Conforme os conjuntos vão avançando no adestramento, as dificuldades aumentam. Isso é claro! E não seria diferente em se tratando de círculos e voltas: eles deixam de ser grandes, aqueles de 20 metros, e têm o diâmetro reduzido para 15 m, 10 m e 8 m. Mas como buscar a perfeita execução? Neste ‘Pergunte ao Expert’ (leia todos), o cavaleiro profissional e juiz estadual (SP) Sergio de Fiori dá dicas de como acertar na figura de círculos e voltas.
Confira as orientações do cavaleiro:
“Círculos e voltas são figuras frequentes no adestramento. Começam e terminam em um mesmo ponto; e caracterizam-se pela simetria. Quando o diâmetro é igual ou menor a 10 metros, trata-se de uma “volta”; se for maior, chamamos de “círculo”. Podem ser apresentados ao passo, ao trote ou ao galope, sempre mantendo o ritmo e com flexão e encurvadura de acordo com o tamanho do círculo/volta, de modo a manter anteriores e posteriores alinhados no trajeto.
Vejamos as ajudas para uma volta à direita, analisando cada uma das dificuldades listadas na pergunta:
- Flexionamos o cavalo encurtando levemente a rédea direita e, no ponto exato, usamos as pernas (direita na cilha e esquerda logo atrás da cilha) e o assento para criar a encurvatura necessária – evitando, assim, que o cavalo vire como um navio!
- A rédea esquerda precisa manter suficiente contato para manter a espádua esquerda sob controle, mas não pode ser tão forte a ponto de impedir que o cavalo alongue o lado esquerdo do pescoço. Essa tortuosidade (“tilting”, em inglês) é muito fácil de ver: nuca para um lado, focinho para o outro.
- Durante a execução da volta, uma vez que temos o cavalo flexionado e encurvado, é hora de aliviar a pressão da rédea interna para permitir amplitude de movimento no posterior e liberdade de espádua. Uma rédea interna forte e insensível desequilibra o cavalo e, por vezes, é a causa de problemas como “cair de espádua”, garupa para dentro e perda de impulsão (ou até mesmo de ritmo).
Voltas são momentos particularmente sensíveis a problemas de assento para que o cavalo consiga manter fluência, elasticidade e encurvatura. Também é preciso que o cavaleiro desenvolva uma certa noção espacial, nem sempre intuitiva, para conduzir o cavalo com precisão. Cones ou marcações na pista podem ajudar.
Não se deve treinar voltas sem que haja um certo domínio da espádua adiante, onde aprendemos a controlar as espáduas e sofisticamos um pouco nossas ajudas. Treinar voltas antes disso não é producente.
Voltas bem executadas são como cantos: grandes aliadas para muscular o cavalo e também para preparar o próximo movimento. Quando são mal feitas são piores que cantos ruins: saímos com um cavalo desequilibrado e ainda carregamos uma nota baixa!”
A seção Pergunte ao expert tem como objetivo responder a dúvidas enviadas pelos leitores. A cada questão selecionamos um atleta profissional para respondê-la. Tem alguma pergunta? Envie para contato@adestramentobrasil.com
Foto: arquivo pessoal