A Assembleia Geral da FEI, realizada de forma híbrida — pela internet e presencialmente na Cidade do Cabo (África do Sul) — de 10 a 13 de novembro, aprovou modificações em regulamentos geral e das modalidades, nas regras antidopagem para humanos, equinos e medicamentos controlados, regras para classificação paraequestre e regulamentos olímpicos e paraolímpicos para Paris 2024, além de ter aprovado as contas e o relatório dos auditores de 2021, nomeado auditores e revisado o orçamento. O site Adestramento Brasil traz o resumo de alguns tópicos debatidos na principal reunião da Federação Equestre Internacional.

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A Assembleia Geral é uma oportunidade para avaliar onde se está globalmente como esporte, ao mesmo tempo em que permite olhar para frente e criar roteiro para o futuro. Um dos principais focos de 2022 esteve no bem-estar animal. A FEI instituiu uma comissão de ética e bem-estar equino (EEWB, na sigla para Equine Ethics and Wellbeing Commission) para focar nas maneiras pelas quais a comunidade equestre da FEI pode fortalecer sua licença social para operar à luz da crescente preocupação pública relacionada ao bem-estar dos cavalos no esporte — leia matéria completa aqui.

Mudanças aprovadas no adestramento
Como disciplina, o adestramento está regressando aos níveis de atividade pré-Covid e, em 2022, foram 12 campeonatos e jogos, incluindo o Campeonato Mundial da FEI, realizado em Herning (Dinamarca), com representação de integrantes de todos os grupos regionais.

Também se destacou o uso mais amplo da tecnologia para apoiar os juízes, incluindo na parte de formação prática, com julgamento online para que permaneçam ativos quando impossibilitado de viajar. Outras inovações ao longo de 2022 incluíram o desenvolvimento de um novo sistema de ranking que agora inclui uma lista de ranking para atletas humanos e uma para cavalos.

O relatório apresentado pelo Comitê de Adestramento, presidido por Maribel Alonso, pode ser visto aqui.

Na primeira das duas votações separadas, as Federações Nacionais votaram a favor da inclusão de uma opção grande prêmio em CDIs 2* e CDIOs 2* em eventos e campeonatos de adestramento sênior, mas este GP não contará para MERs ou pontos para contabilidade no ranking mundial). A votação foi aprovada por 87 votos a favor, quatro contra e duas abstenções.

As Federações Nacionais votaram a favor da aplicação do sistema de níveis aos juízes de adestramento da FEI no entendimento de que a referência L4/5* será usada em documentos oficiais de trabalho, como programação de eventos, sistema de ensino, seminários e cursos. A votação foi aprovada por 71 votos a favor, 19 contra e duas abstenções.

Agora, os juízes são divididos em quatro categorias: nível 1 (L1), nível 2 (L2), nível 3 (L3) e nível 4 (L4). As qualificações e requisitos mínimos para juízes L1, L2, L3 e L4 devem ser publicado separadamente pela FEI e será regido pelo sistema “FEI Dressage Judges Education”.

A Assembléia Geral aprovou todas as modificações nas Regras de Adestramento da FEI. As propostas de mudanças, que já haviam sido divulgadas — veja o memo aqui — foram debatidas e todas as mudanças nas Regras de Adestramento poderão, em breve, ser vistas na página da FEI que reúne todos os regulamentos.

O documento provisório é este aqui. Nele consta, por exemplo, que os Campeonatos Mundiais da FEI só podem ser realizados se pelo menos seis Federações Nacionais estiverem representadas por equipes na primeira inspeção de cavalos. Já os Campeonatos Continentais da FEI só podem ser realizados se pelo menos três Federações Nacionais e/ou equipes regionais estejam representadas por equipes na primeira inspeção veterinária.

Eleições
Além de Ingmar De Vos ter sido reeleito para o terceiro e último mandato como presidente da FEI, foram nomeados presidentes e vice-presidentes de grupos regionais. Para o grupo regional EEF (European Equestrian Federation) houve a eleição de Theo Ploegmakers (Holanda) como presidente e de Quentin Simonet (França) como vice-presidente para o mandato de quatro anos (2022-2026).

Esteban Abedrabbo (Equador) foi eleito presidente do grupo regional VI, tendo Gabriel Vidal (Uruguai) como vice-presidente. Também para o mandato de quatro anos 2022-2026. O mandato de Luiz Roberto Giugni (Brasil), que começou em 2011 no grupo VI, termina em 2022.

Jenny Hall (Grã-Bretanha) foi reeleita como presidente do Comitê Veterinário da FEI para o mandato de quatro anos de 2022 a 2026 e Theola Barclay (ZAM) foi reeleita membro da Comissão de Auditoria e Conformidade para o mesmo período.

A próxima Assembleia Geral da FEI ocorrerá de 17 a 21 de novembro de 2023 na Cidade do México (MEX).

Todos os documentos podem ser encontrados na página especial sobre a Assembleia geral da FEI 2022.

Charlotte Fry é premiada no adestramento no FEI Awards 2022

Coroando um ano incrível, quando ganhou duas medalhas de ouro individuais nas provas de grande prêmio especial e freestyle, bem como a prata por equipe no Campeonato Mundial de Adestramento, na Dinamarca, o ECCO FEI World Championships em Herning (DEN), Charlotte Fry, foi a sensação de adestramento. Aos 26 anos, a atleta da Grã-Bretanha levou para casa o cobiçado prêmio Peden Bloodstock FEI de melhor atleta.

O desempenho vencedor no GP estilo livre rendeu a Fry em Herning uma pontuação de 90,654% e um lugar entre os poucos melhores atletas do mundo que quebraram a barreira dos 90% internacionalmente. Em 2018, Fry venceu o Campeonato Mundial de Cavalos Novos em sete anos (FEI Dressage World Championships for seven-year-old Young Horses) em Ermelo (NED), montando Glamourdale, o cavalo que a levou ao topo do pódio no GP do CDIO 5* da etapa de Compiègne, na França, da Copa das Nações da FEI em maio de 2022.

Charlotte Fry também foi membro da equipe britânica de adestramento nos Campeonatos Europeus da FEI em 2019 e em 2021, bem como nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde conquistou o bronze por equipe e terminou em 13º na competição individual. Em 2021, ela também conquistou o ouro no Campeonato Mundial de Cavalos Novos em Verden (GER) com Kjento.

Fotos: divulgação FEI