Veterinário da Confederação Brasileira de Hipismo, responsável pelos animais da equipe de adestramento, Henrique Macedo Neuenschwander (na foto, o segundo da esquerda para a direita) acompanhou os cavalos desde a saída do Brasil de caminhão, esteve ao lado deles durante todas as provas e voltou acompanhando o caminhão dos Jogos Sul-Americanos de Assunção até São Paulo. No Paraguai, comemorou com o time as medalhas de ouro por equipe e de ouro, prata e bronze no individual. Em viagens longas assim o trabalho do veterinário é de suma importância para garantir o bem-estar dos cavalos e que eles cheguem bem ao destino final. Na entrevista a seguir, Henrique Macedo relata a experiência e conta um pouco sobre o trabalho dele na equipe.

Adestramento Brasil — Como veterinário da equipe, você acompanhou os cavalos na viagem de caminhão. Como foi o trajeto?
Henrique Macedo Neuenschwander — Decidimos dividir a viagem em três paradas para que os cavalos pudessem ter o descanso necessário. Fizemos Campinas a Londrina; depois Londrina a Foz do Iguaçu e de Foz a Assunção. Esse planejamento é importante, já que precisamos decidir quais paradas tem a estrutura adequada, além de saber os horários permitidos para chegar em cada parada. Por exemplo, só poderiam desembarcar em Foz às 8 horas, então, viajamos de madrugada, porque o fiscal não trabalha aos fins de semana e ele tem que ver os cavalos desembarcando. A viagem foi relativamente tranquila, com intercorrências normais e manejáveis.

Que tipo de cuidados têm de ter em uma viagem tão longa?
O principal são as proteções durante a viagem, a alimentação e a hidratação, além dos pequenos detalhes, como contar com um bom caminho, boa cama, boas divisórias, alguns viajam de liga, outros proteções de viagem outros sem nada.
Qual é o papel do veterinário de equipe durante grandes competições?
O veterinário da equipe deve conhecer os cavalos participantes das seletivas, sugerir e, junto com os veterinários particulares, deixar os cavalos na melhor forma para competir. Também fornece opinião e acessa os riscos relacionados à saúde desses animais nas competições para CBH. Durante as competições, deve fazer a manutenção e a recuperação desses cavalos e devolver esses cavalos após as competição para seus haras no mesmo estado que foram.
Como veterinário, chefe de equipe e técnico trabalham juntos?
Eu, o Nobert [Van Laak, técnico da equipe], Pia [Aragão, chefe de equipe] e o Sergio [de Fiori, diretor de adestramento da CBH] trabalhamos muito bem juntos e somos muito francos e honestos entre nós.
O treinador tem que saber exatamente os problemas dos cavalos, para que não force demais algumas regiões, escolha alguns tipos de exercícios específicos, respeite os intervalos e descansos. E até nos informar algumas dificuldades em alguns movimentos para que possamos tentar ajudar. Os chefe de equipe e o diretor têm que saber de tudo para que possam informar, proteger e tomar as decisões necessárias com o máximo de informações possíveis.
O que você achou do desempenho dos conjuntos brasileiros no Sul-Americano? Foi o que esperava?
O desempenho foi espetacular, fomos crescendo dentro da competição e conseguimos, além da classificação para o Pan, conquistar todas as medalhas individuais possíveis. E, no ano que vem, vamos para Santiago com uma equipe forte. Vamos bater todos recordes em Pan-Americanos da história.
Foto: Luis Ruas (abre); arquivo pessoal (interna)
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