A juíza internacional de adestramento FEI 4* e juíza nacional oficial do paraequestre Claudia Mesquita assumiu como diretora do paraequestre na nova gestão da Confederação Brasileira de Hipismo, eleita em dezembro de 2021. Ao abrir as palestras que promoveu com o medalhista paralímpico Rodolfo Riskalla e a classificadora Gabriele Brigitte Walter, Mesquita ressaltou que o objetivo da entidade é fazer com que o paraequestre seja para todos, fortalecendo os atletas que montam internacionalmente e aumentando o número de participantes no Brasil.
“Não é possível que um País grande como o nosso esteja restrito. O objetivo é trazer mais gente para o paraequestre; queremos junto com o pessoal de equoterapia achar mais gente, estamos arrematando o paraenduro e futuramente o paratambor. O nosso guarda-chuva está aberto para todos. Ninguém vai segurar a gente”, ressaltou.
Além das palestras, ocorridas no sábado (29/01), a CBH promoveu, nos dias 28 e 30 de janeiro, clínica para dez conjuntos com Riskalla. As palestras tiveram público estimado em cerca de 50 pessoas.
Após o evento, Mesquita conversou em vídeo com o Adestramento Brasil. Ela fez um balanço da clínica e palestras e falou sobre os planos e objetivos da CBH para o paraequestre. “A intenção da nova gestão da CBH, independentemente de quem esteja à frente da diretoria, é fazer o fomento nacional. Vamos continuar fortemente apoiando as categorias internacionais como o Rodolpho [Riskalla] e o Sergio [Oliva], pessoal que vai à Dinamarca [Campeonato Mundial] e futuramente em outros projetos rumo a Paris em 2024, mas vamos fortemente trabalhar aqui no Brasil”, disse.
No País, segundo Mesquita, haverá um trabalho junto às escolas de equoterapia e a outras comunidades do paraequestre, como o paraenduro, paratambor e pararédeas. Mesquita também falou sobre as observatórias para escolha de equipe para o Campeonato Mundial. “Estamos seguindo as normas que foram colocadas no Brasileiro”, afirmou.
Confira abaixo a íntegra da entrevista em vídeo com Mesquita.
Paraenduro
Segundo Mesquita, o principal desta gestão é o fomento à modalidade. Para tanto, a confederação almeja aumentar o número de paratletas e ter, cada vez mais, gente para representar o Brasil lá fora. “Vamos ter mais clínicas, vamos trabalhar com paraenduro. Estamos abertos a escutar, mas temos de padronizar. Nossa base de regulamentação é a FEI, mas sabemos que muitas vezes tem de adequar a regulamentação internacional para fomentar o esporte nacional”, disse.

Com relação ao enduro paraequestre, o representante da modalidade Eros Spartalis relatou que teve uma reunião produtiva com Mesquita e explicou que o paraenduro é um esporte praticado no Brasil há 11 anos. “Temos uma história de pessoas com deficiência fazendo trilhas. Fizemos sete campeonatos brasileiros e a ideia é fazer com que isso seja cada vez mais divulgado”, disse Spartalis, que também participou do evento organizado pela CBH.
Ele contou ainda que, em 2017, uma delegação brasileira foi a Portugal fazer apresentações do paraenduro. No Paraná, há competições regulares, com três a quatro etapas durante o ano. Em 2018, de acordo com Spartalis, foi feita a classificação funcional com Gabriele Walter para o paraenduro.
“Acredito que, quando falamos de esportes paraequestres para o Brasil, que tem dimensões continentais, temos muito potencial com as pessoas em equoterapia. Temos de observar os praticantes de equoterapia, pois os centros de equoterapia são celeiros fundamentais para para o esporte paraequestre”, disse, alinhado com a fala de Claudia Mesquita.
Com a CBH, Spartalis disse que a ideia é fortalecer para divulgar o paraequestre, cada vez mais, em outros Estados.
Assista à entrevista com Claudia Mesquita, diretora de paraequestre da CBH:
Uma resposta para “Claudia Mesquita, da CBH: “Ninguém vai segurar a gente””