Detentora do título, a alemã Isabell Werth (49 anos) conduziu a égua de 13 anos Weihegold OLD à vitória na prova de grande prêmio, primeira parte da final da Copa do Mundo da FEI (FEI Dressage World Cup 2019), disputada neste fim de semana na arena Scandinavium em Gotemburgo, na Suécia. Werth ganhou com pontuação final de 81,755%, ficando Laura Graves e Verdades, pelos Estados Unidos, em segundo com 80,109%. Da Dinamarca, Daniel Bachmann Andersen fez 78,152% com Blue Hors Zack e classificou-se em terceiro.
Ao comentar o resultado, a atleta número 1 do mundo e também a mais condecorada da história do esporte equestre, ressaltou que nada está garantido. “Eu posso sentir a brisa na parte de trás do meu pescoço”, disse a amazona que pode conquistar seu terceiro título consecutivo da Copa do Mundo. Ela destacou a qualidade dos conjuntos dos EUA. Além de Graves, Kasey Perry-Glass ficou em quarto com Goerklintgaards Dublet (77,267%) e Adrienne Lyle em oitavo com Salvino (75,326%). Veja os resultados completos aqui.
Os juízes foram Maria Colliander, da Finlândia; Magnus Ringmark, da Suécia; Thomas Lang, da Áustria; Stephen Clarke, do Reino Unido; Maria Schwennesen, da Austrália; e Henning Lehrmann, da Alemanha.
Nona a entrar em pista, Kasey Perry-Glass e Dublet lideravam a tabela de classificação com uma pontuação de 77,267% até Werth e Weihegold entrarem e alcançarem 81,755%. Depois, Bachmann Andersen e Blue Hors Zack superaram Kasey Perry-Glass galgando o segundo posto ao obter 78,152%. A liderança de Werth ficou vulnerável quando Graves se apresentou. Segundo relato da FEI, o conjunto número 2 do mundo começou o GP com algumas grandes pontuações iniciais, mas houve um pequeno erro no trote estendido e o placar final de 80,109% deixou Werth na liderança, com Graves superando o dinamarquês.
Na coletiva de imprensa, Graves afirmou estar com muita fome de estar no topo do pódio e que fará o seu melhor amanhã. “Eu sei que há uma chance real, eu acredito neste cavalo — ele tem 17 anos, mas na melhor forma de todas!”, disse. Já Werth ressaltou que Gotemburgo lhe traz ótimas lembranças, afinal, foi lá que ela postou sua primeira vitória na FEI Dressage World Cup com a Fabienne em 1992. A questão que fica é se ela pode fazer isso de novo 27 anos depois. Como ela disse, “amanhã é um jogo totalmente novo – teremos que esperar e ver…”
Isabell Werth recebeu o título pela primeira vez em 1992 em Gotemburgo, na Suécia. Depois, foi campeã em 2007 em Las Vegas (EUA); em 2017, em Omaha (EUA) e, em 2018, em Paris (França).
A competição decisiva será o GP estilo livre de amanhã (6/4, às 16 horas, horário local).
Entenda a Copa do Mundo da FEI
A Copa do Mundo de Adestramento da FEI foi criada em 1985 e o conjunto campeão é decidido na prova de grande prêmio estilo livre. Em todos seus anos de história, a Copa do Mundo foi vencida apenas por quatro cavaleiros: o alemão Sven Rothenberger, montando Andiamo, em 1990; o estadounidense Steffen Peters com Ravel em 2009; os holandeses Edward Gal com Totilas, em 2010, e Hans Peter Minderhoud com Glock’s Flirt em 2016.
A Copa do Mundo de Adestramento da FEI compreende uma série de competições do nível de grande prêmio realizada em diversos países com objetivo de qualificar os conjuntos para a final. Os países são divididos em quatro ligas: Europa Ocidental, Europa Central, América do Norte e Pacífico (Austrália e Nova Zelândia). Atletas de outras nações também podem se qualificar para a Copa do Mundo disputando a liga da Europa Ocidental, mas precisam avisar com antecedência a FEI.
Classificam para a final nove conjuntos da liga da Europa Ocidental, dois da Europa Central, um do Pacífico, dois da América do Norte, um de país não incluso nas ligas, o campeão do ano anterior e mais dois conjuntos extras apontados pela FEI que podem ser de atleta com residência permanente e que qualificou em uma das ligas ou para atleta do país que sedia a final, caso nenhum tenha se qualificado na seletiva ou para o conjunto mais bem ranqueado na lista mundial da FEI.
Em qualquer liga, os conjuntos podem competir em até seis provas classificatórias e valerão os quatro melhores resultados, exceto para a liga do Pacífico que são três, sendo que em duas delas precisam ter disputado GP estilo livre. A pontuação é baseada na classificação do conjunto. No entanto, para poder disputar a final, o conjunto tem de ter obtido, em dois CDI-Ws classificatórios distintos, nota mínima de 68% no GP estilo livre.
Cada país pode classificar até três conjuntos e cabe à nação apontar quais serão os três competindo na final no caso de mais conjuntos se classificarem. Cada atleta só pode participar com um cavalo.
Há regras também com relação ao júri. Por exemplo: três dos cinco juízes das etapas classificatórias em GP e GP freestyle precisam ser de nacionalidade diferente do país que está sediando a competição e devem ser 4 ou 5 estrelas. Também não pode haver dois ou mais juízes da mesma nacionalidade no júri de campo, com exceção para CDI-Ws fora da Europa desde que autorizado pela diretoria de adestramento da FEI.
O regulamento da Copa do Mundo pode ser lido na íntegra aqui.
Com informações do press release da FEI.
Foto: divulgação FEI /Liz Gregg