Montabilidade esteve no centro das atenções de Mauro Pereira Júnior, ao ministrar dois dias de clínica no Haras HGG, em Porto Alegre (RS), nos últimos dias 17 e 18 de setembro. O cavaleiro profissional e integrante do Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e reserva no de Lima, em 2019, contou ao Adestramento Brasil que frisou questões como melhorar o assento e a correta posição das pernas e estribos, além da importância de manter o cavalo à frente das pernas.
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“Em relação ao foco com alunos, foquei na montabilidade propriamente dita, como sentar direito, usar as mãos, esticar as pernas. Muitos estavam bem encolhidos, alguns com dois ou três furos nos estribos acima do ideal, outros com estribos na posição correta, mas com as pernas encolhidas”, disse.
Além disso, Júnior também assinalou que muitos cavalos estavam atrás da perna. “Isso dificulta a montabilidade, principalmente do amador, que precisa de um cavalo um pouco mais à frente da perna para que ele possa sentar com mais facilidade, baixar os calcanhares, estar na posição certa e, assim, conseguir ter uma mobilidade melhor, com a mão mais quieta. Um cavalo que ande mais à frente das pernas ajuda”, observou.
Mauro Júnior disse também que achou a iniciativa da Confederação Brasileira de Hipismo muito acertada. “Tirando São Paulo, os outros Estados acabam ficando um pouco desassistidos, têm poucos treinadores e acabam sempre competindo com os mesmos. Esta iniciativa de levar treinadores para os Estados acaba mexendo um pouco com o adestramento local, o pessoal se anima. E é superlegal também fazer rodízio, depois indo outro treinador, com um outra filosofia”, apontou.
Participaram da clínica dez conjuntos selecionados. Segundo Clara Machado, a seleção foi feita levando em conta a participação em provas locais e a classificação obtida, sendo cinco vagas para atletas amadores distribuídas entre as séries elementar, preliminar, média 1 e média 2; três vagas para atletas profissionais; uma para minimirim e uma para mirim. Como curiosidade, Júnior contou que foi a primeira vez que deu aula para crianças.
Em depoimento sobre a clínica, Sofia Silveira, atleta amadora de 13 anos e que compete na elementar aberta, avaliou que a clínica foi uma grande oportunidade de ter uma experiência com um profissional de fora do Estado. Disse ainda que foi uma ótima clínica cheia de aprendizados e vivências.
Para Lilian Garcia, atleta amadora competindo na série preliminar, o que torna essas experiências com as clínicas muito especiais é, não só pela avaliação exclusiva que o cavaleiro convidado faz do conjunto, como também o aprendizado obtido a partir das dificuldades dos demais participantes. Segundo ela, a clínica com o Mauro Júnior, em especial, foi muito agregadora pela forma didática como ele apresentou as soluções, pela sua paciência e pela sua educação, além, claro, de todo o conhecimento do cavaleiro.
Clara Machado, atleta profissional, afirmou que o principal legado deixado pelo Mauro Júnior, foi não esquecer da base. “Ele nos fez voltar à base várias vezes, mostrando o quanto é importante a construção do trabalho e que essa construção vem primeiro. Posso dizer que a clínica do Mauro foi a escala de treinamento na prática. E esse olhar foi muito proveitoso tanto para aqueles que estão iniciando, como para os que já são veteranos no esporte”, acrescentou.
De acordo com Sergio de Fiori, diretor de adestramento da CBH, a clínica fez parte do Desafio Brasil. “Algumas federações optaram por usar a clínica como preparação para o Brasileiro”, disse. Fiori adiantou que, além do Mauro, Sarah Waddell ministrou clínica no Paraná e haverá outras em Brasília, no Rio de Janeiro e possivelmente em mais um Estado.
Foto: divulgação