O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) estão em posições diferentes quanto à realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Enquanto o COB defende a transferência dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em período equivalente ao originalmente marcado, entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto, o COI afirma que, com mais de quatro meses antes dos Jogos, não há necessidade de se tomar decisões drásticas nesta fase e diz que qualquer especulação neste momento seria contraproducente.
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Oficialmente, os Jogos estão seguindo o cronograma, com a tocha olímpica tendo chegado ao Japão na última sexta (20/03) para iniciar a jornada de 121 dias do Revezamento da Tocha Olímpica em todo o país, levando uma mensagem de paz e esperança ao mundo.
Em nota, o COI incentiva todos os atletas a continuarem se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 da melhor maneira possível. “O COI acredita que as muitas medidas tomadas pelas autoridades em todo o mundo ajudarão a conter a situação do vírus Covid-19. Nesse contexto, o COI congratula-se com o apoio dos líderes do G7, expresso pelo primeiro-ministro japonês Abe Shinzo, que disse: “Quero realizar as Olimpíadas e Paraolimpíadas perfeitamente, como prova de que a raça humana vencerá o novo coronavírus, e eu ganhei apoio dos líderes do G-7”, diz a nota (leia a íntegra).
Já a posição do COB é diferente. Em nota, o presidente do COB, Paulo Wanderley, que comandou a seleção brasileira em Barcelona 1992, afirmou que “como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar os Jogos Olímpicos em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude”.
O comitê brasileiro explicou que, devido à pandemia, os atletas estão enfrentando dificuldades em manterem-se em seus melhores níveis competitivos pela necessidade de paralisação dos treinos e competições em escala global. Na nota, o COB reforçou que tem priorizado a saúde e o bem-estar dos atletas brasileiros e colaboradores do Comitê e disse que, há uma semana, a entidade cancelou eventos públicos e preparatórios para os Jogos e determinou na terça-feira passada (17/03) o fechamento total do CT Time Brasil.
O COB ressalta que a sugestão de adiamento em nada altera a confiança da entidade no Comitê Olímpico Internacional (COI) de que a melhor solução para o Olimpismo será tomada. “O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou 1980 e Los Angeles 1984. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal 1976, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade”, completou Paulo Wanderley.
FEI — O presidente da Federação Equestre Internacional, Ingmar De Vos, soltou um comunicado no qual reconhece que a incerteza sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos é frustrante; e diz que a FEI está analisando proativamente todas as medidas que serão necessárias para garantir que os atletas tenha oportunidades justas e iguais para atingir seus objetivos, garantindo, ao mesmo tempo, que a saúde e bem-estar estejam sempre em primeiro lugar.
“Temos a sorte de termos concluído as qualificações olímpicas e paraolímpicas, o que, infelizmente, não é o caso de muitos outros esportes, mas devemos continuar nossos preparativos e ser flexíveis onde precisamos, como reagendar eventos cancelados e potencialmente estender o cronograma para obtenção dos requisitos mínimos de elegibilidade (MER), sem modificar os próprios MERs”, disse.
Voz ponderou que a interrupção do calendário da FEI como resultado do Covid-19 não está apenas afetando os atletas com o objetivo de alcançar seus MERs, mas também tem um grande impacto no ranking das disciplinas. “Estamos monitorando todos os aspectos do esporte e agindo sempre que necessário, a fim de apoiar nossas federações nacionais, nossos organizadores, nossos atletas, nossos oficiais e toda a indústria equestre. Terá que haver um compromisso e, provavelmente, não será perfeito, mas estamos absolutamente comprometidos em encontrar a melhor solução para nossa comunidade e para nosso esporte, e acredito sinceramente que sim.”
>>> Confira o calendário da FEI contendo os CDIs válidos para obtenção de MERs.
2 respostas para ‘COI e COB divergem sobre adiamento dos Jogos de Tóquio 2020’