Após os dois casos de herpes-vírus tipo 1 em sua forma neurológica serem identificados na Sociedade Hípica Paranaense, no retorno dos animais depois de participarem do CSI-W Longines São Paulo Horse Show, todos os animais na SHPr foram testados. A realização do exame PCR por meio de swab nasal para detecção do EHV-1 nos 222 cavalos estabulados no momento atual identificou que 35 deles apresentaram resultado moderado e quatro alto (sendo um deles da égua que está em recuperação), segundo informou a este noticiário o médico veterinário da SHPr, Alexandro Giordani.
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Os cavalos que deram resultados de cargas moderada e alta estão assintomáticos, isso é, sem sinal clínico, mas transmitindo o vírus, seja em baixa quantidade (carga moderada), seja em maior quantidade (carga alta). “Clinicamente, todos os cavalos estão bem e sem febre, inclusive, a égua que apresentou o quadro neurológico — ela está se recuperando de forma excelente. Todos os animais estão isolados, eles têm a temperatura monitorada duas vezes ao dia e, caso venham a apresentar febre, serão ainda mais isolados dos demais”, detalhou Giordani. Uma nova coleta de swab nasal para exame PCR será feita na próxima segunda-feira, 16/9. Após os resultados, serão tomadas as medidas cabíveis, se necessário.
A SHPr estruturou dois isolamentos, com baias e pistas afastadas, com tratadores específicos, orientados para os cuidados necessários, e usando equipamentos de proteção e segurança, como aventais, de acordo com Giordani. “Eles têm pistas definidas que podem usar com horário marcado para não haver aglomeração”, disse, completando que é importante os cavalos se movimentarem. Os tratadores são específicos para cada setor de isolamento, sem circulação nas demais áreas do clube.
Giordani explicou que, em um dos isolamentos, encontram-se os 35 animais que tiveram resultado moderado e, em outro, estão aqueles cujos resultados deram alto e esses seguem regras mais rígidas de isolamento para evitar a contaminação. “Fizemos reunião com tratadores, diretoria, proprietários, com todo mundo, explicando os detalhes e as precauções necessárias.”
Conforme explicaram a professora-doutora Andressa Batista da Silveira Xavier e professora Erica Azevedo Costa, ambas da Universidade Federal de Minas Gerais, a mieloencefalopatia Herpética (EHM) é uma manifestação neurológica causada pelo EHV-1 que pode iniciar com febre e pode evoluir para perda de coordenação, fraqueza muscular, retenção urinária, paresia e em casos mais severos, paralisia, sinais encefálicos e morte.
A transmissão acontece por meio do contato direto entre cavalos, por aerossóis em curtas distâncias e pelo contato indireto com superfícies ou objetos contaminados (como comedouros, bebedouros e equipamentos). Neste momento, onde existe o risco de disseminação da doença, é fundamental analisar a temperatura de todos os cavalos continuamente e assim isolar animais com febre, com sinais neurológicos e ou com histórico de contato com animais doentes.
A SHPr informou que todas as áreas comuns do clube estão sendo desinfestadas duas vezes ao dia, proibiu levar o cavalo para pastar (comer grama) nas áreas comuns, visando a cessar a transmissividade do vírus. A hípica reforçou que os cavalos lá estabulados foram vacinados em 12/02/2024 e revacinados em 05/08/2024. Vacinar pode reduzir a transmissão do vírus, embora a proteção não seja completa.
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Entenda o caso
Duas éguas que participaram do CSI-W Longines São Paulo Horse Show, na Sociedade Hípica Paulista, entre 20 e 25 de agosto, apresentaram quadro de febre, temperatura elevada e evoluíram para o caso neurológico depois de retornarem à Sociedade Hípica Paranaense. Uma delas foi a óbito e a outra se recupera bem.
Giordani explicou que não tem como saber se o cavalo partiu do Paraná com a doença ou se a contraiu em São Paulo. “Não temos como afirmar onde o cavalo adquiriu o vírus, porque têm cavalos que são assintomáticos”, disse.
Ele diagnosticou as éguas com o EHV-1. Ambas apresentaram os sintomas oito dias depois da chegada à SHPR e o exame PCR saiu positivo no último domingo, 8/9, quando ele emitiu um comunicado à comunidade hípica informando quanto ao fechamento temporário da Sociedade Hípica Paranaense em função de dois casos confirmados de herpes-vírus tipo 1.
Por causa disso, diversos concursos já foram cancelados ou adiados — confira o calendário de adestramento atualizado aqui.
Por precaução, os cavalos do Paraná que competiram no concurso nacional de adestramento Rancho Cariama, de 4 a 8 de setembro, foram colocados em quarentena de 28 dias, uma vez que dividiram caminhão com outros animais do Paraná na viagem às competições em São Paulo.
Por causa da detecção destes casos, a diretoria veterinária da Confederação Brasileira de Hipismo orienta que todos os animais que estiveram em trânsito sejam inspecionados quando chegarem aos seus destinos, realizando controle de temperatura e exame clínico.



4 respostas para ‘EHV-1: 39 cavalos estão em isolamento na SHPr após resultado de exame’