A seleção dos conjuntos para formação da equipe do paraequestre que representará o Brasil no Campeonato Mundial de Adestramento Paraequestre começou por São Paulo em provas que reuniram sete conjuntos e que foram marcadas por concorrentes novos e outros retornando às pistas. Silvia do Valle veio dos Estados Unidos para participar das seletivas e obteve o porcentual final mais alto entre todos os graus (61,912%) no teste individual, o que conta para a seletiva. No entanto, nenhum dos concorrentes alcançou os 65% estipulados pela CBH para participar de um CPEDI na Europa.
As observatórias começaram por São Paulo (4 e 5 de março), depois Minas Gerais (6 e 7 de março) e terminam em Brasília (8 e 9 de março). Todas as provas serão julgadas pelos mesmos juízes e valem, a título da seleção, apenas a prova do segundo dia de cada observatória (teste individual) na categoria principal (graus 1 a 5).
Pelas regras da CBH, os dois melhores resultados, desde que com porcentual acima de 65%, estarão classificados para participar de um CPEDI na Europa em local e data a serem definidos.
Passadas as provas de São Paulo (com sete concorrentes) e em Minas Gerais (com apenas uma), nenhum conjunto alcançou o índice estabelecido pela CBH. O Campeonato Mundial de Adestramento Paraequestre, o ECCO FEI World Championships, ocorre em agosto em Herning, na Dinamarca.
Questionado sobre os porcentuais finais, o juiz Syllas Jadach Oliveira Lima disse que alguns conjuntos chegaram perto dessa marca com alguns juízes, mas não de média final. Segundo ele, deve-se levar em consideração que havia conjuntos novos, ainda em formação. “Acho que a lição que fica é a de que os 65% são alcançáveis. Muita gente bateu na trave, então, com um pouco mais de treino alcançaria”, apontou. Para ele, foi uma grande alegria encontrar conjuntos novos e cavalos novos; e ver a mobilização de atletas e treinadores.
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Estreando
Competindo no grau três, Silvia do Valle, que mora em Orlando (EUA), veio ao Brasil especialmente para disputar as seletivas — e obteve o porcentual mais alto no teste individual. No dia anterior, ela ficou em segundo lugar com 60,196%, atrás da vencedora Isabela Kristina Tupinamba com Luna, também do grau três, que registrou 62,843%. Na sexta (04/03), por causa de fortes chuvas com granizo, as apresentações foram paralisadas por cerca de uma hora.
Silvia do Valle competiu com Gauguin Interagro, um lusitano que ela acabou de comprar e que o levará aos Estados Unidos, onde disse que seguirá competindo no adestramento paraequestre. As pistas são velhas conhecidas de Silvia do Valle. Ela fazia competições de salto antes de sofrer um acidente a cavalo, em 2017, que a deixou paralisada no pescoço para baixo e afetou a sua coluna cervical. Após passar por cirurgias e sessões de fisioterapias, ela retomou movimentos das pernas; seus braços ainda estão melhorando, contou.
“Fiz equoterapia na minha égua antiga de salto e foi perfeito. Ela é quente, mas já nos conhecíamos e uma amiga me ajudou a treiná-la para ficar um pouco mais calma. Comecei a montar nela”, contou.
Em Orlando, ela foi classificada como grau quatro, uma categoria que ela diz não estar de acordo com suas características. No Brasil, Valle passou por nova classificação e foi enquadrada como grau três. “Vim no mês passado para o Brasil, montei o Gauguin três vezes e fiz a clínica do Rodolpho [Riskalla — leia mais aqui]. Gauguin foi muito bem e fechei negócio. E, como ia ter esta competição, deixei ele aqui e voltei para fazer a prova”, disse. Enquanto estava fora, o treinamento de Gauguin ficou a cargo de sua irmã, a amazona profissional Isabela do Valle.
Agora, os planos de Silvia do Valle são retornar aos Estados Unidos e entrar em provas, inclusive internacionais, com Gauguin Interagro. “Tenho planos de ir ao campeonato internacional de Tryon. Quero competir em internacionais, mas tenho de fazer a reclassificação lá, porque aqui sou grau 3. Já pedi a reclassificação e também a classificação na FEI. Vamos ver se eu consigo!”, apontou.
De volta
A competição em São Paulo marcou também a volta às pistas de Andreia Úrsula (foto da matéria), que se afastou do adestramento paraequestre em 2019. “Estava em outras modalidades dentro do hipismo. Faço enduro e três tambores; retomei ao adestramento e a volta foi espetacular. Vi que evolui bastante, eu estava treinando muito. Do tempo que eu fiquei parada para o retorno vi que melhorei. Agora é treinar cada vez mais”, contou.
Andreia Úrsula montou Pitgold Dollar do Anjo, cavalo de sua treinadora, mas que já tem 26 anos. “Provavelmente foi despedida dele e vou atrás de outro”, disse. Isso porque seus planos são continuar no adestramento e fazer as provas da Federação Paulista de Hipismo, rankings etc. “Vamos participar de tudo quanto é prova”, disse.
Minas Gerais
Em MG, uma única participante disputou as seletivas. Foi Ana Carolina Chaves, que montou Paola e competiu no grau 3. O conjunto fez 56,078% no primeiro dia (reprise Team Test versão 2022) e 56,372% no segundo dia (Individual Test versão 2022).
Resultados
04 e 05 de março — SHP (SP)
Paraequestre: Etapa São Paulo da prova observatória para formação Time Brasil para o Campeonato Mundial => Programa | Ordem de entrada: 05/03 | Resultados: Gira / 04/03 – consolidado, grau 2, grau 3 e grau 4 / 05/03 – consolidado
06 e 07 de março — Centro Hípico Vila Boa Vista (MG)
Paraequestre: Etapa Minas Gerais da prova observatória para formação Time Brasil para o Campeonato Mundial => Programa | Resultados: 06/03 e 07/03
Uma resposta para “Paraequestre: estreia de conjuntos marca observatória para Herning 2022 em SP”