Quatro conjuntos — mesmo patamar que no Rio 2016 — alcançaram notas acima dos 80% passados os dois dias de competições de grande prêmio nos Jogos Olímpicos de Tóquio. As provas foram válidas como classificatória para as finais por equipe e individuais. Competindo no primeiro dia, a alemã Jessica Von Bredow-Werndl manteve o porcentual mais alto, ao cravar 84,379% com TSF Dalera. A favorita Isabell Werth foi a última a entrar em pista, neste domingo 25/7, e fechou a participação com 82,500% com Bella Rose. Do mesmo Grupo F, Charlotte Dujardin, pela Inglaterra, entrou pouco antes de Werth e fez 80,963% com Gio, mas, na classificação geral, ficou atrás da dinamarquesa Cathrine Dufour que fez 81,056% com Bohemian.
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Última a competir, Werth liderou o grupo final de dez conjuntos montando sua amada Bella Rose. “É sempre muito importante que você tenha um campo forte de competidores, porque isso pressiona uns aos outros para obter o melhor desempenho; e esse é o espírito de competição”, ressaltou Werth à FEI.
Ela descreveu Bella Rose de 17 anos como “o cavalo dos meus sonhos e quando ela está em sua melhor forma, ela é a melhor — sua maneira de se mover, seu caráter, seu carisma, seu piaffer / passagem pela linha central. “É claro que Weihe [seu outra égua Weihegold] é super e os mais novos também são, mas com Bella você tem a sensação de que sempre há algo mais possível!”, destacou
Falando sobre esses “jogos como nenhum outro” em Tóquio, a múltipla campeã olímpica disse que a falta de público pode ser influente. “Você verá isso principalmente nas decisões de medalhas, especialmente no estilo livre. Haverá música, mas nenhuma multidão para carregar os cavalos e cavaleiros — e isso faz uma grande diferença —, mas, por outro lado, estamos muito felizes por podermos estar aqui, por podermos competir e por termos uma Olimpíada. Estamos em uma disciplina que realmente depende dos Jogos, porque então ficamos mais no foco da mídia e do mundo e isso motiva os cavaleiros mais jovens”, resumiu.
Os juízes atribuíram a pontuação máxima de dez em 14 ocasiões durante a segunda metade do grande prêmio e 13 delas foram obtidas por Bella Rose de Isabell Werth (sete para piaffe, cinco para passage / transições de piaffer e uma para o alto). Um único dez concedido ao Gio de Charlotte Dujardin por mudanças de dois tempos.
Dujardin, cujo reinado de supremacia com o grande Valegro mudou muito o adestramento nos últimos anos, mostrou-se claramente super empolgada com sua última estrela em ascensão. Segundo a FEI, era possível sentir aquela rivalidade entre Dujardin e Werth.
- Resultados:
Falando sobre Gio, Dujardin disse à FEI: “Eu estava tão feliz, ele é um cavalo inexperiente, muito verde, então, era um pouco desconhecido o que esperar. Hagen (na Alemanha em abril deste ano) foi o maior evento do qual ele participou. Eu não poderia pedir mais nada hoje, ele foi lá e ele testou seu coração. Ele é simplesmente inacreditável, ele continua se dando. Eu me senti emocionada na última linha do meio, porque, quando você faz uma prova como essa, ganhar ou perder é tudo de que isso se trata. Ele é como uma pequena potência, ele é pequeno, mas definitivamente poderoso, pois onde ele está em seu treinamento eu sei que ele pode dar ainda mais e estou muito feliz com ele”.
Nos Jogos do Rio 2016, Dujardin fechou GP em primeiro lugar com Valegro e 85,071%, seguida da alemãs Kristina Bröring-sprehe (82,257% com Desperados FRH); Dorothee Schneider e Showtime FRH (80,986%); Werth com Weihegold OLD (80,643%).
Neste domingo, até Charlotte Dujardin entrar em pista ninguém havia alcançado a marca dos 80%. Dorothee Schneider fechou o GP com 78,820% com Showtime FRH e Steffen Peters e Suppenkasper pontuaram 76,196%. Schneider disse à Federação Equestre Internacional que seu cavalo estava “um pouco tenso, o que é normal para ele no primeiro dia”. Schneider ficou um tempo fora das provas, depois o cavalo que ela estava competindo caiu morto durante uma cerimônia de premiação, o que a fez cair e ela quebrou uma clavícula quebrada. “Mas está tudo bem agora!”, ressaltou. “Demorou um pouco para voltar e não foi tão fácil mentalmente, mas agora estamos de volta e estou feliz de novo”, explicou ela à FEI.
“O Showtime competiu no Campeonato Europeu em 2019 e depois voltou para casa, porque queria mantê-lo seguro para os Jogos Olímpicos de 2020 e depois não houve Jogos! Eu queria começar no início de 2021, mas sofri um acidente em abril. Mas ele é um cavalo experiente e, uma vez que sai para competir, três ou quatro vezes depois ele está bem”, disse ela sobre o cavalo castrado que a levou ao ouro por equipe nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e que ela monta desde os três anos de idade dele.
Classificados — Os 18 conjuntos que passaram para a decisão da medalha individual de quarta-feira também foram confirmados. Disputam o GP estilo livre os dois melhores de cada um dos seis grupos de qualificação — Charlotte Fry e Charlotte Dujardin (Grã-Bretanha), Therese Nilshagen e Juliette Ramel (Suécia), Cathrine Dufour e Carina Cassoe Kruth (Dinamarca), Edward Gal (Holanda), Jessica von Bredow-Werndl, Dorothee Schneider e Isabell Werth (Alemanha), Sabine Schut-Kery e Adrienne Lyle (Estados Unidos) — e também são qualificados os seis melhores indivíduos, à parte dos líderes dos grupos: Nanna Skodborg Merrald (Dinamarca), Beatriz Ferrer-Salat (Espanha), Hans Peter Minderhoud (Holanda), Carl Hester (Grã-Bretanha), Rodrigo Torres (Portugal) e Steffen Peters (EUA).
Caroline Chew, de Cingapura, foi eliminada por sangue em Tribiani.
* Com informações da Federação Equestre Internacional.
Foto: FEI/Shannon Brinkman
