Os 71 conjuntos que disputaram a quinta etapa da Copa CHSA, no último sábado (23/9), foram avaliados por três juízes. Luciana Marques, diretora de adestramento do Clube Hípico de Santo Amaro (CHSA), disse que o objetivo é aprimorar tecnicamente a competição. “Sempre que tem mais juízes há melhor condição de avaliação”, ressaltou.
De acordo com Luciana Marques, a temporada começou mais tímida neste sentido, mas, conforme as etapas foram passando, houve condições de colocar mais juízes. “Na reta final, queremos investir na parte técnica, tendo três juízes nas provas. Isto também deixa mais justo para o concorrente.”
A 5ª etapa da Copa CHSA foi válida como XIV etapa campeonato paulista de adestramento da FPH e contou com conjuntos desde a categoria pônei até grande prêmio. Marques acredita que a quantidade de competidores deve se manter alta até o fim do ano — a Copa CHSA tem mais duas etapas, em 28 de outubro e a final em 17 de dezembro (leia mais em “Provas e programas“).
Na pista 1, onde competiram conjuntos de cavalos novos (4, 5 e 6 anos), média I e II, Forte I e II e grande prêmio, as juízes foram Natacha Waddell (C), Rosalind F. De V. Macedo (B) e Sandra Smith (H). Na pista 2, os conjuntos de pônei, estreante, iniciante, elementar e preliminar foram julgados por Márcio Navarro de Camargo (C), Maria Elisa Simões de Moraes (H) e Sérgio de Fiori (M).
Ao comentar as provas que avaliou, acima da categoria média I, Natacha Waddell ressaltou que os conjuntos, tanto profissionais como amadores, precisam seguir mais a escala de treinamento para obter resultados melhores. “Vimos algumas provas boas, no entanto, eu gostaria de ter visto cavalos mais engajados e com uma coluna mais descontraída para ter um contato mais suave.”
Para Lindinha Macedo, as apresentações foram dentro do esperado, com os cavaleiros estão tentando melhorar. “O adestramento é um esporte de desafios. Gostei que alguns cavalos estão melhorando levando em consideração as observações que os juízes fazem”, disse. Sandra Smith concordou que o nível está melhorando e gostou de ver cavalos que não vê sempre na reprise prêmio são Jorge. “É bom ter um aumento na base na são Jorge. No grande prêmio, os dois concorrentes tiveram notas acima de 66%, que é uma nota boa, que serve de corte em uma observatória para WEG”, destacou, ressaltando que a importância de os conjuntos de são Jorge e GP entrarem nas provas de ranking para treinar.
Smith também comentou sobre a quantidade de conjuntos federados. “É importante o conjunto ser federado, passar a competir de uma forma mais oficial, mais séria, com um objetivo para depois chegar a provas mais avançadas da CBH”, afirmou.
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No grande prêmio, Pedro Tavares de Almeida com Aoleo disse que ficou feliz com seu desempenho e por ter conseguido aumentar sua nota final. O cavaleiro, que tenta vaga para os Jogos Equestres Mundiais de Tryon 2018, está usando as provas dos campeonatos da Sociedade Hípica Paulista e do Clube Hípico de Santo Amaro como treino para o CDI3* que ocorre na primeira semana de outubro. Na 5ª Copa CHSA, Almeida obteve pontuação final de 67,400%, acima dos 65,700% da prova do Ranking SHP, realizada dia 16 de setembro.
“Esta prova [Copa CHSA] eu fiz mais seguro de onde poderia apertar o cavalo ou não. Tive alguns erros muito incipientes, como na saída no recuar, na transição da passage para galope, mas são coisas pequenas, e nas mais difíceis, como a transição passage-piaffe, melhoraram muito e as notas foram muito boas. Então, os movimentos principais com peso de nota que eu precisava melhorar, eu consegui e fico bem feliz por isto”, avaliou.
Disputa na elementar amador
Um das categorias mais disputadas da Copa CHSA foi a elementar amador. O juiz Marcio Camargo ressaltou o alto nível dos concorrentes que vêm fazendo os rankings internos e campeonato paulista durante o ano todo. “Tiveram boas disputas na elementar amador, com cavaleiros que vêm fazendo o campeonato e estão em um nível alto. Foram boas provas com boas notas, então, foi um torneio bem legal”, afirmou. O juiz ressaltou ainda a importância da presença de conjuntos na série pôneis para fomentar o esporte e a série estreante que o CHSA colocou com uma reprise mais simples e focada em quem está começando para ir aprendendo.
No entanto, alguns conjuntos pareceram precipitados na mudança de série, conforme ressaltou o juiz Sergio de Fiori. “O nível técnico dos conjuntos poderia estar um pouco mais forte por ser o final do ano. Vi muita gente perdendo nota por detalhes, como transição na letra errada, coisas que você não precisa do cavalo super bem na sua mão. É execução”, disse ao comentar as reprises que julgou.
A recomendação do juiz, que também é cavaleiro profissional, é investir muito no treinamento clássico e não passar para série adiantada, enquanto não estiver bem confortável na anterior. “Antes de entrar na prova, você tem de ter certeza do que está fazendo com o cavalo a ponto de entrar com maior orgulho de que tem algo legal para mostrar”, disse.
No Brasil, não há um nota mínima que permita a mudança de série, podendo os conjuntos inscreverem-se na reprise que desejam. Para Fiori, notas de 64% mostram que estão no nível e, para mudar, as notas devem estar em 65% ou 66%. Camargo diz que um boa nota é acima dos 66% e 67%. “A dica é entrar nas provas, porque cada prova tem a sua história e é importante fazer competições para se condicionar.”
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2 respostas para ‘Com três juízes em cada pista, Copa CHSA investe em melhoria técnica’