O ferrageamento evoluiu muito ao longo dos anos e os profissionais certificados e qualificados passaram a ter um papel fundamental para a saúde locomotora dos cavalos. Apesar de não ser uma profissão regulamentada — há um projeto de lei de 2020 sobre isso —, a certificação destes profissionais está sendo, cada vez mais, requisitada, justamente, porque, ao dominarem técnicas e entenderem sobre a mecânica do aparelho locomotor do cavalo, eles conseguem identificar as necessidades do animal, de acordo com o esporte que ele pratica, e atuar em parceria com médicos veterinários para encontrar meios de resolver problemas que possam aparecer.

Fica claro, portanto, que as técnicas que vão muito além de apenas conhecer o casco e saber pregar a ferradura. Entender a importância e a saúde dos cascos e correção de aprumos é de extrema relevância para o desempenho do cavalo. Isso inclui a fisiologia e a biomecânica do casco; saber fazer uma correta avaliação da conformação do casco; entender como se dá a interação do piso de trabalho com o casco e ainda a relação da nutrição e manejo com a saúde dos casos. E, para além de estudar os membros, tendões e ligamentos, os ferradores devem entender a mecânica do aparelho locomotor do cavalo.

Como saber se o cavalo está bem casqueado e ferrado?

Para Luiz Gustavo Tenório, médico veterinário e ferrador de cavalos há 34 anos, a qualidade da mão de obra de ferradores de cavalos no Brasil é muito boa, principalmente, levando em conta que se trata de uma profissão ainda não reconhecida formalmente. “Os profissionais brasileiros que querem se destacar se dedicam muito mais que qualquer outro profissional do cavalo. Eles têm conhecimento anatômico e biomecânico do cavalo e do casco do cavalo que 99% dos veterinários desconhecem, porque as universidades não ensinam”, assinalou Tenório, que será o instrutor de dois cursos da Horse Guide sobre a importância dos cascos, um voltado para profissionais e aprendizes e outro para amadores e veterinários.

“Os ferradores que queiram se dedicar vão muito longe. Faltam escolas e reconhecimento da profissão, mas a qualidade é sem dúvida muito boa, porque o pessoal corre muito atrás. E os proprietários precisam saber que temos muito bons ferradores”, acrescentou Tenório, que foi o ferrador responsável pelos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

Entre outros títulos e funções, ele é consultor técnico do grupo Mustad desde 2000; instrutor da Universidade do Cavalo desde 2004; professor de pós-graduação na disciplina de podologia, desde 2010, nas instituições IBVet e Universidade Rebouças; consultor técnico da Empresa Berimbau Ferraduras desde 2017; e mestre em medicina veterinária em 2022 pela Universidade de Vassouras.

Os dois cursos que Luiz Gustavo Tenório vai ministrar na Horse Guide contam com a emissão de certificado de participação, que comprova o aprimoramento daqueles que estão iniciando ou se atualizando na profissão.

O curso para profissionais e aprendizes ocorre nos dias 25 e 26 de abril na Quinta dos Mendes, em Itatiba, interior de São Paulo. Já a versão para amadores e veterinários será no dia 27 de abril no mesmo lugar. Mais informações clicando: profissionais e amadores.

PL – No último trimestre de 2020, o deputado federal Milton Vieira (Republicanos – SP) apresentou um projeto de lei (nº 5057/20) visando a regulamentar a profissão de ferrageador de equinos para garantir direitos trabalhistas e previdenciários, além de capacitação, treinamento e melhoria da qualidade dos serviços prestados. O PL ainda tramita na Câmara dos Deputados.

Esse conteúdo foi produzido por Adestramento Brasil com o patrocínio da Horse Guide