Com explicações didáticas, a segunda edição da prova-clínica, realizada no último dia 6 de outubro na Hípica Bonanza, em Atibaia (SP), foi de bastante aprendizado para os 20 conjuntos que se apresentaram e para os ouvintes.
Pelo formato do evento, os competidores executaram, pela manhã, uma reprise à escolha deles. A apresentação foi filmada e julgada e, à tarde, os juízes explicaram os critérios de aplicação das notas e deram dicas do que fazer para melhorar o desempenho. Com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Puro Sangre Lusitano (ABPSL), a segunda edição pôde contar com quatro juízes: Claudia Mesquita, Lindinha Macedo, Márcio Navarro de Camargo e Syllas Jadach.
Antes de começar as avaliações das reprises filmadas, Claudia Mesquita passou um vídeo e deu uma breve explicação acerca do que juízes buscam com os julgamentos de cavalos novos. A juíza FEI 4* também mostrou filmes sobre conceitos básicos de adestramento, como, por exemplo, a definição das andaduras e a diferença entre os movimentos laterais. “A gente parte do dez e vai tirando, então, para se chegar à nota oito há uma série de componentes que influenciam a nota”, explicou.
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Na segunda edição, os juízes, especialmente Mesquita e Macedo, enfatizaram o que amazonas e cavaleiros podem fazer para melhorar os exercícios e, consequentemente, aumentar a nota. O tom foi de crítica construtiva. “Adestramento é difícil, cheio de nuances. É preciso entender que tudo vem do posterior, tudo vem de trás, é o pé que vai te nortear para frente”, ressaltou Lindinha Macedo. A juíza achou a iniciativa excepcional para melhorar a interação entre juízes e cavaleiros.
Adestramento Brasil acompanhou a apresentação dos julgamentos no período da tarde e lista abaixo algumas das orientações e dicas dadas pelos juízes:
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- O contato tem de ser constante
- Definir bem as transições
- Dar chamadas nos cantos, encurvando os cavalos
- Cessão à perna tem de ser paralela à cerca
- Se o juiz bater o sino, o conjunto tem um tempo para recomeçar a figura. Acalme-se, respire e recomece a figura, não deixando que um erro atrapalhe o resto da apresentação
- No passo livre, a rédea é solta, sem contato. Uma leve oscilada é aceitável, porque se está conduzindo o cavalo somente com as pernas
- Mudar de mão (galope) pelo trote, tem de dar de três a cinco passadas de trote antes de pedir o galope na outra mão
- Mudança de pé simples, ou seja, pelo passo, precisa caracterizar bem o passo antes de pedir galope para o outro lado
- Ao alongar o galope, o cavalo tem de ganhar terreno e não ficar em um galope corrido
- No traver e renvers, não é só mudar a cabeça do cavalo, tem de encurvar o cavalo nas costelas
- Exercícios no cavalete ajudam para melhorar o passo, inclusive, mesclando as alturas (um mais alto, outro baixo)
- Subir morro também é um ótimo exercício
- Levantar o cavalo nos cantos antes de pedir o trote alongado
- No alto, tem de fazer o alto e parar. A nota é na primeira parada e não depois das “arrumadinhas”
- No apoio, deve-se ter cuidado para não ficar com a garupa atravessada. O cavalo deve olhar para onde vai e estar encurvado na costela
- O passo alongado exige contato
- O juiz avalia a postura do cavaleiro e o conjunto formado
- Na reprise prêmio São Jorge, alguns erros não são admissíveis: o passo não pode ser torto; as mudanças e as figuras têm de ser feitas na letras, no lugar certo e indicado; as linhas têm de ser retas (retidão)
- Muitas figuras nas reprises são correlacionadas, seguem uma lógica, atentem-se a isto
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