Vinicius Miranda era bem pequeno quando começou a montar por incentivo de seu avô materno e o adestramento entrou em sua vida quando tinha 14 anos. Hoje, aos 26, integra o Time Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Assunção, montando Biso das Lezírias, e também montou seu próprio centro de treinamento. “Monte o máximo de cavalos que puder, veja o máximo de provas que puder, acredite em uma linha de trabalho e vá até o fim”, compartilhou com Adestramento Brasil, na entrevista antes de embarcar para o Paraguai e na qual ele conta um pouco da sua trajetória e compartilha expectativas para o Odesur.

Adestramento Brasil — Como você começou a montar? Quantos anos tinha, onde foi, alguém incentivou?
Vinícius Miranda — Comecei a montar desde muito pequeno. Em minhas memórias mais antigas o cavalo já fazia parte da minha vida. Meu maior incentivador acredito ter sido meu avô materno, Veríssimo Miranda.
Por que optou pelo adestramento? Quando foi?
O adestramento entrou na minha vida quando eu tinha cerca de 14 anos, através do meu primeiro treinador, o cavaleiro Ndzinji Pontes, a quem eu devo muito.
Durante os anos montando, quais foram seus principais desafios e conquistas? Quais foram as melhores oportunidades e o que te deixou mais feliz nestes anos?
Acredito que morar na Alemanha por alguns anos foi um desafio, pela distância, cultura diferente, mas, por outro lado, me trouxe muito conhecimento. Acredito que uma grande oportunidade tem sido este Sul-Americano, a oportunidade que a Bárbara Laffranchi tem me dado de montar um cavalo como o Biso, que a cada dia me deixa mais confiante e me mostra que podemos alcançar grandes coisas. E o que me deixa mais feliz são os grandes amigos que os cavalos me trouxeram, pessoas que hoje fazem parte da minha vida.
Que dicas e lições você daria para quem está começando no adestramento?
Acho que a principal dica é ter humildade, aprender tudo o que puder, trabalhar o mais forte que conseguir, acreditar em você mesmo e batalhar por aquilo que acredita
O que é essencial para se tornar um atleta competitivo no adestramento?
Acho que a experiência é o mais importante: monte o máximo de cavalos que puder, veja o máximo de provas que puder, acredite em uma linha de trabalho e vá até o fim.
Falando de Odesur, qual tem sido a sua rotina de treino? Em que tem focado na quarentena?
Na quarentena, meu maior foco foi manter o Biso bem fisicamente, alegre e com vontade de trabalhar para ele chegar ao Paraguai na sua melhor forma, pois tecnicamente estamos muito contentes. Ele é um cavalo experiente e um guerreiro, que sem dúvida me ajudará lá.
Quais são as expectativas para ao Sul-Americano? Já tem uma estratégia de prova que pretende usar?
As expectativas são excelentes. Acredito que temos muita chance de voltar com várias medalhas na equipe. Todos estão bem e o time vai confiante e forte para buscar a medalha de ouro por equipe e as individuais. A estratégia é fazer uma prova limpa por equipes, buscar o máximo de pontos que conseguirmos.
Como está o sentimento de representar o Brasil? Ansioso, nervoso… ? Como está lidando com isso?
É um sentimento maravilhoso montar defendendo as cores do nosso País e é uma realização pessoal, pois trabalhamos muito duro para isso. Mas estou tranquilo e muito confiante. Estamos muito bem preparados para isso.
O Sul-Americano do Paraguai classifica dois países por equipe para os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, segundo explicou o diretor de adestramento Sergio de Fiori. Apenas Argentina, Brasil, Equador e Uruguai levarão times para competir por equipes no adestramento em Asu 2022. Além destes, o Paraguai e o Chile competem no individual. O Peru, que inscreveu quatro conjuntos na lista preliminar (nominated entries), não consta na lista de entradas definitivas.
As provas de adestramento nos Jogos Sul-Americanos do Paraguai começam em 1º de outubro com a inspeção veterinária (vet check) e seguem até 5 de outubro, quando serão disputadas as finais individuais. Confira o programa aqui.
A competição por equipes se inicia com as reprises de prêmio São Jorge (small tour) e de grande prêmio (big tour), que qualificam para a final por equipes. Para a final por equipes, os conjuntos de small tour executam a intermediária 1 e os de big tour, o GP especial.
Os 20 melhores conjuntos, inclusive empatados em 20º lugar, da inter 1 e do GP especial, se classificam para a final individual, exceto aqueles que pontuarem abaixo de 62% na inter 1 e 60% no GPS (incluindo os pontos de bônus). Na final, os conjuntos devem executar a reprise freestyle em música.
Os conjuntos disputando big tour recebem um bônus de três pontos porcentuais (3 p.p) para cada reprise. A bonificação é aplicada em todas as reprises: GP, GPS e freestyle.
Datas
- Abertura dos estábulos: sexta, 30/09/2022
- Inspeção veterinária: sábado, 01/10/2022
- Reunião de chefes de equipe: sábado, 01/10/2022
- Competição prêmio São Jorge: domingo, 02/10/2022 => qualificatória para final por equipes
- Competição grande prêmio: domingo, 02/10/2022 => qualificatória para final por equipes
- Competição intermediária 1: segunda, 03/10/2022=> final por equipe e qualificatória para final individual
- Competição GP especial: segunda, 03/10/2022 => final por equipe e qualificatória para final individual
- Inspeção veterinária para as finais: terça, 04/10/2022
- Competição intermediária 1 estilo livre: quarta, 05/10/2022 => final individual
- Competição GP estilo livre: quarta, 05/10/2022 => final individual
Cada país pode levar até cinco conjuntos, mas a equipe deve ser composta por um mínimo de três e um máximo de quatro conjuntos, ficando um para reserva. Caso o país não consiga participar com time, poderá inscrever até dois conjuntos para competir individualmente. Um tratador por conjunto é permitido.
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