Leilões virtuais vieram para ficar; entenda como funcionam

Os leilões virtuais têm conquistado cada vez mais espaço e tendem a substituir de vez os presenciais. “O leilão virtual começou há quase dez anos e ele veio para ficar, principalmente em razão do alto alcance e baixo custo. Basta ter telefone ou computador com acesso à internet para participar e baixo custo porque não precisa montar a festa para vender os cavalos. E sabemos que 70% das pessoas que vão ao leilão não são compradores e não têm interesse”, justificou Marcelo Navajas, assessor técnico de leilões da Oportunity Leilões.


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Somente neste ano, pelo menos três leilões virtuais contaram com cavalos de adestramento. Em abril, dois leilões agitaram o meio: o leilão de cavalos de sela e passeios da Coudelaria Aguilar teve 25 lotes à venda e o leilão Elite Lusitano contou com 22 cavalos. Na próxima terça, o Leilão Smart Winter terá Brad Woods da Essencia como único potro de adestramento.

Navajas lembrou que, há dez anos, quando esse tipo de leilão começou, a internet ainda não tinha o alcance, a velocidade e a estabilidade de hoje, o que representava um empecilho, uma vez que alta latência atrapalhava o processo na hora de dar os lances. Agora o cenário é diferente e caminha-se, inclusive, para se ter um modelo de leilão virtual como está ocorrendo na Europa.

“Aqui ainda fazemos leilão virtual tendo, no último dia, um fechamento final ao vivo, com leiloeiro e câmeras, mas isto tende a acabar, ficando o modelo de leilão com data para acabar e último lance que entrar no sistema é o que leva. Na Europa, o formato é 90% sem a finalização ao vivo. Assim, você reduz um custo com aluguel de estúdio que tenha alta tecnologia de transmissão, com produção, pagando horas de profissionais para realizarem esta transmissão. Acaba tendo muito custo e quem paga as contas é o vendedor; e ele tem de vender e não pagar a contas”, explicou.

Por enquanto, o modelo mais comum no Brasil de leilões virtuais para cavalos conta com pré-lances que podem ser dados em um determinado período de tempo. “Os leilões que eu conduzo sempre acabam na finalização ao vivo, ou seja, nenhum cavalo é vendido antes, na fase do pré-lance”, ressaltou Navajas, acrescentando que o pré-lance funciona para que o vendedor entenda como está a avaliação do mercado comprador para com seu animal e também para que os interessados façam o cadastro antes e não apenas para o fechamento ao vivo.

Mas, segundo ele, nem todos os leilões são assim, podendo haver algum cujos animais são negociados antes — por isto, ler atentamente o regulamento para conhecer as regras é fundamental para quem tiver interesse em participar. “Algumas leiloeiras fazem isto de fechar a venda no pré, mas eu acho isto contra o leilão e falta de respeito com os outros participantes do leilão, porque muita gente fez cadastro e fica esperando para dar o lance no fechamento. Tem de dar oportunidade para todos que estão assistindo, porque leilão é quem pagar mais leva e não quem chega primeiro”, disse.

Assim como nos leilões presenciais, o vendedor pode defender o animal, caso o mesmo não atinja o lance mínimo (em outras palavras significa não vender). “Isto acontece [de defender o animal], mas eu tento fazer com o vendedor aceite o valor que o mercado está disposto a pagar. O cavalo vale o quanto o mercado está disposto a pagar e não quanto a gente acha que ele vale”, ressaltou.

Na modalidade virtual, o interessado pode visitar os animais com antecedência no local onde estão estabulados e, inclusive, há leilões nos quais as radiografias ficam disponíveis aos compradores em potencial.

Com relação ao pagamento, a praxe é em 30 vezes, mas a quantidade de parcelas pode ser alterada. “Damos benefícios para quem faz o pré-lance. O prazo máximo é em 30 parcelas, mas pode se pagar em menos e tem tabela progressiva de desconto. Mas deixo isto para ser discutido e acertado entre comprador e vendedor, que é quem dá o desconto”, explicou Navajas. Em média, ele tem observado um desconto de 10% para pagamentos à vista. O contrato do que é acertado entre as partes é emitido pela a leiloeira.

Com relação às taxas, ao comprador cabe pagar comissão de 8%. Já para o vendedor, as condições de participação nos leilões variam segundo a leiloeira, que podem ou não cobrar inscrição, e incide também uma taxa de 8%.

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