O Centro Hípico de Tatuí, no interior de São Paulo, foi o local escolhido pela Federação Paulista de Hipismo para sediar o Campeonato Paulista de Cavalos Novos. Foram apenas 13 conjuntos inscritos que apresentaram um bom nível técnico, segundo os juízes que integraram o júri de campo. A competição inovou ao entregar premiação em espécie e fazer as análises das apresentações em microfone para que todos os presentes pudessem ouvir os comentários dos juízes acerca das reprises.

“Em vez de ter comentário apenas no segundo dia, tivemos no primeiro dia também. Demos intervalo de 15 entre os conjuntos para isso. A ideia foi passar para o cavaleiro, já quando acaba a prova, o comentário dos juízes, que é uma coisa maravilhosa. Para o público também é interessante saber como os juízes pensam. Foi uma ideia da Claudia Mesquita e achei sensacional, porque cavaleiro termina a prova, escuta todas as coisas e o público também começa a entender melhor o julgamento de cavalos novos e o julgamento que os juízes gostam de ver”, explicou Rosalind Flosi de Vasconcellos Macedo, juíza e diretora de adestramento da FPH.
Assim como pontuou o presidente do júri, Márcio Navarro de Camargo (confira a entrevista dele), a juíza FEI 4* Claudia Mesquita destacou que foram dois dias de apresentações com muita qualidade técnica. “O Campeonato Paulista de Cavalos Novos foi um belo evento realizado pela FPH no Centro Hípico de Tatuí, gentilmente cedido pela Dra. Clélia Erwenne. Foi um número muito bom de participantes, se tomarmos como base o CBA de 2020 (18 conjuntos) e o Campeonato Paulista da FPH 2021 (13 conjuntos)”, assinalou.
Na mesma linha, a juíza Claudia Sant’Anna disse que, apesar do número pequeno de conjuntos, a qualidade foi muito alta (assista à entrevista em vídeo). “Tivemos a oportunidade de termos os comentários muito claros feitos por todos os juízes. Nós éramos quatro e este modelo se mostrou bastante útil para os conjuntos, que, no segundo dia, conseguiram um maior rendimento naquilo que eles tinham tido dificuldade no primeiro dia”, avaliou Sant’Anna.
Outras inovações incluíram premiar com mantas, em vez de capas para ter mais utilidade, e premiação em espécie de R$ 15 mil. “Não que dinheiro seja o fator motivacional, mas o dinheiro ajuda nas despesas, porque sabemos que é um esporte dispendioso, então, tivemos esta ideia e conseguimos patrocínio para isso através da Federação”, disse Lindinha Macedo.
Para Claudia Sant’Anna, o modelo de ter um campeonato apenas para cavalos novos foi muito interessante. “Gostei da chance de ter o campeonato só de cavalos novos, uma ideia maravilhosa e uma boa ideia para a gente [implantar no Rio de Janeiro]”, disse.
Lindinha Macedo explicou que ter cavalos novos separadamente das demais categorias era um pedido dos criadores e cavaleiros. “Quando o Campeonato de Cavalos Novos é dentro dos campeonatos grandes fica muito puxado para quem tem vários cavalos; daí, a ideia de fazer só cavalos novos”, disse. “Tenho certeza absoluta de que, em 2022, com a volta dos eventos à normalidade, o número será totalmente distinto”, acrescentou Claudia Mesquita
“Estamos felizes; gostaríamos que tivesse mais concorrentes. Este foi o primeiro Campeonato Paulista de Cavalos Novos e espero que seja uma série de longos campeonatos”, finalizou Macedo, diretora da FPH.
Avaliações dos ganhadores
Questionada sobre o nível das reprises, Claudia Mesquita destacou a categoria de quatro anos. “Foram novos conjuntos com movimentos naturais e extremamente elásticos para esta categoria”, analisou. “As demais [categorias] demonstraram grande evolução e, certamente, terão destaque no futuro, alcançando o objetivo que é desenvolver o treinamento e quem sabe competir em categorias mais altas no cenário nacional e internacional, podendo chegar futuramente a um Pan-americano, Jogos Olímpicos ou Mundiais”, assinalou.
Com sete concorrentes, cavalos novos quatro anos foi a categoria mais disputada do campeonato. O brasileiro de hipismo My Lord do Drosa (Lord Leatherdale x Havannah), montado por Manuel Raposeiro, venceu os dois dias de provas e levou o título com média final de 83,900% (assista à entrevista com o Raposeiro). Na avaliação dos juízes, a reprise do segundo dia, domingo 15/8, teve o galope como a melhor andadura e trata-se de um cavalo de futuro, sendo preciso observar observar a cadência do trote e trabalhar mais o contato.
Em cavalos novos cinco anos, Novidade VO (BH, Negro x Ornella) concorreu com outros dois animais, venceu os dois dias e fechou o campeonato com média final de 84,900%. Para os juízes, a reprise de domingo apresentou bom trote com elasticidade, passo no ritmo correto e o galope como melhor andadura, com autossustentação e boa energia, precisando o conjunto atentar-se às partidas ao galope para não sair da mão.
Tanto a categoria de seis anos como a de sete anos só tiveram um único concorrente. Luar HM (Lusitano, Diamante Negro do Juliana x Wilrona) fechou com média de 80,700% em seis anos e Jorge VO, com 85,400%, em sete anos. Para os juízes, a perspectiva de Luar é de um cavalo de futuro precisando trabalhar mais engajamento, descontração e cadência, além de transições.
Com relação a Jorge VO (lusitano, Xamã dos Pinhais x Visqueira V.O.) a prova de domingo foi avaliada como melhor que a de sábado, com bom ritmo e cadência do começo ao fim. Para os juízes, trata-se, “com certeza, de um cavalo bom, precisando trabalhar mais flexão, encurvatura e fluência nas encurvaturas”.
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2 respostas para ‘Juízes destacam bom nível técnico no Paulista de Cavalos Novos’