Os cavalos treinados por Charlotte Dujardin obedecem a uma rotina de treinos que inclui trilhas e passeios, o que chamamos aqui de “fazer exterior”, e um dia de folga. De acordo com ela, esta variedade ajuda a fixar as lições aprendidas e prepara os cavalos para as provas, uma vez que ficam expostos a diferentes ambientes.
“Eles veem e experimentam outras coisas”, destacou, durante uma aula magna (masterclass) no Central Park em Nova York (veja no vídeo abaixo). A amazona também ressaltou a importância de manter os cavalos felizes e gostando do que estão fazendo no dia a dia; e dividiu com o público como estrutura os treinamentos dos animais.
Não importa se é cavalo novo ou medalha de ouro, todos trabalham recebendo lições de adestramento em quatro dias na semana no picadeiro, saem em trilhas dois dias e descansam um dia. Os cavalos recebem aulas às segundas e às terças. Às quartas, eles fazem exterior no campo e nas estradas. “Temos 18 cavalos em casa e todos os cavalos saem para o campo, dos animais de três e quatro anos até Uthopia e Valegro. É importante que eles tenham este tempo para desligar”, disse.
Às quintas e às sextas, eles voltam a trabalhar na pista para aprendizado. Aos sábados, eles vão, novamente, passear e os domingos são dias completamente sem trabalho. “As sessões de treino de aprendizado não duram mais que 45 minutos e é muito importante que eles tenham um dia de folga”, ela ressaltou.
Dujardin prega que os animais tenham uma vida normal e que não fiquem apenas aprendendo no picadeiro. “Eles têm de ver o mundo também.”
A rotina de treino é antiga. Em um vídeo (acima) de uma clínica de Carl Hester com Dujardin montando Valegro aos cinco anos de idade, a importância de se intercalar momentos de aprendizados com descontração também foi enfatizada. Hester destacou que a pausa faz com que os animais assimilem e entendam melhor o conhecimento adquirido.
Em outro vídeo (abaixo), no qual mostra como transformar um trote “feio” para algo espetacular, a amazona duas vezes medalha de ouro individual em Jogos Olímpicos (Londres 2012 e Rio 2016) lembra que a coisa mais importante ao comprar cavalo é observar e avaliar a mecânica dele.
“A mecânica é algo que não se pode mudar”, enfatizou, lembrando que é possível melhorá-la, por exemplo, ensinando o cavalo a passar de um trote normal para um suspenso, que fica especial.