A inspeção veterinária é o primeiro contato que os conjuntos têm com o júri de campo. Ela pode ser considerada como a primeira prova da competição, uma vez que, se o cavalo não passar, ele não compete. É também a primeira impressão que juízes terão do conjunto, por isto, a recomendação é caprichar na apresentação do animal. “Apresente seu cavalo da maneira mais bonita possível”, destacou a comissária FEI Sonia Hanssen, durante palestra realizada durante o Campeonato Brasileiro.
Sonia Hanssen nasceu na Suíça, mas mora no Brasil há 38 anos. Ela é comissária FEI, tendo trabalhado em Jogos Olímpicos e Jogos Mundiais. “O trabalho do steward é ajudar, prevenir e interferir se algo está dando errado, sempre pensando no bem-estar do cavaleiro. Ajudamos o comitê organizador”, explicou.
O comissário sempre está em contato com o presidente do júri. “Queremos que todos os cavalos estejam bem, não é nosso objetivo ferrar alguém”, disse. Ela lembrou que a prova só acaba depois que comissário fizer a revisão e liberar o cavaleiro. “Até este ponto ninguém pode tocar o cavalo. Todo mundo vem em cima para falar com o cavaleiro, mas não pode”, ressaltou.
Adestramento Brasil acompanhou a palestra que deu orientações sobre como proceder na inspeção veterinária e destaca abaixo alguns dos tópicos abordados:
- Tratador precisa de autorização para apresenta o cavalo no lugar do cavaleiro
- Deve-se usar uma roupa com a qual consiga correr. Se estiver de culote, o certo é usar a bota, mas sem espora (porque pode tropeçar). O importante é ir arrumado
- Levar passaporte e cavalo deve ter chip para verificar a identidade
- O cavalo não pode ter adereços, como fitas do Senhor do Bonfim nas patas (caso queira muito usar, orienta-se colocar na cabeçada). Já a fita no rabo, vermelha, indicando que cavalo da coice pode
- Pode-se apresentar o cavalo usando bridão ou freio-bridão ou guia e cabo de cabresto, desde que seja seguro para quem for puxar e para o cavalo
- Pode usar chicote, mas com prévia atualização do juiz
- Depois que passar na inspeção e receber o número de identificação, o cavalo só sai da cocheira com o número, sempre. Na cabeçada ou na manta. Sem número não pode
- Juiz quer ver se o cavalo está trotando certo. Treine antes para passar direito. Tem de trotar reto e a rédea tem de fazer balão, porque deve ser sem contato
- Trançado não é obrigatório, mas pode e é recomendado
- Pode engraxar os cascos
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- Apresente seu cavalo da maneira mais bonita possível
- Sobre machucados: o juiz vai ficar de olho em ralados de espora e outros machucados
- Se sangrar, em qualquer lugar, o cavalo é eliminado. O steward coloca uma luva por animal e toca o cavalo. Se o sangue passar para a luva, guarda a luva, faz fotos e leva para o presidente de júri, pois é ele quem dá o veredicto. Sangrou é eliminado
- Cocheiras: no Campeonato Brasileiro não tem a rigidez de CDIs, que tem controles de entrada e de saída, aprovação de medicamentos e uso de aparelhos
- Deve-se avisar o veterinário responsável pela prova para saber se pode medicar o cavalo. Tem de chamar o veterinário do evento, pois é ele quem vai dizer se o procedimento é permitido ou não
- Pista de aquecimento: não podem ser usadas rédeas alemã, rédeas de atar, mas pode usá-las para rodar. Protetores e ligas podem, assim como chicote, mas devem ser retirados para a apresentação
- Capacete: obrigatório para eventos CBH no Brasil todo. Não pode tirar nunca, nem na premiação
- Chicote: pode na pista de aquecimento no tamanho de 1,20 m e 1 metro para pônei. Não pode dar a volta na pista com chicote
- Embocadura: perna do freio não pode ser mais que 10 cm. Na checagem da embocadura, se for difícil verificar a cabeçada, pode-se pedir para tirar. A focinheira tem de passar dois dedos do lado ou um dedo pela frente, o mesmo para a barbela que tem de ter dois dedos de folga
- Blusa: regulamento não menciona a cor da blusa, mas gravata e plastron devem ser brancos, marfim ou cor da casaca
- Manta: regulamento não menciona a cor
- Espora tem de girar livremente
- Cabelo: não está no regulamento se deve estar preso, mas, pela questão da elegância e não atrapalhar na apresentação, recomenda-se prendê-lo.