Focar em exercícios diferentes é uma das estratégias de Sarah Waddell na quarentena

O momento da quarentena está sendo produto para a cavaleira profissional Sarah Waddell. O treinamento dos cavalos — ela monta entre dez a 12 por dia — segue em dia e ela tem aproveitado o período sem provas para subir alguns de nível. “Claro, gostaríamos de ter provas, isso está fazendo muita falta. Mas, em vez de desanimar, eu estou focando em manter eles na melhor da forma, tentando exercícios e coisas diferentes que, normalmente, eu não teria tempo e nem coragem de tentar entre duas competições”, contou para a série especial que Adestramento Brasil está fazendo para entender como as restrições impostas pela pandemia e a suspensão das competições afetam haras, amazonas e cavaleiros. Waddell segue montando, segundo ela, com atenção redobrada aos cuidados: máscara, luvas e muito álcool gel.


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Adestramento Brasil — Para este período, como você pensou o trabalho dos diferentes cavalos que monta e por quê?
Sarah Waddell — Estamos, infelizmente, passando por esta fase delicada e complicada, porém, em relação aos meus cavalos, o trabalho segue! Os cavalos que estão subindo de nível de um ano para o outro, normalmente, entram em um novo ciclo de competições relativamente verdes e vão se aprimorando ao longo do ano. Eu estou usando a falta de competições para deixar estes cavalos no nível bom, mantendo um ritmo constante de treinamento, treinando reprises, filmando e mandando para os meus treinadores Hubertus Schmidt, da Alemanha, e Dr. Cesar Parra, dos Estados Unidos, assim, permanecemos ativos, mesmo sem ter provas para sermos “julgados”.

Para os meus cavalos, que talvez estivessem um pouco “verdes” demais no começo do ano, esta quarentena está sendo boa para colocar eles em pauta, sem aquela pressão que vem das futuras provas. Para os meus outros cavalos, que não estavam ativos ou estavam voltando de alguma pausa, a quarentena está sendo ótima para voltar com calma, de olho no final do ano e/ou no ano que vem!

Como é a sua rotina de treinos?
Eu monto, em média, dez a 12 cavalos por dia. Todos os cavalos têm os treinos pensados. Como não há provas, podemos variar ainda mais os treinos. Entre trabalhos de cavalettis, exterior, trabalho de fôlego, exercícios isolados da prova e treino próprio de reprise. Eu vou montando os meus dias de acordo com eles. Posso “apertar” eles dois dias, dou um ou dois dias de folga ou trabalho mais leve, sempre pensando na felicidade deles e mantendo a disciplina.

Quais são os prós e contras de ficarmos sem provas? Como que isto afeta o desempenho dos conjuntos, tanto seu quanto de seus alunos?
Eu acho que isso depende de cada um. Cada um leva esta pausa forçada de um jeito. Alguns desanimam, outros ficam com “sangue nos olhos” [risos]. Este último é o meu caso. Claro, gostaríamos de ter provas, isso está fazendo muita falta. Mas, em vez de desanimar, eu estou focando em manter eles na melhor da forma, tentando exercícios e coisas diferentes, que normalmente eu não teria tempo e nem coragem de tentar entre duas competições. Estou super animada para o reinício das provas. Tento manter os meus alunos com o mesmo entusiasmo. Precisamos tentar ser positivos nesta quarentena, os frutos colheremos com certeza quando tudo voltar ao “novo normal”!

Com relação aos campeonatos, qual é o seu foco para 2020, pensando que podemos ter as provas reiniciadas no segundo semestre?
Eu vou entrar em todas!! [Risos] Brincadeiras à parte, hoje, sendo realista, eu torço para que o Campeonato Brasileiro e também um CDI sejam possíveis; e que todos os meus cavalos e alunos cheguem na melhor forma possível! Acho que vamos nos divertir muito! Se tivermos provas antes, melhor ainda!

Quais medidas de segurança você tem tomado para evitar o contágio da Covid-19?
Eu estou sendo super cuidadosa. Claro, saio de casa todos os dias para ir montar, mas aí redobro a atenção. Uso luvas para montar, essas que eu lavo todos os dias, roupas idem, material dos cavalos é higienizado com álcool. Todo mundo, obviamente, está usando máscara. Entre um cavalo e outro, eu lavo as mãos e passo álcool gel; não entro no meu carro sem ter lavados as mãos e desinfeto o interior (volante, freio de mão etc.) com álcool e, claro, evito qualquer aglomeração, reunião com os amigos. Monto e volto pra casa! E rezo para isso tudo passar logo e que todo mundo fique se cuidando e saudável!

Foto: arquivo pessoal / João Markun

SÉRIE ESPECIAL DE ENTREVISTAS — Quando o surto da Covid-19 chegou ao Brasil, as competições pararam e, para tentar frear o avanço da doença, a quarentena foi decretada. Contudo, quem lida com cavalos atletas sabe que o trabalho precisa seguir. Para entender como o período de pandemia está afetando profissionais e haras, Adestramento Brasil preparou uma série de entrevistas com diferentes coudelarias, amazonas e cavaleiros. Todas as entrevistas publicadas nos próximos dias estão reunidas nesta página

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