A mudança de uma série para outra deve ser algo bem avaliado, levando em conta quesitos como preparação do cavalo e cavaleiro para o nível almejado. Nunca pular etapas é um dica constantemente dada. Para a juíza internacional FEI 4* Natacha Waddell, as notas podem ser melhores se as pessoas tiverem mais consciência do nível que têm de se apresentar.
Ao comentar, de modo geral, a apresentação dos conjuntos na primeira etapa da Copa Santo Amaro de Adestramento, a juíza internacional FEI 4* Natacha Waddell observou que alguns cavaleiros erraram na escolha da reprise na qual se apresentaram. “Acho uma pena de ter cavaleiros que poderiam ter desempenho melhor na média 1 se apresentar na média 2 e cavaleiros que poderiam ter desempenho melhor em uma preliminar estarem se apresentando na média 1, onde as exigências já mudam”, ressaltou.
Aproveitando o gancho, Adestramento Brasil questionou a juíza sobre qual mudança de séries é a mais complexa. “Sem falar de série forte, pegando entre a elementar e a média 2, para mim seria da preliminar para média 1, porque muitos cavalos que as pessoas compram já tem mudança de pé, que, se ela está bem ensinada, é uma coisa fácil e fluida, mas, na média 1, se pedem movimentos muito complexos, como travers e mudança de pé simples, que parecem simples, mas não são”, explicou.
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Para a mudança de pé simples, detalhou Waddell, precisa-se realmente do galope reunido, pois é através dele que o conjunto vai passar para o passo para partir ao galope na outra direção. “De galope de trabalho você vai para o trote de trabalho, mas, para fazer galope-passo, você tem de mostrar um bom inicio de reunião, senão vai trotinar; o passo não vai ser muito bem definido. Todos estes movimentos são muito cricri e requerem ajudas mais finas do que na elementar e na preliminar”, disse. “As pessoas que não conseguem atingir o início de reunião são aquelas que vão ter dificuldade na mudança de pé simples”, completou.
Waddell também passou algumas dicas para trabalhar o cavalo para esta transição. “Deve-se trabalhar as transições dentro da andadura. Por exemplo, você pega o galope de trabalho e reúne ele alguns lances para depois colocar de novo para frente. Tudo isto até conseguir reunir e naturalmente passar para o passo. O cavaleiro tem de começar a realmente trabalhar dentro da própria andadura para depois ter as transições galope-passo. Então, faça galope de trabalho, depois galope reunido por uns quatro a cinco lances, depois para frente de novo. Quando o galope reunido for algo que vier naturalmente, a transição para o passo não será mais um problema”, ressaltou.
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