“O Brasil é, tradicionalmente, uma potência internacional no adestramento paralímpico”, destacou Marcela Parsons, diretora do adestramento paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo, em entrevista em vídeo, transmitida ao vivo pelo YouTube de Adestramento Brasil. No bate-papo, Parsons revelou, em primeira mão, a parceria que a CBH fechou com a ANDE-Brasil para fomentar a modalidade, falou dos planos da entidade para o esporte crescer, fez um balanço da histórica medalha de prata nos Jogos de Tóquio e contou a meta de conseguir uma medalha de ouro nos Jogos Mundiais do ano que vem.

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O Brasil tem cinco participações em Jogos Paralímpicos e, em nenhuma delas, ficou antes do 10º lugar. Às medalhas de bronze obtidas pelo cavaleiro Sérgio Oliva nos Jogos do Rio somou-se agora uma de prata obtida por Rodolpho Riskalla em Tóquio. Parsons, que já atuou em cinco paralimpíadas, avaliou como extremamente positiva a participação brasileira nos Jogos Paralímpicos. Com porcentual final de 74,659%, Riskalla levou a medalha de prata inédita montando Don Henrico no grau 4 e Sergio Oliva ficou em décimo.
Na entrevista, ela comentou a preparação dos brasileiros para disputarem os Jogos de Tóquio e contou a as dificuldades enfrentadas por Sergio Oliva para conseguir vencer os obstáculos impostos pela pandemia e treinar com seu cavalo na Europa antes de embarcar para o Japão.
Ao falar sobre o Riskalla, a diretora ressaltou a expectativa de vê-lo competindo no adestramento. “Rodolpho é um atleta que veio do olímpico e provavelmente vai voltar. Então, eu acho que a gente vai ter a chance de ver, pela primeira vez na história, um atleta com deficiência competindo no adestramento clássico e isso será um marco histórico para todo mundo. Só conseguimos, até hoje, ver isso no atletismo”, disse.
Parceria — A Associação Nacional de Equoterapia, Ande-Brasil, foi fundada em maio de 1989 e é uma entidade civil sem fins lucrativos. O objetivo da parceria é mostrar como funciona a modalidade do adestramento paraequestre para formar mais professores e incentivar que mais atletas ingressem no esporte. “O primeiro passo é que as pessoas conheçam o adestramento paraequestre”, destacou Parsons.
A Ande tem cursos de equoterapia e, ao final deles, a CBH vai promover um dia explicando a modalidade para todos os instrutores que estiverem interessados e vai abrir também vagas para instrutores de equitação dos estados nos quais os cursos estiverem sendo dados para que conheçam o paraequestre. É preciso, enfatizou Parsons, que as pessoas tenham acesso à modalidade.
Segundo ela, no Brasil ainda há uma dificuldade grande para encontrar cavalos para o paraequestre, assim como treinadores, federações e centros hípicos interessadas em fomentar. “Quando a gente fala em pessoas com deficiências, a gente envolve várias pessoas, não apenas a confederação. Tem de ter interesse do centro de equoterapia, porque é de onde, na maioria dos casos, é de onde as pessoas vêm”, enumerou.
Herning 2022 — Com relação aos critérios para levar equipe aos Jogos Mundiais, que ocorrerão na Dinamarca em 2022, Parsons disse que Rodolpho Riskalla e Sergio Oliva são nomes que devem constar do time, até porque estão entre os melhores do mundo e obtiveram índice em Tóquio. O restante da equipe deve ser selecionado com base no Campeonato Brasileiro do Adestramento Paraequestre, a ser realizado em novembro em Brasília. Para a equipe, cada país é obrigado a colocar, pelo menos, um conjunto de graus 1, 2 ou 3.
No programa do Brasileiro Paraequestre consta que os dois melhores resultados da prova individual da categoria principal — grau 1 a 5 — e com porcentual acima de 65% se qualificam para um CPEDI na Europa.
“A meta para 2022 é buscar o ouro no Mundial [de Herning 2022]; bora buscar o ouro que ainda não conseguimos e queremos de qualquer jeito”, disse. Outra meta é o fomento da modalidade no País e incremento junto à ANDE-Brasil para conseguir ter vários estados competindo no paraequestre.
Assista à entrevista na íntegra: