Rocas do Vouga usa quarentena para deixar cavalos novos prontos para provas

O período sem competições, devido à pandemia da Covid-19, tem sido frutífero para a Coudelaria Rocas do Vouga, que está aproveitando os meses da quarentena para colocar em dia o trabalho com cavalos novos. “Temos de aproveitar este período sem provas da melhor forma possível, adiantando os cavalos que estavam mais atrasados e afinando os que precisavam de algum ajuste”, disse Orpheu de Souza Ávila Júnior, veterinário e gerente do haras, em entrevista para a série especial que Adestramento Brasil está conduzindo com objetivo de entender como as restrições impostas pela pandemia e a suspensão das competições afetam haras e atletas.


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Adestramento Brasil — Conte um pouco a história da Coudelaria Rocas do Vouga.
Orpheu de Souza Ávila Júnior — Localizado em Itu, interior de São Paulo, o haras existe desde 1996 e tem como principal foco a criação de puro sangue lusitano voltada para o esporte, principalmente, o adestramento. O haras participou das principais competições internacionais, como Jogos Equestres (WEG), Olimpíadas e Pan-Americanos, marcando presença com conjuntos da própria coudelaria e destaque para a Luiza [Tavares de Almeida], que tem um currículo extenso com cavalos do Rocas do Vouga nos grandes campeonatos internacionais. Hoje, o haras tem um plantel de mais ou menos 150 animais, sendo 30 animais em trabalho, entre potros em desbaste a cavalos mais velhos em treinamento.

Quais são os prós e contras de ficarmos sem provas? Como que isto afeta o desempenho dos conjuntos?
Este período sem competições não deixa de prejudicar todo mundo, porque as provas são uma forma de aferir o trabalho que é feito em casa. De qualquer forma, para o Rocas do Vouga este tempo está sendo importante, porque, no ano passado, nós tivemos ginetes nossos fora do Brasil, tentando a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio na Europa. Com isso, o trabalho dos cavalos mais novos ficou atrasado. Então, esta parada nos ajudou neste sentido: pudemos focar mais nos potros de quatro e cinco anos para poder colocá-los em condições de competir com a idade compatível deles. Temos de aproveitar este período sem provas da melhor forma possível, adiantando os cavalos que estavam mais atrasados e afinando os que precisavam de algum ajuste. Neste sentido, estamos tendo um tempo maior de preparação para, quando voltarem as provas, esses animais estarem em melhor condição de participar.

Como é a rotina dos animais em treinamento no haras?
Com relação ao número de cavalos trabalhados, temos uma média entre sete e oito animais por ginete. Temos funcionários responsáveis por preparar os cavalos, colocando sela, liga, tirando o material e dando banho para que o trabalho seja dinâmico e não seja interrompido. Os cavalos, normalmente, trabalham seis dias por semana, sendo que em um dia eles fazem um exterior/passeio e têm um de folga. Os potros mais novos não são montados todos os dias, sendo conciliado com trabalho de guia.

Quais medidas de segurança foram tomadas para preservar a saúde das pessoas e evitar o contágio da Covid-19?
A maioria das pessoas mora dentro do haras, então, existe certo isolamento. O que a gente procurou foi instruir a todos sobre as formas de transmissão do vírus, porque, claro, eles têm de ir à cidade para fazer compras, ir a banco, supermercado, que são locais de sempre mais aglomeração. Temos de álcool gel em todos os locais do haras para que eles utilizem durante o dia todo e foram confeccionadas máscaras e distribuídas a todos os funcionários.

Com relação aos campeonatos, qual é o foco do haras para 2020, caso possamos ter uma retomada das competições?
Está tudo muito incerto ainda. Nós pretendemos participar dos campeonatos, como Paulista e Brasileiro, e temos alguns conjuntos que podem fazer CDIs. Estamos esperando a definição do calendário e e  reinicio das provas para poder coordenar isto da melhor forma, definindo quais animais se encaixam em cada prova e as competições que cada um vai fazer.

Fotos: divulgação 

SÉRIE ESPECIAL DE ENTREVISTAS — Quando o surto da Covid-19 chegou ao Brasil, as competições pararam e, para tentar frear o avanço da doença, a quarentena foi decretada. Contudo, quem lida com cavalos atletas sabe que o trabalho precisa seguir. Para entender como o período de pandemia está afetando profissionais e haras, Adestramento Brasil preparou uma série de entrevistas com diferentes coudelarias, amazonas e cavaleiros. Todas as entrevistas publicadas nos próximos dias estão reunidas nesta página

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