Ainda que não tenha sido parte do processo de seleção para a equipe brasileira para o Sul-Americano, o CDI 2* da semana passada no Centro Hípico de Tatuí serviu, principalmente, para os atletas buscarem os requisitos mínimos de elegibilidade e entenderem os pontos a se melhorar. “O nível das provas foi correto, mas precisamos de notas mais altas para formar uma equipe para Odesur”, ressaltou a presidente do júri de campo, a juíza FEI 4* pelo Brasil, Natacha Waddell, em entrevista ao Adestramento Brasil. Para ela, com os conjuntos se aperfeiçoando, o Brasil tem chance de levar a Assunção uma equipe capaz de buscar o ouro, tanto por equipe, como no individual.

“Desta vez, se destacou o conjunto Murillo Augusto Machado e Jorge V.O, mas acredito que eles podem ainda se aprimorar”, disse. O conjunto da Coudelaria Ilha Verde ganhou tanto a prêmio São Jorge como a inter 1, pontuando, respectivamente, 68,088% e 67,088%. O pódio do CDI 2* não mudou, cabendo o segundo lugar à Joana Marie Sliwik que, representando a Alemanha e o VM Dressage Stables, fez 67,323% com seu Intef Interagro na PSJ e 66,794% na inter 1. O terceiro posto, nos dois dias, ficou com Raquel Mendonça Maurell de Mattos, que estreou sua nova montaria, a égua Dayfony SMH, com 66,294% na São Jorge e 65,294% na inter 1.

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Como recomendação, Waddell ressaltou a importância de os atletas lerem as súmulas dos dois dias. “Tenho certeza que eles vão achar muitos apontamentos”, disse, acrescentando que é difícil responder à pergunta de pontos que os conjuntos precisam aprimorar, pois “cada um dos dez conjuntos mostraram pontos fortes e pontos fracos muito penalizantes”.

Com relação à expectativa de formação de equipe para o Sul-Americano no Paraguai, Natacha Waddell lembrou que devemos ter mais conjuntos nos próximos dois CDIs 3*, de julho e agosto, e ressaltou que os conjuntos que participaram do CDI 2* têm ainda dias para melhorem os pontos necessários. “Teremos a possibilidade de selecionar uma equipe capaz de buscar o ouro, tanto por equipe, como no individual”, apontou.

O juiz internacional FEI 2* Marcio Navarro de Camargo, que integrou o júri de campo de small tour, acredita em uma crescente dos conjuntos nos próximos concursos internacionais. “Alguns conjuntos já vinham da última prova [o CAN de maio na Exposição do Lusitano] e de lá para cá houve uma melhora considerável. Acredito que nos próximos dois CDIs eles vão melhorar e aumentar ainda mais a competitividade”, assinalou.

Falando sobre as provas no CDI 2* de Tatuí, Camargo destacou que a inter 1 é uma prova mais difícil para conseguir nota, mas a melhora foi visível. “A inter 1 é mais difícil de tirar nota, porque tem exercícios específicos e a exigência é grande. A pirueta já é completa, tem zigue-zague, então, são dois exercícios que diferenciam realmente a São Jorge da inter 1, além da mudança a dois”, explicou.

Para os próximos CDIs, Camargo acredita que alguns conjuntos devam atingir 70% ou mais.

Na avaliação de Waddell, o CDI 2* foi muito bem organizado. “Tudo ocorreu da maneira correta, apesar da troca de juiz de última hora por causa da Covid-19 do juiz alemão. Tivemos a sorte de ter uma reação rápida do Sergio di Fiori, diretor de adestramento da CBH, e a ajuda imediata da juíza peruana Marian Cunningham. Teve uma relação muito boa entre todos os membros do júri com discussões interessantes e acredito proveitosas”, destacou.

Adestramento Brasil está compilando em planilha as notas para compor índices para COC, bem como os porcentuais válidos para a seletiva do Time Brasil, considerando apenas os conjuntos de nacionalidade brasileira, aptos a competir em Assunção 2022. Acompanhe aqui.

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