“Quando peço o galope, o cavalo sai, muitas vezes, no pé errado. O que eu estou fazendo de errado e como corrigir?” A questão, aqui respondida pelo cavaleiro profissional e juiz estadual Sergio de Fiori, é compartilhada por muitos atletas, principalmente, amadores. Pedir galope requer uma série de ajudas que precisam ser executadas com precisão e no momento certo. Clareza e acuracidade são fundamentais. Confira as orientações de Fiori para não errar mais!
“Uma boa partida a galope deve passar a impressão de naturalidade e desembaraço. Deve ser imediata, e tudo isso depende da boa coordenação das ajudas. As ajudas que usamos para partir a galope do passo ou do trote são as mesmas. O que muda é o grau de dificuldade, uma vez que no caso do passo passamos de uma andadura sem impulsão para uma andadura com um tempo de suspensão muito definido.
Tudo começa com uma ou mais meias-paradas, porque reequilibrar o cavalo transferindo mais peso para os posteriores torna essa transição mais fácil. A seguir, mantendo mais peso do lado interno, continuamos a montar para frente com perna interna na cilha, criamos uma leve flexão interna na nuca, usamos a rédea externa para controlar a espádua externa e, com a perna externa cerca de 10cm atrás da cilha, completamos as ajudas.
Agora que o cavalo inicia o galope, precisamos ser imediatos em duas coisas: acompanhar a nova andadura com o assento e aliviar a pressão da rédea interna.
Puxar a rédea interna enquanto o cavalo tenta partir a galope pode bloquear a naturalidade do movimento do dorso – e portanto dos posteriores – com o que o cavalo ou começará a galopar no outro pé, ou reagirá no contato, ou então irá para trás da vertical para conseguir galopar.
Outro problema frequente do cavaleiro no momento da partida a galope é tentar impulsionar o cavalo fazendo uma alavanca com o próprio corpo sobre a sela. Tudo o que isso faz é prejudicar o bom uso do assento e a clareza das ajudas.
Uma partida a galope mal executada, em que o cavalo toma o contragalope, também pode estar relacionada a dificuldades de retidão do cavalo. Nesses casos, o melhor é sempre escolher o círculo ou os cantos do picadeiro, com o cavalo corretamente encurvado, e caprichar nas ajudas.
Uma outra dica, agora para quando as coisas não funcionam a contento: aposte em correções construtivas. Se, ao tentar partir a galope, o cavalo acelera o trote ao invés de galopar, não continue a corrida! Volte a uma situação na qual o cavalo encontra-se permeável nas ajudas, e então peça o galope, até obter uma transição através do dorso, com o cavalo projetando-se de trás para frente com a destreza que será necessária para, um dia, abordar com sucesso as mudanças de pé no ar.”
A seção Pergunte ao expert tem como objetivo responder a dúvidas enviadas pelos leitores. A cada questão selecionamos um atleta profissional para respondê-la. Tem alguma pergunta? Envie para contato@adestramentobrasil.com