Campeonato Paulista de Paraequestre começa com 4 conjuntos

Quatro conjuntos participaram da primeira etapa do Campeonato Paulista de Adestramento Paraequestrerealizada no último sábado (19/05) junto com a 3ª etapa Ranking de Adestramento da Sociedade Hípica Paulista, válida como 5ª etapa do Campeonato Paulista de Adestramento (CPA). “O Estado de São Paulo retomou o paraequestre. Tenho conhecimento de alguns atletas que fazem equitação e agora o que precisamos é trazê-los para o paraequestre”, disse o diretor de paraequestre da FPH, Syllas Jadach, acrescentando que serão traçadas estratégias para aumentar o número de participantes. 

Presente à disputa, o juiz FEI Arnaldo Conde Filho destacou que a iniciativa é muito importante para o esporte. “Vivemos um momento de transição. Ao mesmo tempo em que o Brasil tem um campeão do mundo e quatro medalhas olímpicas no adestramento paraequestre, nós temos uma potência, que é São Paulo ,retomando o trabalho agora. O adestramento paraequestre no Brasil começou por São Paulo, por meio da doutora Gabriele [Brigitte Walter]”, ressaltou.

Para Conde Filho é necessário fazer um trabalho de fomento à base para que mais pessoas tenham mais possibilidade de começar o esporte. “O campeonato serve de incentivo para as pessoas retomarem o paraequestre”, completou.

Ao avaliar a realização de um campeonato paulista, Gabriele Brigitte Walter disse acreditar que ele pode incentivar bastante a entrada de mais atletas no paraequestre. “Os cavaleiros estão começando a se interessar pelo adestramento de novo. Já passaram por mim,para fazer a classificação um total de em torno de 50 cavaleiros, que se acomodaram por falta de provas. Mas tendo campeonatos vamos conseguir chamar eles de volta”, apontou. Ela acredita que já para a próxima etapa mais pessoas devem participar.

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Competidora do grau 2, Andreia Ursula Lima (foto principal), montando Ziegfield Interagro, representou a escola de equitação da Sociedade Hípica Paulista e teve nota final de 59,545%. “Achei que fui bem hoje”, avaliou a amazona de 40 anos que, em 2003, sofreu um acidente automobilístico que resultou em uma lesão medular na altura da L1, perdendo os movimentos dos membros inferiores.

“Tenho feito bastante prova. Iniciei no adestramento paraequestre em 2016. Eu fazia equoterapia antes, mas migrei para o esporte”, contou. Ela também é para-atleta de tiro esportivo há seis anos. “Eu sempre fui apaixonada por cavalo, mas nunca imaginei que pudesse montar sozinha e hoje ele tem sido as minhas pernas”, completou. Andreia Lima também disputou o Campeonato Brasileiro no qual venceu na categoria novatos com 61,150%.

Na grau 3, Wilian Alves de Lima, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, tirou 59,773% com IZ Denuncia. Mais disputada, a grau 4 foi vencida por Rodolfo Luis Bertassoli Lucas, da Hípica Campagna e que montou Charlotte da Campagna. O conjunto fez 58,448% e ficou à frente de Camila Fernanda Bueno com Nuburgring da Campagna com 55%. “Meu cavalo foi superbem. Vou treinar mais para as próximas provas”, disse Rodolfo Luis Bertassoli Lucas. Para ele, o Campeonato Paraequestre vai agitar a modalidade.

Confira os resultados completos aqui.

Entenda o campeonato
No calendário, constam quatro etapas do paulista, a serem realizadas junto com provas da Copa CHSA e do Ranking da SHP. Em entrevista, no ano passado, Syllas Jadach havia revelado o objetivo da FPH em fomentar o paraequestre no Estado. O campeonato começou em 19 de maio com a realização da primeira etapa na Sociedade Hípica Paulista. Em 25 de agosto, ocorre a segunda etapa no Clube Hípico Santo Amaro, onde também será a terceira etapa, no dia 20 de outubro. A final está marcada para 24 de novembro na SHP.

Para o campeonato paraequestre, os atletas têm de ter a classificação do grau realizada por oficial FEI (leia mais abaixo) e o conjunto deve estar registrado na FPH. A inscrição para cada etapa deverá ser realizada no mínimo dois dias antes da prova. De acordo com o regulamento, esta necessidade se dá em razão de consultas aos perfis dos atletas e ajudas permitidas. No campeonato podem disputar concorrentes do grau 1 ao 5.

>>> Confira o calendário atualizado, com programa, ordem de entrada e resultados

O conjunto federado também concorre ao Troféu Eficiência nos mesmos graus em que compete nas provas estaduais. Será vencedor o conjunto que obtiver a maior pontuação, sem descartes, conforme tabela abaixo. Para o Troféu Eficiência, as provas dos Campeonatos Paulista e Brasileiro têm coeficiente 2 e as demais, coeficiente 1. É obrigatória a participação em pelo menos metade (50%) das provas do Campeonato Paulista para concorrer ao Troféu Eficiência.

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Entenda o paraequestre
O adestramento paraequestre é igual ao adestramento regular. A única diferença é que os cavaleiros e amazonas têm lesões físicas e passam por avaliações para serem classificados segundo o grau das deficiências. Assim explicou Gabriele Brigitte Walter, classificadora oficial da Federação Equestre Internacional (FEI), ao Adestramento Brasil o funcionamento da modalidade que, ao longo dos anos, conferiu ao Brasil várias medalhas paralímpicas e de outras competições.

“A divisão é por perfil funcional para ficar mais justo”, explicou Gabriele Walter. Nas provas paraequestres, os atletas são divididos em cinco classes — Grau I , Grau II, Grau III, Grau IV e Grau V —, de acordo com os tipos de deficiência. A avaliação para identificar a qual grupo cada pessoa pertence é feita por um profissional habilitado e oficial da Federação Equestre Internacional. No Brasil, cabe à Walter esta tarefa.

Fotos: Thais Cerioni/Adestramento Brasil

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