Duas vezes medalhista paralímpico e mundial, Rodolpho Riskalla, do Brasil, foi eleito para o recém-criado Conselho de Atletas da Agência Mundial Antidoping (WADA). O Conselho de Atletas da WADA foi criado em maio de 2022 como parte de amplas reformas de governança com objetivo de aumentar a representação de atletas dentro da agência.

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O Conselho de Atletas conta com 20 membros, composto por representantes de atletas escolhidos pelos atletas, e substitui o Comitê de Atletas de 12 membros da WADA, também é responsável por nomear representantes de atletas para outros órgãos da WADA.

O Conselho de Atletas está estruturado em três grupos, sendo o Grupo 1 composto por cinco atletas indicados para seus cargos pelas Comissões de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

Riskalla, cuja indicação foi apresentada pelo Comitê de Atletas da Federação Equestre Internacional (FEI), é um dos oito atletas (de 34 candidatos) eleitos para o Grupo 2. Os atletas que concorreram às eleições neste grupo competiram em nível internacional nos últimos nove anos e eram do mesmo esporte que a Comissão de Atletas da Federação Internacional os nomeou. Riskalla manterá esta posição por um mandato de três anos a partir de 2023.

Outras sete posições no Grupo 3 serão selecionadas pelo Painel de Indicação do Conselho de Atletas para preencher as lacunas de habilidades e diversidade. O painel será composto por dois atletas do novo Conselho (um representante cada um dos Grupos 1 e 2) e um membro do Comitê de Indicações da WADA.

Em nota, o presidente da FEI, Ingmar De Vos, parabenizou o brasileiro por sua eleição para o Conselho de Atletas da WADA e disse estar confiante de que ele será um excelente embaixador para representar os interesses dos atletas. De Vos é também membro do Comitê Executivo da WADA.

“Rodolpho está totalmente comprometido com os princípios fundamentais da WADA e ansioso para colocar seu conhecimento e experiência do esporte internacional a serviço da comunidade de atletas. Sua paixão e coragem se aplicam a todas as facetas de sua vida, e ele tem sido uma inspiração para muitos atletas do esporte equestre”, disse, em nota, o presidente da FEI.

De Vos salientou ainda que a FEI valoriza muito o entusiasmo e a determinação de Riskalla para alcançar seus objetivos e lutar por seus princípios e valores, que, segundo De Vos, “incluem um mundo onde todos os atletas possam participar de um ambiente esportivo livre de doping”.

Riskalla tornou-se atleta paralímpico no fim de 2015 após contrair meningite bacteriana na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, nos quais esperava representar seu país no adestramento clássico.

Ele desafiou as probabilidades e foi competir nos Jogos Paralímpicos do Rio, poucos meses depois de sua doença lhe custar as duas pernas abaixo dos joelhos e a perda de dedos, terminando em 10º lugar individualmente.

Sua história lhe rendeu o prêmio FEI Against all Odds de 2016. Ele também foi nomeado Cavaleiro Paralímpico do Ano pelo Comitê Paralímpico Brasileiro em 2018, 2019 e 2021. Competindo no grau 4, ele conquistou duas medalhas de prata nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon, em 2018; uma prata individual nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no ano passado, e, mais recentemente, uma medalha de bronze no Campeonato Mundial de Adestramento Paraequestre de Herning, com seu amado Don Henrico.

Foto: divulgação