O nível dos competidores que disputaram o Campeonato Brasileiro de Adestramento Paraequestre melhorou. A percepção da diretora de adestramento paraequestre da Confederação Brasileira, Marcela Frias Pimentel Parsons, foi a mesma da juíza Claudia Mesquita que presidiu o júri. O campeonato, realizado de 15 a 18 de agosto no Centro Hípico do Gama, teve participação de 21 conjuntos representando três unidades federativas: Brasília, Estado de São Paulo e de Minas Gerais.
Para Marcela Parsons, os atletas também se mostraram mais empenhados e o nível técnico teve melhora. “O nível vem subindo sim, vejo mais interesse das pessoas e também é muito importante ter a categoria novatos para que os atletas se preparem melhor”, apontou a diretora ao Adestramento Brasil. “O nível melhorou bastante e surgiram novos conjuntos, o que foi muito bom. Fiquei muito feliz com todo o grupo que demonstrou estar evoluindo. Espero que possamos ter em breve mais competições e com isso apareçam cada vez mais conjuntos interessados”, completou Claudia Mesquita.
Segundo a juíza, a competitividade dos atletas de SP e MG tem evoluído bastante. “Foi uma grata surpresa ver conjuntos que, no ano passado, eram bem iniciantes e neste ano se apresentaram de forma competitiva”, disse.
A capital federal ainda domina no paraequestre, mas aos poucos outros Estados têm aumentado a participação. Ainda assim, os títulos de equipe campeã e vice-campeã permaneceram com a Federação Hípica de Brasília. Em primeiro lugar, com 403,454%, ficou o time formado por Marcos Fernandes Alves e Vdl Valdez (grau 2); Vera Lucia Mazzili e Zaco dos Pinhais (grau 1); Ezequiel Fragnan Junior e SL Bubble Gum (grau 3); e Flamarion Pereira da Silva e Jet Run M (grau 3).
Em segundo, somando 388,098% e também da FHBr, ficou o time com Luzete Pereira Fernandes e Roma (grau 4); Livia de Sousa Silva e (grau 2); Sergio Froes Ribeiro de Oliva e Coronado Jmen (grau 1) e Thiago Fonseca dos Santos e Cortez Jmen (grau 5). A Federação Paulista de Hipismo ficou em terceiro (358,182%) com time formado por Camila Fernanda Bueno e Lord da Campagna (grau 4); Luiz Paulo Galdino e Mexicana da Campagna (grau 3) e Rodolfo Luis Bertassoli Lucas e Zoonito da Boa Nova (grau 4). Um time misto com atletas de SP e de Minas Gerais ficou em quarto (349,914%).
No individual, os atletas vencedores mantiveram o primeiro lugar em todas as três provas da competição. No grau 5, venceu Thiago Fonseca dos Santos com Cortez Jmen, da FHBr; no grau 4, vitória para Rodolfo Luis Bertassoli Lucas e Zoonito da Boa Nova pela FPH; no grau 3, foi Flamarion Pereira da Silva e Jet Run M, pela FHBr; no grau 2, Marcos Fernandes Alves e VDL Valdez também pela FHBr e, no grau 1, Vera Lúcia Mazzili e Zaco dos Pinhais ocuparam o lugar mais alto do pódio durante todo o campeonato.
“Foi meu terceiro campeonato brasileiro e avalio que melhorei muito”, contou Rodolfo Luis Bertassoli Lucas, que sofreu um AVC e ficou em coma por oito dias, em 2011, quando morava nos Estados Unidos. Quando acordou não mexia braço e pernas, mas seu quadro foi evoluindo aos poucos, passando da cadeira de rodas, para bengala até caminhar sozinho. Para o brasileiro, ele contou com nova montaria e por dois meses treinou três vezes por semana para se preparar.
O diretor de paraequestre da FPH, Syllas Jadach, apontou que houve aprimoramento no treinamento de conjuntos, o que já trouxe resultado para a equipe de São Paulo, tendo inclusive um campeão brasileiro, o Rodolfo Luis Bertassoli Lucas montando Zoonito da Boa Nova. “Vemos no Brasileiro o caminho a seguir e também serve como motivação para os atletas. Ninguém de São Paulo alcançou os índices para ir para o CPEDI, mas vimos que as notas não estão tão distantes, então, é um sonho a seguir”, disse.
Questionada sobre quais dicas poderia dar aos atletas, a juíza Claudia Mesquita assinalou que os concorrentes têm de se preocupar em manter o ritmo durante a prova, trabalhar mais as transições para marcá-las e defini-las mais e desenhar bem as figuras. “Na prova com música, é fundamental que o desenho das figuras seja muito bem feito para que o júri possa reconhecer o movimento e que a música seja sincronizada com as andaduras, pois, caso contrário, o conjunto vai ficar correndo atrás da música é isso irá prejudicar tecnicamente o conjunto. A música deve marcar as andaduras passo trote e o galope”, apontou.
Vaga para seletiva na Europa
Marcos Fernandes Alves, no grau 2, e Vera Mazzilli, no grau 1, foram os atletas que conquistaram as duas vagas para participar do CPEDI na Europa, com local e data a serem definidos. Em julho, na busca por classificação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, o time brasileiro de adestramento paraequestre teve vitórias no Hartpury Festival of Dressage, na Inglaterra. Os atletas estão tentando colocação para garantir a participação da equipe nos Jogos.
“Estamos ainda buscando a qualificação para os Jogos de Tóquio; tivemos um bom resultado em Hartpury na Inglaterra, mas ainda temos que correr atrás! Estamos com grandes chances de qualificação individual no momento com os cavaleiros Sérgio Oliva no grau e Rodolpho Riskalla no grau 4”, disse a diretora.
Sergio Fróes Ribeiro de Oliva competiu com Vera Lúcia Mazzili no grau 1 e ficou em 2º lugar nas três provas da competição. Ele montou Coronado Jmen e disse que ficou contente com os porcentuais alcançados.
No ano passado, o Campeonato Brasileiro Paraequestre teve 20 conjuntos, com atletas representando Brasília, São Paulo e Minas Gerais. O campeonato foi válido como qualificatória para duas competições internacionais, sendo uma delas os Jogos Equestre Mundiais.
15 a 18 de agosto
Campeonato Brasileiro de Adestramento Paraequestre — Centro Hípico do Gama (Brasília) => Programa | Resultados 16/08 – 17/08 – 18/08
Fotos: cedidas / divulgação
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