O segundo concurso internacional de adestramento paraequestre realizado no Brasil teve cinco conjuntos registrando requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês), o que os habilita a poder participar dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Realizado no Clube Hípico de Santo Amaro, entre 17 e 20 de agosto, o CPEDI contou com 19 conjuntos disputando diversos graus e séries — novice, intermediário e grande prêmio.

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“Nos estamos, nos CPEDIs, fazendo nossas seletivas para a Paraolimpíada de Paris. Mas, ao mesmo tempo que o nosso foco principal é Paris 2024, nós também estamos com um trabalho novo de fomento, trazendo muito atleta novo. Tivemos oito estados participando deste CPEDI, o que é um avanço, porque, normalmente, eram quatro — Brasília, São Paulo, Brasília, Goiás e Minas Gerais. Tivemos, além deles, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro”, destacou Claudiane Pasquali, diretora da modalidade paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo, em entrevista ao Adestramento Brasil durante o internacional.
No grau 1, Sergio Froes Ribeiro de Oliva obteve mais dois MERs e com duas montarias distintas: Escadron Van Koekshof e SL Sabacord — que se somam ao MER alcançado na Holanda, no primeiro semestre deste ano, com Milenium. Ainda no grau 1, Cleberson Leopoldo Antunes Palhano garantiu índice com Danubio. Marcos Fernandes Alves, o Joca, alcançou índice no grau 2 com Black. E Thiago Fonseca dos Santos obteve índice com Caliscan Jmen no grau cinco.
Para ser elegível, os conjuntos devem ter alcançado pelo menos uma pontuação de sessenta e quatro por cento (64%) em um evento FEI de adestramento paraequestre de nível 3* (CPEDI 3) ou superior em uma competição individual ou por equipe entre 1º de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2022 ou tenham alcançado pelo menos uma pontuação de sessenta e quatro por cento (64%) em um CPEDI 3 ou superior em prova de grande prêmio teste A ou grande prêmio teste B de 1º de janeiro de 2023 a 19 de junho de 2024.
>>> Leia as regras para Paralimpíada de Paris 2024
De olho na vaga por equipe
O Brasil está em busca da qualificação do País para levar uma equipe para os Jogos de Paris. Para classificar por equipe, o Brasil precisa obter mais pontos no ranking paralímpico por equipes da FEI. O principal rival é o Canadá, que também tem uma equipe e está no páreo. Os Estados Unidos já se classificaram por equipe no Mundial de Herning. Se o Brasil não classificar a equipe, os três melhores cavaleiros das Américas (sem contar os já classificados por equipe) no ranking paralímpico individual obtêm a vaga para seu país, sendo somente permitidos dois de uma mesma nação.
Para o ranking paralímpico por equipes da FEI a nação tem de indicar um time e a soma da pontuação dos indicados vale para a contabilidade. No primeiro CPEDI compuseram a equipe Sérgio Oliva, Thiago Fonseca, Luiz Menin e Davi Mesquita e nesse último foram Sergio Oliva, Thiago Fonseca, Marcos Alves e Cleberson Palhano.
Até o momento da finalização desta reportagem, o Canadá estava à frente do Brasil no ranking da FEI, mas os resultados do CPEDI no CHSA não haviam sido contabilizados. “Temos esperança de passar o Canadá já nesse CPEDI, mas, se não conseguirmos, temos outros pela frente.” Um terceiro CPEDI está previsto para ocorrer em outubro e um quarto está planejado para dezembro no Estado de Goiás.
Questionada sobre a impossibilidade de contar com Rodolpho Riskalla, que está suspenso por doping e não pode competir até o fim de maio de 2024, a diretora explicou que o impacto é no sentido de que a CBH havia plano de trazê-lo ao Brasil para competir em um dos internacionais e aumentar as chances do País, já que o atleta vem registrando altos porcentuais finais. Isso não será mais possível.
17 a 20 de agosto — CHSA (São Paulo)
Concurso de paradressage internacional (CPEDI 3*) => Página FEI | Programa | Ordens de entrada: sexta – sábado – domingo | Resultados: sexta (18/8) – sábado (19/08) – domingo (20/08) – compilado geral | Resultados – Gira
Em busca de novos talentos
Claudiane Pasquali destacou que, fruto do trabalho de buscar novos atletas, alguns talentos estão sendo revelados. “Acabamos vendo atletas que estão se destacando. Então, existe, sim, uma possibilidade de a gente levar para Paris alguém que desse trabalho”, disse, sem revelar nomes. A descoberta, ela contou, foi entre o CPEDI da Sociedade Hípica Paulista e o realizado em CHSA.
Foi um trabalho físico, de ir aos lugares para encontrar candidatos à modalidade, relatou a diretora. “Pesquisando no CPB [Comitê Paralímpico Brasileiro], descobri são 28 centros de referência espalhados no Brasil e o segundo maior — o primeiro é São Paulo — é em Blumenau e atende a mais de 830 atletas do paradesporto, divididos em 14 esportes paralímpicos. Então, é um polo; e a cidade de Blumenau criou recentemente, em fevereiro, a secretaria municipal do paradesporto, em função de ter essa demanda muito grande, essa quantidade. E nós passamos a ser o 15º paradesporto”, contou. Dali, dois atletas já estão participando de provas e um terceiro foi recém-classificado.
Os candidatos ao paraequestre passam por classificação funcional feita por uma comissão, que conta com, no mínimo, duas pessoas na equipe, com médica fisiatra, um fisioterapeuta e classificadores. “A nossa comissão já tem mais três trainees que fizeram curso de classificador e três classificadores oficiais. Trouxemos da Noruega a Elizabeth Trille, no Campeonato Brasileito no ano passado, e foi ela quem deu o curso de formação para os nossos novos classificadores nacionais no ano passado. Foram seis classificadores e três já cumpriram todos os requisitos, participando de classificações nacionais e internacionais e estão habilitados”, apontou. “Nos CPEDIs, nós temos contado nos concursos sempre com dois classificadores internacionais”, acrescentou.


Uma resposta para “Cinco conjuntos alcançam MERs para Paris no CPEDI 3* no CHSA”