Victor Ávila: “São os detalhes bem trabalhados que te farão crescer no esporte”

Mais experiente membro do Time Brasil, Victor Trielli Ávila fez parte da equipe que conquistou na Argentina, em 2018, a vaga do Brasil para os Jogos Pan-Americanos de Lima. Por isso, o cavaleiro conta que se sente mais preparado para o desafio de obter feito igual no Paraguai. Na entrevista com o Adestramento Brasil, ele contou que monta desde pequeno, afinal, viveu em haras desde criança e não se refutou em falar dos desafios e da trajetória até começar a alcançar os resultados que queria.

Adestramento Brasil — Como você começou a montar? Quantos anos tinha, onde foi, alguém incentivou?
Victor Trielli Ávila —
Quando nasci meus pais moravam em um haras de lusitanos (Haras Villa do Retiro), então, desde cedo sempre tive muito contato. Aos oito anos de idade, passei a fazer aulas todas as semanas. Aos nove, fiz minha primeira prova .

Por que optou pelo adestramento? Quando foi?
Quando eu era mais novo, eu competia mais na equitação de trabalho e, com o tempo, fui me interessando mais por adestramento até ficar somente no dressage.

Durante os anos montando, quais foram seus principais desafios e conquistas? Quais foram as melhores oportunidades e o que te deixou mais feliz nestes anos?
Eu tive muita dificuldade para engrenar meus resultados quando comecei a competir. Quando eu fazia júnior, eu tinha um cavalo legal, mas, na época, era difícil pra mim, sofri um pouco, mas superar essas dificuldades me fez crescer muito. Naquele mesmo ano, começamos mal e, no fim do ano, terminamos como campeões brasileiros em 2012. Com esse mesmo cavalo, o Vencedor JB, fomos campeões young riders em 2014. Foi um período muito importante para minha maturidade dentro das pistas e para aprender a controlar a situação.

Passei dois anos na Europa, montando na Alemanha, entre 2016 e 2017, trabalhando com a família Keller. Foi um grande aprendizado para mim. Após a minha volta ao Brasil, fui campeão brasileiro quatro vezes, sendo duas em sênior top com o Corsário IGS. E, em 2018, veio a minha principal conquista: a medalha de ouro sul-americano por equipes com Al Pacino Comando SN.

Nota da redação: em 2018, com o cancelamento das provas de adestramento nos Jogos de Cochabamba, foi um CDI 1* realizado em Buenos Aires que serviu de qualificatória para o Pan de Lima, que ocorreria no ano seguinte. O Brasil se sagrou campeão e conquistou vaga para o Pan. O time foi formado por João Paulo dos Santos com Carthago Comando SN; Mauro Pereira da Silva Junior com Don Enrico AMM; Yara Fernandez com Dileto e Victor Ávila com Al Pacino Comando SN. Relembre aqui.

Que dicas e lições você daria para quem está começando no adestramento?
No começo, o adestramento, muitas vezes, parece muito parado e focado em pequenos detalhes, mas são esses detalhes bem trabalhados que, no futuro, te farão crescer no esporte. Então, é preciso ter muita paciência e saber subir degrau por degrau, tempo ao tempo.

O que é essencial para se tornar um atleta competitivo no adestramento?
Quase sempre somos muito melhores trabalhando no dia a dia do que em competições, pois nosso psicológico muda completamente em situação de pressão. Então, conseguir ter a mesma precisão que temos em casa é essencial. Quando atingimos esse controle damos um salto de performance muito grande. Trabalhar sempre a mesma atenção e concentração nos detalhes que temos em casa.

Falando de Odesur, qual foi a sua rotina de treino? Em que tem focado na quarentena?
Desde o dia que entramos na quarentena, tentei manter o mesmo nível físico do Corsário, conciliar a precisão e o descanso dele para não ter desgaste; manter o que vinha sendo trabalhado e melhorar pequenos detalhes.

Estou muito confiante devido aos meus resultados com o Corsário. É tentar manter a mesma precisão que tive. Explorar o que ele tem de melhor , e me atentar pra não perder pontos nas partes de mais dificuldade

Quais são as expectativas para ao Sul-Americano? Já tem uma estratégia de prova que pretende usar?
É muito gratificante ter essa oportunidade de representar o Brasil. Nós trabalhamos muito, com muito esforço todos os dias, então, quando temos essa oportunidade, é um combustível muito grande de seguir focado e trabalhando. É um indicativo de estar no caminho certo.

Como está o sentimento de representar o Brasil? Ansioso, nervoso… ? Como está lidando com isso?
Estou tranquilo e concentrado; é minha segunda oportunidade em um Sul-Americano. Em 2018, foi muito bom e aprendi demais. Dessa vez, me sinto mais preparado.

Odesur 2022

O Sul-Americano do Paraguai classifica dois países por equipe para os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, segundo explicou o diretor de adestramento Sergio de Fiori. Apenas Argentina, Brasil, Equador e Uruguai levarão times para competir por equipes no adestramento em Asu 2022. Além destes, o Paraguai e o Chile competem no individual. O Peru, que inscreveu quatro conjuntos na lista preliminar (nominated entries), não consta na lista de entradas definitivas.

As provas de adestramento nos Jogos Sul-Americanos do Paraguai começam em 1º de outubro com a inspeção veterinária (vet check) e seguem até 5 de outubro, quando serão disputadas as finais individuais. Confira o programa aqui.

A competição por equipes se inicia com as reprises de prêmio São Jorge (small tour) e de grande prêmio (big tour), que qualificam para a final por equipes. Para a final por equipes, os conjuntos de small tour executam a intermediária 1 e os de big tour, o GP especial.

Os 20 melhores conjuntos, inclusive empatados em 20º lugar, da inter 1 e do GP especial, se classificam para a final individual, exceto aqueles que pontuarem abaixo de 62% na inter 1 e 60% no GPS (incluindo os pontos de bônus). Na final, os conjuntos devem executar a reprise freestyle em música.

Os conjuntos disputando big tour recebem um bônus de três pontos porcentuais (3 p.p) para cada reprise. A bonificação é aplicada em todas as reprises: GP, GPS e freestyle.

Datas

  • Abertura dos estábulos: sexta, 30/09/2022
  • Inspeção veterinária: sábado, 01/10/2022
  • Reunião de chefes de equipe: sábado, 01/10/2022
  • Competição prêmio São Jorge: domingo, 02/10/2022 => qualificatória para final por equipes
  • Competição grande prêmio: domingo, 02/10/2022 => qualificatória para final por equipes
  • Competição intermediária 1: segunda, 03/10/2022=> final por equipe e qualificatória para final individual
  • Competição GP especial: segunda, 03/10/2022 => final por equipe e qualificatória para final individual
  • Inspeção veterinária para as finais: terça, 04/10/2022
  • Competição intermediária 1 estilo livre: quarta, 05/10/2022 => final individual
  • Competição GP estilo livre: quarta, 05/10/2022 => final individual

Cada país pode levar até cinco conjuntos, mas a equipe deve ser composta por um mínimo de três e um máximo de quatro conjuntos, ficando um para reserva. Caso o país não consiga participar com time, poderá inscrever até dois conjuntos para competir individualmente. Um tratador por conjunto é permitido.

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