Acertar alguns detalhes e manter os cavalos em treinamento têm sido a filosofia da Coudelaria Alegria dos Pinhais durante o período de quarentena. Em entrevista para a série que Adestramento Brasil está conduzindo com objetivo de entender como as restrições impostas pela pandemia e a suspensão das competições afetam haras, amazonas e cavaleiros, Carlos Vicente Pereira Cardoso, ginete na coudelaria, explicou que o foco é deixar os cavalos prontos para quando as provas retomarem.
Adestramento Brasil — Para começar, conte brevemente um pouco do haras.
Carlos Vicente Pereira Cardoso — A Coudelaria Alegria dos Pinhais existe há mais ou menos 25 anos e está localizada em Itapetininga, no interior de São Paulo. Tem foco na criação de animais típicos e funcionais e tem pouco mais de cem animais, sendo 18 cavalos em treinamento.
Como estão passando a quarentena e período sem provas?
Os cavalos de provas continuam em trabalho normal para quando voltar já estarem prontos para competir. Já com os cavalos que não estão em provas diminuímos um pouco, mas todos continuam trabalhando. Também estamos aproveitando para dar uma afinada pensando na volta das competições.
Como é a rotina dos cavalos em treinamento?
Cada cavaleiro trabalha entre seis e sete cavalos por dia. A rotina de treinamento se dá de segunda a sábado com folga no domingo. Também fazemos exterior com eles. Temos uma rotina de, após o trabalho, soltar os cavalos no piquete para relaxar e depois eles tomam banho e voltam para baias.
Quais são os prós e contras de ficarmos sem provas?
De prós, foi para a gente afinar alguns detalhes e contra foi a falta do ambiente de provas, com o clima de competição e a adaptação dos cavalos com o ambiente de competição, principalmente para os cavalos novos.
Com relação aos campeonatos, qual é o foco do haras para 2020, pensando que podemos ter as provas reiniciadas no segundo semestre?
O foco é deixar os cavalos prontos para quando voltar. Estamos pensando no Ranking da Sociedade Hípica Paulista e no Campeonato Brasileiro, além de empistar alguns cavalos de quatro anos.
Quais medidas de segurança para preservar a saúde das pessoas foram tomadas no haras para evitar o contágio da Covid-19?
Ficamos isolados o máximo possível, com uso de máscaras e álcool em gel. Também evitamos receber visitas e aglomerações.
Foto: divulgação / arquivo pessoal
SÉRIE ESPECIAL DE ENTREVISTAS — Quando o surto da Covid-19 chegou ao Brasil, as competições pararam e, para tentar frear o avanço da doença, a quarentena foi decretada. Contudo, quem lida com cavalos atletas sabe que o trabalho precisa seguir. Para entender como o período de pandemia está afetando profissionais e haras, Adestramento Brasil preparou uma série de entrevistas com diferentes coudelarias, amazonas e cavaleiros. Todas as entrevistas publicadas nos próximos dias estão reunidas nesta página.