Entrou em operação, no Rio Grande do Sul, laboratório focado na injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) para equinos, resultado da parceria do médico veterinário gaúcho Felipe Hartwig com a rede de embriões in vitro InVitro Equinos Sul. A biotecnologia de produção de embriões em laboratório promete revolucionar a reprodução de cavalos e atuar no melhoramento genético dos plantéis, uma vez que dá a possibilidade do uso de material genético escasso.
Em nota enviada à imprensa, Hartwig destacou que já foram produzidos embriões que estão prontos para serem transferidos a receptoras. Trata-se, segundo ele, de tecnologia para atender à crescente demanda do mercado.
Hartwig revelou que, no ano passado, cerca de dois mil embriões foram produzidos por ICSI para clientes gaúchos, mas eles precisaram enviar os óvulos para o estado de São Paulo. Agora, isso não é mais necessário já que o laboratório, localizado em Pelotas, realiza todo o processo.
Por ser um processo curto e otimizado, a ICSI possibilita, por exemplo, que éguas de competição reproduzam sem interromper a carreira atlética. No caso de fêmeas com problemas de fertilidade ou maturidade avançada, é a técnica tida atualmente como a mais eficiente para obter produtos desses animais.
Leia também
Adriana Busato: ICSI facilita comprovação e valorização de éguas como reprodutoras
Entre garanhões com sêmen de baixa qualidade ou pouca disponibilidade, Hartwig explica que há uma otimização do material genético, pois é utilizada somente uma pequena fração de sêmen congelado, se comparado a uma inseminação convencional. Basta o espermatozoide estar com o DNA íntegro, reforçou o especialista.
Com a técnica, mesmo quando um garanhao estiver senil ou morto, poderá ser um reprodutor, caso haja palheta de sêmen congeladas para a produção de novos embriões. A técnica de ICSI consiste na coleta (aspiração) de óvulos que, em laboratório, são avaliados e submetidos à maturação, para então serem fertilizados in vitro (fora do organismo do animal).
Hartwig explicou que é um procedimento de extrema precisão, no qual é usada uma agulha para injetar o espermatozóide no interior do óvulo. Após um período de incubação, esse óvulo fertilizado se converte em embrião. Todo o processo dura em torno de dez dias e o embrião está pronto.
O produto pode ser mantido criopreservado (vitrificado e armazenado) em botijão de nitrogênio líquido por tempo indeterminado, até o momento de ser usado na égua receptora que vai gestar esse embrião.
Crédito da foto: InVitro Equinos / divulgação


