Por Thais Cerioni
Sabidamente um dos grandes desafios do adestramento no Brasil, o fomento das categorias de base é uma das prioridades do novo diretor de adestramento, Sergio de Fiori. A intenção, segundo ele, é mapear os jovens atletas federados, promover competições, fazer com que eles se mantenham no esporte e subam de nível. “Quando você provoca, as pessoas se mexem”, avaliou Fiori, ao participar de entrevista ao vivo com Adestramento Brasil na última terça-feira (08/02).
O aumento da capilaridade também é uma preocupação de Sergio para fomentar o adestramento nacional. A continuidade e fortalecimento do Desafio Brasil, com clínicas prévias às competições, é um dos instrumentos para alcançar esse objetivo, mas não é o único.
“É preciso ter em mente que uma clínica de três ou quatro dias não vai resolver o problema do adestramento em Estados que não têm competições estaduais”, pontuou. Então, a ideia é promover clínicas periódicas ao longo do ano, com financiamento compartilhado entre CBH, federação, profissionais e os participantes. “Vamos fazer o pessoal rodar. Levar os professores, que estão muito concentrados, para outros Estados e também para o interior de São Paulo”, antecipou.
Outro aspecto importante para o desenvolvimento e fortalecimento de dressage no Brasil é a oferta de animais com características e condições de formar conjuntos com nível para competições internacionais. Sobre esse aspecto, Fiori comentou sobre a posição de Raul Maura Silva, que atuará como um braço do adestramento na diretoria de cavalos novos. “O objetivo é atrair e atiçar mais o interesse desses criadores pelo esporte”, afirma, destacando que, hoje, já existem cavalos de alto nível sendo criados e empistados no Brasil.
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Bem-estar animal
Questionado acerca do que será feito para assegurar o bem-estar animal, principalmente, após episódio de maus-tratos no pentatlo moderno nos Jogos de Tóquio, que culminou na suspensão do pentatlo moderno para a Olimpíada de Los Angeles em 2028, o novo diretor disse que primeiro movimento foi a inclusão do código de conduta da FEI no início do regulamento. “O desafio agora é parar de ser reativo e começar a posicionar o adestramento como uma prática de fomento ao bem-estar animal”, avalia Fiori.
Na visão dele, toda a comunidade do adestramento – atletas, organizadores dos concursos, juízes, treinadores – precisam ser convocados para essa mudança de postura. “Hoje, é muito mais frequente os maus tratos virem da ignorância do que do sadismo”, acredita. “Nós vamos educar premiando as boas atitudes, de todos os envolvidos.”
Assista à entrevista completa:
Uma resposta para “Manter o crescimento do alto rendimento e “sacudir” a base: as metas de Sergio de Fiori na CBH”