi para RS atuar a campo e, atuando, ele ficou sabendo do que precisavam. A demanda urgente é soro ringer lactato, porque os cavalos precisam muito. Já arrecadamos R$ 10 mil, que equivale a 800 soros”, disse, acrescentando que o carregamento dos soros ringer lactato, antibióticos e doações para humanos partiu nessa segunda.
As cinco lojas seguem sendo usadas como pontos de coleta. “Tudo que trouxerem a gente dá jeito de enviar”, assinalou. Também vai começar uma campanha para angariar fundos para castrar os animais que estão nos abrigos. Para quem é de fora, as doações podem ser feitas pelo site da rede (clique aqui).
Feno e mais
Natália Rocha Simião trabalha com vendas de feno e, diante da situação que está acontecendo no Rio Grande do Sul, decidiu ajudar como podia. Conseguiu uma carga com cerca de 11 toneladas de feno, que já foram ao destino, e nessa segunda-feira (13/05), saíram mais de 72 toneladas.
“Quem está recebendo e fazendo a distribuição é o Henrique Noronha. O próximo projeto já em andamento visa à arrecadação de medicamentos. Já demos início e estarei levando para Porto Alegre na quarta”, contou. As doações tem destino certo: a ONG Pé de Chulé, que foi entrevistada na semana passada por este noticiário.
“Muita gente nos ajudou; eu agradeço muito a confiança. A primeira carga eu fui junto de caminhão, foram dez dias — ida e volta — estamos fazendo o que pode. Agora, o foco será medicamentos. A gente começou com feno e mais gente começou a mandar”, acrescentou. Para ajudar, basta entrar em contato direto com ela pelo número (15) 998 238 936.
Cobertores para encarar o frio
A médica veterinária Luli Kratschmer está à frente da arrecadação de cobertores para humanos e envolvida em outras iniciativas, como envio de fenos, arrecadação e doação da Universidade do Cavalo e um projeto de trocas de experiências para mulheres interessadas em moda que reverte pagamento em doações. Com relação aos cobertores, o próximo lote seguirá para Pelotas.
“Mas vamos esperar um pouco para arrecadar mais fundos, porque ainda não consegui doação suficiente para mandar. Pelotas é um dos lugares afetados e que está mais longe de Porto Alegre, então, muita ajuda ainda não chegou lá”, contou ao site. O projeto conta com o envolvimento de outros veterinários e tem no Henrique Noronha, médico veterinário e membro do Gabinete de Crise do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, um porto seguro para assegurar o destino certo das doações. “É um amigo meu, veterinário e sempre esteve à frente da causa da proteção, bem-estar e cuidados.”
Para contribuir, o pix é o e-mail: lulivet@gmail.com
Caminhões e aviões cheios de doações
A iniciativa encabeçada por Daniela Miró de Campos segue. Ela contou ao site que tem um avião abastecido com cinco toneladas de alimentos e medicamentos à espera de abrir o aeroporto de Caxias para poder decolar. “Com a chegada desse avião, que estamos fazendo de tudo para pousar o mais breve possível, vamos segurar uma semana os envios, pois eles já estão nos avisando que não tem onde armazenar. Já foram quatro caminhões, dois aviões menores e tem mais esse gigante abastecido aguardando para decolar”, enumerou.
“Não é uma corrida de 500 m, é uma maratona. Então, estamos sendo bem pé no chão, sabemos que as doações já começaram a diminuir e vamos fazer o máximo para ajudar por muito tempo ainda. Mapeamos todas as ONGs sérias (sim, tem muitas que não são) estamos com uma equipe lá no Sul fazendo a distribuição e nos trazendo todas as informações. Estamos cobrando saída dos medicamentos e pedindo vídeos dos locais que estão recebendo. Estamos garantindo que nenhuma doação caia em mãos erradas… dá trabalho, mas é a nossa responsabilidade com quem está doando e com os animais!”, acrescentou.
Para doar, é possível comprar nas farmácias Nutrivet, Protecnica e a HorsePharma do CHSA, que eles repassam as doações. É preciso enviar o comprovante e a nota com os itens para checagem com as farmácias. Também pode fazer doações em dinheiros para o Pix / CPF: 009.974.169-55. Outras formas de ajudar:
- Nelson Braido está recebendo as doações de feno no haras dele. Telefone: 11 97152-0186 com Nelson
- E nas doações de farmácias, cabrestos e capas de frio enviar nota e relação para 11 93051-4566 com Daniela
- Doação de ração e itens maiores vão para o galpão da Ana Helena Mofarrej ou pelo telefone 11 98565-0066
E mais:
Além dessas iniciativas, o médico veterinário Ricardo Godoy sairá do interior de São Paulo na companhia de 15 colegas foi, na semana passada ao Rio Grande do Sul. Eles irão trabalhar com os animais resgatados e no intensivismo. A ideia é que fazer um rodízio com veterinários voluntários para sempre ter ajuda aos animais. Para fazer doações, a chave Pix é ricardogodoyvet@gmail.com.
Pets — Em Ibiúna (interior de São Paulo), veterinários se juntaram para arrecadar e enviar suprimentos essenciais às áreas afetadas e aos abrigos que estão cuidando dos pets resgatados. O grupo também conseguiu parceria com produtores rurais, que colocaram à disposição caminhões para levar o que foi arrecadado — um caminhão sai nesta quinta (09/05) e outro está programado para sair na próxima terça (14/05). Para participar, leve as doações à unidade de São Roque (rua Mathias Leme de Barros, 109, centro) ou à de Ibiúna (rua coronel salvador Rolim de Freitas, 500, centro).
>>> Leia ainda:
- Comunidade equestre do RS reporta como está a situação e o que precisa para enfrentar as chuvas
- Veterinários e comunidade hípica se unem para enviar ajuda aos animais do RS
ONG Pé de Chulé
As chuvas castigaram a ONG Pé de Chulé, de resgate e reabilitação de cavalos vítimas de maus tratos, que, segundo a presidente Ana Paula Sena, ficou devastada. Com sete anos de existência, hoje a ONG tem 73 cavalos resgatados que foram vítimas de maus tratos, além de outros animais, chegando a cerca de 250 bichos. Com as chuvas e os alagamentos, muitos cavalos remanejados para campos próximos cedidos, mas outros ainda estão na ONG.
“Os cavalos mais velhos, debilitados ou com problema de locomoção estão na ONG. Estamos numa força tarefa. Perdemos muitas coisas materiais: baias, fiação etc. A situação é caótica”, detalha Ana Paula Sena. A ONG está com uma campanha para arrecadar fundos para reconstruir tudo que foi devastado. E também para seguir na ativa. Sena contou que estão recebendo muitos pedidos de ajuda com cavalos embaixo d’água. “Estamos tentando fazer o que podemos. A água ainda está subindo em algumas localidades e sabemos que vem mais chuva”, lamentou, em entrevista no início do mês.
Quatro cavalos da ONG Pé de Chulé foram remanejados no Dama Centro Equestre, localizado no Lami, zona sul de Porto Alegre. “Nosso bairro foi muito atingido pelos alagamentos por conta da proximidade do Lago Guaíba. Nós estamos bem afastados do lago, portanto, não fomos afetados pelos alagamentos; estamos em segurança”, relatou Marta Brack, proprietária do Dama. “Muitos dos cavalos da ONG foram realojados em campos de voluntários, porém, estes quatro que estão conosco precisavam ser encocheirados por estarem em tratamento de feridas nos locomotores. Conseguimos duas cocheiras e nos adaptamos para conseguir abrigar os quatro animais”, detalhou.
Como ajudar:
ONG Pé de Chulé
Doe o valor que puder na chave pix: pedechuleong@gmail.com ou CNPJ: 35.030.574 0001-97



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