Prova na Água Branca aproxima público dos lusitanos e adestramento

Uma competição diferente. Fora do ambiente de hípicas, os conjuntos que disputam os concursos nacional e internacional de adestramento, durante a 42ª edição da Exposição Internacional do Cavalo Lusitano, tiveram a oportunidade de apresentar o esporte para um público que teve o primeiro contato com a modalidade no Parque da Água Branca. O local, escolhido pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL), sediou as primeiras mostras da raça no Brasil, no início da década de 1980.


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Raul Silva, apresentador do evento

“Os eventos em parques públicos, como o Parque da Água Branca, especial por ter sido a sede da Secretaria da Agricultura do Estado de SP, durante muitos anos, são uma chance importante de levar ao público ‘leigo’ espetáculos que normalmente são restritos às hípicas e clubes”, destacou Raul Maura Silva (foto), que foi o locutor do evento.

“Curiosamente, esse público leigo se mostra, além de encantado com a beleza do cavalo e do esporte, interessado e ávido por informação. Grudados na cerca da pista e firmes nas arquibancadas por horas a fio, senti que mereciam uma atenção especial. Então, fui explicando, em linguagem simples e fácil, tudo o que estava acontecendo, no adestramento e na morfologia”, contou.

E a interação correspondida ficou nítida pelas insistentes palmas do público tradicional do Parque da Água Branca. “No final, pedi à ABPSL alguns bonés que arremessamos para o público. Foi muito divertido. Sempre digo que a informação enriquece o espetáculo. Temos algo maravilhoso para mostrar e torço para que tenhamos muitas mais oportunidades de nos aproximarmos do público leigo”, continuou Raul Maura Silva.

Para Helena Botelho Gomes, que pratica adestramento e foi prestigiar o evento, foi muito interessante voltar à Água Branca, lugar que ela frequentou bastante quando criança, acompanhando seu pai. “No sábado, tinha muita gente passeando por lá e, de repente, topavam e se admiravam com a apresentação dos nossos lusitanos. Foi uma oportunidade de rever amigos e conhecer novos. Presente que o cavalo me dá”, disse.

Entre os competidores, a sensação também foi emocionante. “Competir no Parque da Água Branca foi muito legal. A gente sempre ouvia os competidores mais antigos falarem sobre como eram legais as exposições no parque, então, a gente estava esperando por este momento — e o dia chegou. A atmosfera com público que nunca tinha visto aquilo foi muito legal, ficamos muito entusiasmados, nunca tínhamos vivido aquilo”, disse Jeferson Rodrigo Pereira, o Cuta (foto que abre a matéria), que disputou small tour no CDI 1* com Goya Crystal, ficando em primeiro na intermediária 1 (66,382%) e em segundo na Prêmio São Jorge (65,912%).

O cavaleiro do Haras Crystal contou que entrou em pista buscando uma reprise limpa, sem erros. “No segundo dia, as coisas foram melhores, consegui explorar mais a parte do trote dele e também os exercícios para buscar mais notas. Daí, consegui dar o salto para o primeiro lugar”, avaliou. Falando sobre o treinamento, Cuta destacou que vem focando em manter a atividade e, conforme ele for ficando mais forte dentro da reprise, consegue explorar mais o Goya.

Quatro montarias
Competindo com quatro cavalos nas provas, Vinicius Miranda da Costa faz coro aos elogios à realização da competição no parque. “Competir na Água Branca foi ótimo, uma atmosfera muito legal, tudo estava ótimo. Foi muito legal e importante todo aquele público interagindo com os cavalos e as provas. Levar para o público brasileiro o nosso esporte. E para mim teve um gosto ainda mais especial voltar para o parque que me mostrou o esporte e o cavalo lusitano. Conheci o adestramento no parque da Água Branca no antigo evento Expocavalos, 11 anos atrás, através de uma apresentação do que veio a ser o meu primeiro treinador e a quem devo muito, o Ndzinji Pontes”, relembrou.

Ele disputou small tour com Joy HI — ganhando na PSJ (66,118%) e ficando em segundo lugar na inter 1 (65,382%) —, foi o único concorrente na medium tour com General Santana, competiu cavalos novos 4 anos com Quartzo Santana e média 2 profissional com J.A Incitatus Do Orpheu. “Foi um evento muito especial para mim, primeiro por estar no parque novamente e também por ser o meu primeiro internacional como Sargento do exército brasileiro e tendo o apoio do CDE”, disse.

Vinicius Mirada e Joy HI – Foto: Ney Messi

Vinicius Miranda avaliou bem suas apresentações. “Conseguimos o primeiro lugar geral com o Quartzo Santana na cavalos novos 4 anos, alcançando a nossa nota mais alta até agora, com os juízes internacionais. Também ficamos em primeiro lugar com o J.A. Incitatus na média 2. E, nas séries internacionais, alcançamos nossa meta, que era estrear a Joy HCI no small tour, onde ganhamos a São Jorge e ficamos em segundo lugar na primeira inter 1 da vida dela”, enumerou. Segundo ele, há ainda muitos pontos para melhorar pela falta de maturidade e experiência dela em provas, mas “sem dúvida vai ser uma égua com um grande futuro”, acrescentou.

Com General Santana, o conjunto tem alguns anos. “Já fizemos alguns CDIs small tour e agora estreamos no médium tour pensando em trabalhar para o grande prêmio”, adiantou.

A 42ª Exposição Internacional do Cavalo Lusitano foi realizada de 30 de maio a 2 de junho — feriado de Corpus Christi —, e contou com provas nacionais (CAN) e internacionais (CDI) de adestramento. A programação inclui, além das competições esportivas, aprovação de garanhões, concurso morfológico e demonstrações de arte equestre.

As provas do CDI tiveram dois dias, ocorrendo na sexta e no sábado. Já as provas nacionais foram de apenas um dia, com as séries e categorias divididas entre quinta e sexta, com exceção de cavalos novos 4 anos e amador top (forte 2), que se apresentaram em duas reprises, uma na sexta e outra no sábado.

O concurso internacional tem Sandra Andrea Smith, juíza FEI L3/4* pela Argentina, como presidente do júri de campo, cujos membros são Max Antonio Piraino Lyon (FEI L3/3, pelo Chile); Debbie Rodrigues (FEI L3/4-YH, pelos Estados Unidos); Marian E. Cunningham (FEI L3/4-YH, pelo Peru); Marcio Navarro de Camargo (FEI L1/2, pelo Brasil) e Magnus Ringmark (FEI L4/5*-YH, pela Suécia). Os juízes são os mesmos para o CAN, com o acréscimo do juiz nacional e diretor da modalidade na CBH, Sergio Castany de Fiori.

Fotos: Ney Messi (Cuta e Vinicius)

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