Em outubro, pedimos aos nossos leitores e seguidores do Instagram que enviassem dúvidas que tinham para a seção Pergunte ao Expert, uma das mais acessadas do site. Assim, um dos seguidores disse que gostaria da resposta de Martina Brandes sobre a diferença entre rédea direta e indireta.  

Martina Irene Brandes representou o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e é atual treinadora da Interagro. Como a nomenclatura de rédea indireta não é usada, Brandes aproveitou a dúvida para explicar os conceitos das rédeas de fora e de dentro e como elas devem ser usadas. Confira abaixo:

“Para responder a esta pergunta, é interessante focarmos nos diferentes usos das rédeas e suas ações sobre o cavalo. No caso das rédeas denominadas diretas, as mesmas devem ser de comprimento igual. Usam-se as mãos juntas e com contato constante e elástico com a boca do cavalo. Elas agem para manter o animal em movimento reto em frente ou em linhas curvas, sem ação sobre sua garupa.

Na modalidade do adestramento, procuramos sempre pensar em trabalhar o equilíbrio do cavalo da perna interna para o contato da rédea de fora, onde conseguiremos um controle maior sobre todo o corpo do animal, atuando sobre o lado interno e externo simultaneamente, mas de maneira diferenciada.

Assim, a rédea externa, com maior apoio/contato, será usada para controlar o “lado de fora” do cavalo, onde poderemos dar uma “meia-parada”, com a qual teremos oportunidade de controlar a velocidade das passadas; colocar o peso do animal sobre as ancas ou realizar uma transição para nova andadura.

A rédea interna é usada para o direcionamento e flexionamento do cavalo, sendo que deverá ser de contato bem mais leve.  A rédea de dentro pode ter diferentes funções. Ela poderá ser uma “rédea de abertura”, que facilita o cavalo a entender a direção a ser seguida. Neste caso, o cavaleiro abre um pouco a rédea interna com seu pulso virado para cima temporariamente, facilitando a indicação de direção, sem muita pressão. Ela é usada principalmente nos cavalos novos. Nos animais em treinamento mais avançado, uma pequena indicação no pulso já será suficiente para o cavalo entender as mudanças de direção.

Temos também a opção de usar a rédea interna como uma “rédea reguladora”, que tem como função auxiliar no equilíbrio e flexionamento do cavalo, bem como no ajuste do posicionamento das espáduas e das ancas. Neste caso o cavaleiro pode manter a mão interna um pouco mais elevada com o polegar em posição normal e dedos fechados por alguns instantes, trazendo o peso sobre a espádua externa.

Outra ação da rédea interna é como “rédea contrária”, onde a mesma será pressionada levemente contra o pescoço juntamente com maior leveza de contato na rédea externa, tendo como resultado o deslocamento do equilíbrio do cavalo para o lado de fora; e com isso podemos abrir o diâmetro de um círculo bem como iniciar uma cessão à perna.”

A seção Pergunte ao expert tem como objetivo responder a dúvidas enviadas pelos leitores. A cada questão selecionamos um atleta profissional para respondê-la. Tem alguma pergunta? Envie para contato@adestramentobrasil.com

Foto: Tupamaro 

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