A “Aliança SHP e CHSA”, com patrocínio do Rancho Cariama, mostrou que unir forças pode, sim, trazer bons resultados. Ambas as provas foram marcadas pela presença massiva de amadores, mostrando que a ideia de unir em uma única competição de um dia etapas do Ranking da SHP, Copa Orlando Facada, do Clube Hípico de Santo Amaro, e do Troféu Eficiência, da Federação Paulista de Hipismo, motivou uma maior participação — e a premiação em espécie empolgou ainda mais os conjuntos.
“O nível dos cavalos foi muito bom. Na primeira prova, vimos maior quantidade de cavalos jovens, porém, com a mesma qualidade. Pelo nível dos cavalos, do concurso, dos juízes que acompanharam, qualidade das instalações … foi praticamente como ver um CDI”, destacou César Lopardo-Grana, em entrevista ao Adestramento Brasil.
Além dos juízes nacionais e estaduais que atuam no Brasil, as provas da Aliança contaram com a presença do argentino Lopardo-Grana. A primeira, em 17 de maio na Sociedade Hípica Paulista, teve recorde de inscrição para etapa de ranking: foram 121 conjuntos inscritos, sendo 17 de cavalos novos e 42 formados por profissionais. Na segunda, em 14 de junho no CHSA, foram 66 na disputa: 19 profissionais e dez cavalos novos.
“Entre os amadores vi que eles têm cavalos muito bons. O que eles têm de fazer para melhorar é sempre buscar se entenderem com seus cavalos. Muitas vezes, um compra um bom cavalo, mas o importante é entender-se com esse cavalo. Eles têm de ser constantes e regulares no trabalho e, se algo não sai bem, não pode desanimar”, destacou Lopardo-Grana. “A base de tudo isso está nos amadores, são os que sustentam absolutamente tudo”, completou.
E, como dica, o juiz argentino ressaltou que os amadores precisam comprar cavalos que sejam adequados para eles. “O que se passa geralmente é que eles compram cavalos muito bons, de muita qualidade, mas depois não conseguem montar. Por isso, muitas vezes, há que comprar cavalos mais úteis para eles — e não aquele a que um goste ou que ache bonito com outro ginete”, frisou.
Por prova, os primeiros colocados receberam R$ 1.500,00 e os segundo colocados, R$ 500 nas diferentes séries e categorias.
Fomento ao esporte
As duas provas conjuntas contaram com patrocínio do Rancho Cariama. Por ocasião do lançamento da iniciativa, Paulo Portilho, proprietário do haras, disse ao Adestramento Brasil que o objetivo da premiação e de todo o investimento era prestigiar o esporte com eventos maiores, atrair a atenção de mais praticantes e buscar a difusão e desenvolvimento do adestramento.
“No fundo, isso converge com nossa visão de que o adestramento precisa de eventos maiores, com mais ‘eco’, de tal forma que praticantes de outras modalidades vejam no adestramento uma atividade interessante, porque ele pode ajudar com que o conjunto de quase qualquer modalidade hípica se desenvolva melhor. Basta ver o aquecimento de grandes ginetes do salto que você verá movimentos laterais, reunião e harmonia no conjunto que mais se parecem uma prova de média 2”, apontou Portilho.
“O Brasil tem cultura equestre, mas ela está focada com mais intensidade em outras modalidades. Para nós, poder tentar direcionar um pouco desse interesse natural brasileiro sobre o cavalo para o adestramento clássico é mais que um prazer, é uma honra”, acrescentou Portilho.


