EDITORIAL | Um novo ciclo olímpico começa com um ano sem eventos classificatórios. Seria como um respiro depois de uma intensa temporada ou um período de preparação, de ajustes estratégicos ou até mesmo a porta de entrada para novos atletas ascenderem ao seleto grupo do alto desempenho. 2025 é assim. Ele antecede os Jogos Sul-Americanos de Santa Fé e Rosário, na Argentina, entre 12 e 16 de setembro de 2026, valendo vaga para o Pan-Americano de Lima 2027, que, por sua vez, classifica equipes para a Olimpíada de Los Angeles 2028. E tem ainda o Campeonato Mundial em Aachen (Alemanha), em agosto de 26, também qualificando países para LA28, mas nele a disputa está na elite da modalidade.
INDEPENDÊNCIA EDITORIAL E COMPROMISSO JORNALÍSTICO
Apoie Adestramento Brasil para seguirmos informando vocês sobre as principais notícias do mundo dressage. Peça o mídia kit ou contribua individualmente no valor que quiser via PayPal (cartão de crédito) ou Pix (contato@adestramentobrasil.com).
Entrevistando cavaleiros de provas internacionais no ano passado, uma tônica foi a mesma: a de usar este ano de 2025, seja para confirmar o conjunto na série em que está, seja para testar subir de nível. É um ano em que se pode arriscar mais e quando tirar um porcentual mais baixo em uma prova não é tão decisivo (ainda que todos estejam de olho) para fincar o nome no Time Brasil. Um ano de conhecer ainda melhor a montaria, porque o hipismo se trata, fundamentalmente, da intrínseca e honesta parceria entre humanos e equinos.
Justamente por isso, eu sempre acho importante, aos conjuntos que almejam representar o País em qualquer campeonato grande — Odesur, Pan, Mundial e Olimpíadas —, que participem dos concursos internacionais realizados no Brasil. Até para serem julgados por juízes estrangeiros que podem enumerar outros pontos a melhorar.
A previsão é que São Paulo sedie quatro concursos internacionais, todos até três estrelas (CDI 3*), segundo o calendário divulgado pela Federação Equestre Internacional (FEI). Planejar para competir nesses CDIs é uma maneira de aproveitar as provas para fazer os ajustes necessários para o conjunto se firmar e evoluir.
É aquela ‘máxima’: contabilizar quilometragem de provas para entender como o conjunto responde a diferentes estresses e ambientes. Neste último quesito, contudo, temos um entrave, já que as provas acabam sendo realizadas sempre nos mesmos lugares, limitando a exposição dos animais a lugares e estímulos distintos, e oferecendo uma vantagem àqueles que montam no local, que, além de não se descolarem, estão acostumados ao espaço.
Planejamento é tudo
O mesmo vale para os amadores — com a diferença que, para amadores e profissionais que não estejam no alto desempenho, todo ano é ano! Afinal, quem não quer se sagrar campeão nacional ou estadual? Levar para casa o Prêmio Hipismo Brasil ou o Troféu Eficiência para quem compete em São Paulo?
Daqui a pouco (espero que logo) começam a sair os calendários. Vou, como todos os anos desde 2017, consolidar as provas, seus programas, ordens de entrada e resultados na página especial para facilitar o planejamento dos leitores do Adestramento Brasil — confira aqui e saiba que está em constante atualização.
Sempre gosto que clubes, federações e CBH divulguem com antecedência o calendário e os regulamentos, porque saber as provas e as regras que teremos no ano nos permite planejar a temporada hípica. Isso é ainda mais fundamental para quem não monta nas hípicas que sediam as competições e para quem planeja disputar campeonatos em outras cidades ou Estados.
Igualmente importante é informar mudanças no calendário e divulgar parciais dos rankings, principalmente, no segundo semestre, quando se começa a ter uma definição melhor da disputa. Infelizmente, há uns anos, a FPH parou de soltar os resultados parciais, o que é uma lástima para os conjuntos que ficam sem saber como estão se classificando e não podem, por exemplo, acrescentar provas ao planejamento para brigar pelo título. E parabéns para todas as entidades que divulgam parciais e ajudam os conjuntos a saber como estão na disputa!
Voltando ao planejamento, no meu caso, eu gosto de avaliar as provas levando em conta para quais rankings elas valem, como, por exemplo, sendo uma etapa para o Troféu Eficiência. Assim, além de focar em estar no pódio, também miro uma premiação anual, usando a somatória de pontos e alcançando o mínimo de participações.
Mas confesso que gosto muito de concursos nacionais. Como meu cavalo fica no interior, o valor de um CAN me custa um pouquinho mais que o gasto para provas internas das hípicas, devido aos custos de caminhão, estabulagem, quarto de sela, funcionário etc. Além disso, eu adoro ter a chance de já fazer correções e ajustes no dia seguinte, em vez de esperar mais de mês(es) para a próxima prova, e de ter, claro, a possibilidade de ser julgada por juízes FEI estrangeiros.
E, você, já sabe o que fará nesta temporada? Espero seguir com as coberturas exclusivas aqui no Adestramento Brasil (vamos apoiar o jornalismo, pessoal!) e encontrar todos vocês nas competições.
Um bom ano para todos!
Editorial é um texto de opinião que apresenta o posicionamento da empresa jornalística. Confira os editoriais de Adestramento Brasil aqui.


