Unir a teoria com a prática por meio de clínicas e palestras. Foi assim o I Fórum de Adestramento, que reuniu 35 alunos, entre os dias 24 e 27 de agosto, na Sociedade Hípica Porto Alegrense. “Estávamos sentindo a necessidade de ter mais interação entre juiz e cavaleiros. Foi um belo aprendizado”, contou Petra Garbade, diretora de adestramento da Federação Gaúcha dos Esportes Equestres (FGEE). O evento promoveu uma imersão no adestramento, com três dias de clínica, prova-treino, aulas teóricas e ouvintes das aulas práticas .

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Sob a tutela da juíza internacional FEI 4* Claudia Mesquita, cada conjunto fez duas aulas, tendo um total de dez conjuntos montando por dia. As clínicas foram ministradas no microfone, de modo que todos os inscritos no fórum puderam acompanhar os ensinamentos. Dos 35 que participaram, 15 fizeram a clínica e 20 o curso (ouvinte na clínica e parte teórica).
À noite, Mesquita ministrou palestras para disseminar conhecimentos teóricos, contemplando temas como andaduras, desenhos, figuras e regulamentos. Além desses, Clara Machado, diretora de adestramento da Sociedade Hípica Porto Alegrense, FEI Coach level 2, juíza estadual e comissária, falou sobre a função dos stewarts (comissários) e Petra Garbade, que também é veterinária, sobre inspeção veterinária.
“É muito importante, principalmente para os mais novatos, entender mais do adestramento. E teoria e prática fazem parte. Não é só sentar em cima do cavalo e fazer a reprise com o juiz embaixo dando nota. Tem de começar a entender por que o juiz deu aquela nota, por que ele achou isso, o que ele quer, como funciona”, destacou Garbade.
Para Clara Machado, que integrou a comissão organizadora, o I Fórum de Adestramento foi um sucesso, porque reuniu a maioria das pessoas envolvidas com adestramento no RS. “Tivemos sempre um bom número de pessoas acompanhando as clínicas e, nos três dias de palestras, tivemos casa lotada. O pessoal acompanhou e discutiu. Foi bastante interessante e relevante”, pontuou Machado.
“Ficou clara a importância da parte teórica e a dobradinha de você mostrar a teoria e depois ela desmembrada na prática faz muita diferença para o crescimento e aprendizado das pessoas envolvidas. Temos de continuar fazendo e ter este tipo de fórum com mais frequência”, completou Machado.
No quarto e último dia, cada um dos 15 conjuntos que fizeram a clínica executaram uma prova-treino dentro da sua série. A reprise foi julgada por Mesquita que explicava o porquê das notas. Nesse dia, também foi realizada uma prova para qualificar juízes estaduais.
“A Claudia tem a vantagem que ela sabe se comunicar muito bem e é simpática com todos; ela se faz entender e isso é muito importante. A Claudia dava dez aulas por dias e mais uma palestra com bastante ânimo, atendendo às pessoas, conversando e tirando dúvidas”, ressaltou Garbade.
Quem fez, gostou
Para a atleta Maria Emília Rivaldo, o curso foi bastante proveitoso. “A Claudia atendeu às necessidades de cada cavalo e de cada cavaleiro. Quando foi feita a prova, ela deu as notas dela e pediu que a gente desse as nossas. Ela falou todas as justificativas e pudemos comparar as nossas notas com as que ela deu para termos uma ideia bem clara do que o juiz quer ver e do que o cavaleiro tem de fazer e o que cavalo tem de apresentar”, contou Maria Emília.
Giordana Maestri, amazona que participou apenas do curso, contou que gostou da experiência de assistir às aulas e disse que conseguiu pegar várias dicas. “Mesmo quem não estava montando conseguiu pegar várias coisas, porque a Claudia soube trabalhar cada cavalo e cavaleiro de forma diferente, sabendo tratar as crianças e os mais velhos, sendo muito atenciosa e com muita paciência. Ela explicava de jeito bem fácil, que a gente conseguia pegar e visualizar a figura. As palestras das noites também tiveram boas explicações, com vídeos práticos, mostrando como são as figuras, o que cada uma pede e explicando o porquê de cada nota e o que poderia ter melhorado”, avaliou.
Já Ana Carolina Lanfremann contou que a motivação para fazer a clínica foi ter mudado a reprise para uma mais forte. Ela disse que buscou no evento conteúdo para melhorar sua equitação e aprimorar o conhecimento. “Eu achei o fórum maravilhoso, tanto as aulas da clínica quanto as palestras, mesmo não conseguindo assistir todas, aprendi muito e penso que foi uma experiência incrível. Eu consegui aprender um pouco de tudo, na clínica, na palestra e assistindo às aulas dos outros participantes. Com o fórum, aprendi tanto coisas voltadas diretamente para mim, para a minha equitação e como trabalhar o cavalo que eu monto, quanto conhecimentos gerais, como, por exemplo, como são julgadas cada categoria nas provas, o julgamento dos cavalos novos, a escala de treinamento etc.”, avaliou.
Patrizia Franco se inscreveu no fórum para aprender os critérios de julgamento do adestramento. Ela tem a ambição de, em um futuro próximo, ser juíza de adestramento. “Achei o fórum incrível; as aulas foram muito interessantes e a possibilidade de assistir a clínica ao mesmo tempo que fazia o curso foi muito esclarecedora. Uma das coisas que aprendi no fórum foi como é difícil julgar uma prova de adestramento e quantos itens são avaliados durante uma apresentação. Também achei muito importante os ensinamentos sobre o que se busca em um cavalo para prática do adestramento”, destacou.
Organização
O I Fórum de Adestramento foi promovido pelo Adestramento in Progress — grupo formado por atletas, oficiais e treinadores com objetivo de fomentar a modalidade no RS — e teve na comissão organizadora, além de Garbade (presidente); Anamaria Feijó; Clara Machado e Mônica Goidanich.
“A ideia da Petra foi excelente e eu, como da comissão organizadora, abracei a causa junto com a Clara e a Monica, porque a gente tem a ideia de fomentar o adestramento no Rio Grande do Sul de forma tecnicamente correta. Eu sou filha de juiz FEI e sempre trouxe de casa a ideia de que se deve ter teoria agregada à pratica”, disse Anamaria Feijó.
“Foi excelente; o pessoal gostou bastante. Atingimos os objetivos com a ajuda da claudia Mesquita, que é extremamente afável, fácil de falar e que tem capacidade de se comunicar com as pessoas e passar conceitos abstratos e fortes de forma simples, adequando ao nível de cada um”, acrescentou Feijó.
Na mesma linha, Clara Machado apontou que ficou claro o quão importante é para as pessoas treinarem o olho, conseguindo enxergar o que é uma andadura boa, o que é um cavalo que tem condições de praticar adestramento, o que é uma boa figura. “Sentimos que as pessoas têm necessidade de maior aprendizado, desenvolvimento e de treinar mais esse entendimento”, disse.
O Adestramento in Progress, criado por Petra Garbade e Clara Machado, diretora de adestramento da Sociedade Hípica Porto Alegrense, também realiza eventos ao vivo no Zoom após competições para comentar as provas e apontar melhorias.