O adestramento é a base da equitação, mas não raro é negligenciado por praticantes de salto. Para Carlos Renato Veiga Brito, a resistência de algumas pessoas do salto com o adestramento se deve, muitas vezes, pela falta de conhecimento e pela falta de uma orientação adequada por parte de profissionais sobre quais os melhores exercícios a se empregar no trabalho de cada cavalo. Para preencher esta lacuna, Brito vem fazendo um trabalho junto aos cavaleiros da hípica Chevals, de Belo Horizonte (MG).
“O adestramento é de suma importância na preparação dos conjuntos de salto, pois é através dos exercícios e das ajudas que ele nos oferece que conseguimos maior controle do cavalo dentro dos percursos, além de desenvolver a parte física, resultando na melhora do engajamento dos posteriores, no aumento da elasticidade dos lances e da flexibilidade e, consequentemente, em maior impulsão”, diz.
Brito, que ministra clínica de 10 a 12 julho na hípica Chevals, conta que se trata de uma continuação de um trabalho realizado há vários anos com os cavaleiros do local, sempre contando com o apoio do professor e cavaleiro Marcos Fernandes. Em BH, além da Chevals, ele ministra clínicas na Hípica Xapuri e em alguns outros centros de treinamento, sempre abordando o adestramento como ferramenta fundamental na melhora do desempenho de cavalos e cavaleiros de salto.
“Os princípios da equitação clássica nos dizem que devemos buscar um cavalo que ande reto, para frente, encostado na mão e com impulsão. Ao atingirmos tais objetivos, estaremos com um cavalo sob nossa sela com energia para transpor os obstáculos e, ao mesmo tempo, obediente e atento aos comandos do cavaleiro”, explica.

Movimentos laterais, como espádua para dentro, ceder à perna e apoios, bem como os trabalhos de extensão e reunião, fazem com que os cavalos tenham facilidade nas curvas. “Nos animais de salto isto é um importante fundamento e também na agilidade em se recomporem depois de um esforço e estarem reunidos e aptos para o próximo obstáculo”, completa.
Carlos Renato Veiga Brito conta que é cavaleiro e professor de equitação formado pela escola Orlando Facada, com quem monta e aprende há 26 anos.
Para ele, além da melhora no desempenho dos conjuntos dentro dos percursos de salto, o adestramento tem um papel muito importante no que diz respeito à integridade física dos cavaleiros, pois faz com que estes se preparem mais, principalmente, pelo fato de trabalhar muito a postura, a posição e o equilíbrio. “Assim, com um maior controle sobre o cavalo, a melhora no desempenho, pela facilidade do engajamento, da elasticidade e flexibilidade, teremos pistas realizadas com mais segurança, evitando-se acidentes e preservando cavalos e cavaleiros.”


