Os próximos meses serão intensos de provas. Com o primeiro trimestre de 2021 ainda comprometido por causa da pandemia da Covid-19, importantes campeonatos apertam o calendário dos últimos meses do ano. Além de etapas de rankings de clubes, de federações e do Desafio Brasil, serão realizados campeonatos estaduais, Campeonato Brasileiro, Taça Brasil, concursos internacional e nacional. Diante da concorrida agenda, como se programar o treinamento? Adestramento Brasil fez esta pergunta aos juízes Natacha Waddell e Marcio Camargo, em entrevista durante a segunda etapa do Troféu Eficiência. Confira o que eles disseram.

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Natacha Waddell
Pandemia: “Eu acho que os cavaleiros profissionais aproveitaram a pandemia para aprimorar o trabalho dos cavalos deles. Essa pandemia foi proveitosa, porque eles não precisavam puxar os cavalos além dos limites deles e tiveram tempo para realmente trabalharem para as provas. Para nós, esta pandemia foi um horror, mas para os cavalos, cujos cavaleiros aproveitaram para trabalhar, foi bom.”
Aquecimento nas provas: “O negócio é trabalhar em casa. Quando chega a uma prova, você não trabalha a prova no aquecimento. O aquecimento é para os músculos dos cavalos. O que ele não fez em casa ele não vai aprender na distensão. É aquecimento, warm-up… só para aquecer o corpo para ele mostrar o que já sabe fazer de um jeito correto”
Dicas: “Como muitas provas, os cavaleiros têm de economizar um pouco os cavalos deles em casa. Um cavaleiro de salto na França, o Jean Marc Nicolas, sempre me falou o seguinte: se meu cavalo está numa fase muito boa de salto e vai para prova toda a semana, em casa eu salto 0,80 cm. Se eu preciso em casa saltar 1,50 m é porque têm coisas para melhorar e não levo ele em prova. É um ou outro. Temos de manter os cavalos atletas, não podemos forçar eles todos os dias, especialmente, quando, no segundo semestre, nós temos muitas provas. Meu conselho é faça bem, mas não martele, senão os cavalos vão acabar a temporada — que, na verdade, foi um ano em um semestre — exaustos.”
Marcio Camargo
“Quanto mais provas melhor, dá mais cancha, mais ritmo. Mas tem de saber dosar o treinamento. Cada prova tem a sua história. Por mais que você treine, é na prova que acontecem as coisas, é na prova que dão os erros. As provas deixam o cavalo e, principalmente, o cavaleiro mais treinados. Quanto mais prova for, mais perto do acerto, da perfeição fica, porque se passa por situações que no treino não se passa e aí tem toda aquela adrenalina da prova, da noite anterior, de ficar pensando na reprise. Isso tudo eu acho muito importante para deixar o cavaleiro menos ansioso, porque a gente vê muita ansiedade no cavaleiro e isso prejudica o cavalo. Acho que quanto mais provas tiver melhor.”