Ao passar do galope para o trote e vice-versa, amazonas e cavaleiros precisam atentar-se para que as transições não saiam nem bruscas e nem muito ‘xoxas’. O cavalo não pode reagir e muito menos perder a impulsão. Precisão e suavidade, ao mesmo tempo em que se mantém o ritmo do cavalo, são alguns dos pré-requisitos básicos. Cavaleiro profissional Roberto (Billy) Souza dá algumas dicas para obter uma boa transição.
Billy Souza tem 15 anos de profissão, trabalhando desde a doma dos animais até o treinamento de nível intermediário, tanto em adestramento como em equitação de trabalho.
“Na transição do trote para o galope, é importante que o cavalo esteja levemente encurvado para dentro, em uma espádua à frente. Ao encurvar o cavalo, diminuímos as chances de ele reagir. Se ele estiver em uma boa encurvatura, dificilmente ele irá reagir. Com isto em mente, o cavaleiro deve, no trote de trabalho, dar meia-parada para indicar ao cavalo que algo irá acontecer.
Para pedir o galope, o cavaleiro precisa adiantar a perna de dentro, que é responsável por dar energia e impulsão do cavalo, e atrasar levemente a de fora (da cerca). Com ambas as pernas nestas posições, deve-se abraçar o cavalo, fazendo uma leve pressão com as duas pernas — e não apenas com a de fora. É importante dosar este aperto para que o cavalo parta quando o cavaleiro solicitar, mas não saia em disparada.

Já do galope para o trote, o cavalo tem de estar em galope de trabalho, mais andado, para ir para o trote — para pedir galope-passo, usamos o galope reunido. A preparação para esta transição deve começar uns três a quatro galões antes do lugar onde você quer que o cavalo passe para o trote. Para que ele passe ao trote, o cavaleiro deve dar uma meia-parada com a mão de fora, ao mesmo tempo em que afunda na sela, voltando o corpo um pouco para trás.
Outra dica é apertar os joelhos contra a sela e afundar os calcanhares nos estribos. Caso sinta resistência do animal, reforce a meia-parada, mas cuidado: você não quer dar um tranco na boca do cavalo. Uma vez no trote, é importante manter o ritmo.
No caso de cavalos novos, que ainda estão aprendendo os movimentos, o cavaleiro tem de ter, antes de tudo, muita paciência, porque pode demorar um pouco até o animal assimilar os movimentos e entender as ajudas. E sempre se lembre de agradar o cavalo sempre que ele acertar.
Em todos os casos, preparar o cavalo é fundamental. O cavaleiro deve sinalizar o que quer do cavalo para não pegá-lo desprevenido e de surpresa, e nunca pedir a transição em cima da hora. Tem de preparar o animal e mostrar o que quer aos poucos para o exercício fluir”
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Foto: Ambar Dressage
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