Em um ano atípico, com restrições a competições devido à pandemia da Covid-19, o Campeonato Paulista de Adestramento, realizado junto com a quarta etapa do Ranking SHP, registrou 114 conjuntos inscritos e chamou a atenção pela disputa nas séries cavalos novos quatro anos, elementar, preliminar e média 2. Na forte 2, que contou com seis profissionais e quatro amadores top, destaque para novos conjuntos em pista.
As provas foram julgadas por Claudia Moreira de Mesquita, Natacha Waddell, Lindinha Macedo, Syllas Jadach Oliveira Lima, Márcio Navarro de Camargo e Sergio de Fiori. Presidente do júri, Mesquita disse que teve a preocupação de alocar nas duas pistas séries similares para que não ficasse nem uma pista muito fraca e nem outra muito forte. Na pista 1, competiram cavalos novos quatro anos, preliminar, média 1, forte 2 e especial. Na pista 2, ficaram os conjuntos de cavalos novos cinco, seis e sete anos, estreante, pônei, iniciante, elementar, média 2 e forte 1.
“Depois de uma pandemia, e estamos nela ainda, foi um concurso que teve número significativo de participações. Seguimos todas as normas de segurança; a entrada dos concorrentes estava muito rigorosa em relação a horário. Tudo funcionou muito bem, com as duas pistas simultâneas”, disse Claudia Mesquita.
De fato, a organização da prova correu bem, no entanto, a premiação foi bastante confusa e, até o momento da publicação desta matéria, os resultados apenas do Campeonato Paulista de Adestramento não haviam sido divulgados pela Federação Paulista de Hipismo — saíram apenas os resultados totais, válidos para a quarta etapa do Ranking de Adestramento da SHP (confira aqui).
Questionada por Adestramento Brasil, a FPH disse, em 22/10, que ainda estava analisando os registros dos conjuntos para poder divulgar resultados. No dia da prova, subiram ao pódio os vencedores — 1º ao 3º lugares — do Campeonato Paulista de Adestramento, mesmo sem a FPH ter validado todos os registros. Caso haja incongruência (por exemplo, conjunto classificado não estar federado), segundo apurou este noticiário, o título será revogado.
Aqueles que competiram apenas para o ranking não receberam premiação no sábado 17/10. A explicação é que, para não ficar confusa e demorada, optou-se por uma cerimonia apenas para o CPA.
Juízas avaliam séries
Entre as séries mais altas, a forte 2 reuniu novos conjuntos. “O nível técnico foi muito bom. Pessoas que nunca entraram apareceram e acho que já estão visando, quem sabe, aos Jogos Pan-Americanos de Santiago”, disse Claudia Mesquita. A sênior foi vencida por Vinicius Miranda e General Santana com 67,990%, ficando Diego Fernando e Importante da Boa Nova em vice com 67,647%. Na amador top, Sophia Baptista de Oliveira ganhou com Rozzano (65,637%) e Paula Maria Pinto de Souza Nogueira foi vice com Goya Crystal (65,588%).
“Em especial, que uma prova mais difícil, mais complicada, tivemos cavaleiros veteranos como a Mika [Micheline Ivette Schulze] e apareceram novos concorrente, como a Gabrielle Fischer e o Victor Trielli Avila, que estão iniciando o trabalho de grande prêmio e tenho certeza de que terão tempo para se exercitar e na próxima vez vão se apresentar melhor”, ressaltou. Schulze venceu montando Brentina Comando SN com 63,587% e Fischer classificou-se em segundo com Unicórnio do Retiro (61,304%).
Nas séries mais baixas, Natacha Waddell se mostrou impressionada com as provas dos iniciantes. “Achei que os desenhos foram muito bons para maioria deles”, destacou Waddell. Já na elementar, o nível oscilou. Com dez concorrentes (um forfait), a categoria amadora teve apenas o campeão — Sergio Herz com Seoul W, pela SHP— pontuando acima dos 60%.
O conjunto vencedor somou 66,437% e ficou bem à frente do segundo colocado, Joao Gabriel Da Silva, da PMESP, que fez 59,310% com IZ Lacio. Entre os profissionais, os porcentuais foram maiores, com vitória para Edneu Jose Senhorini, da Coudelaria Rocas do Vouga, que fez 69,770% com Livherpool do Vouga.
Em preliminar, Claudia Mesquita destacou o número elevado de participantes com alto nível técnico. A série teve dez conjuntos inscritos em amador; cinco na profissional; uma competidora em mirim e uma em escola. “Teve um grupo muito grande e de diversos clubes, o que é muito bom. O nível técnico da preliminar está muito alto, amador e profissional”, disse.
Mesquita também avaliou que a média 1 teve nível técnico bom. Já na média 2, Natacha Waddell apontou para a necessidade de alguns competidores repensarem se estão na categoria devida. “Tiveram algumas boas apresentações, mas alguns conjuntos poderiam rever se deveriam ter entrado nesta categoria”, assinalou, dando como exemplo erros na execução de travers, renvers, espádua para dentro e apoio. Em forte 1, Waddell disse que houve um balanço entre apresentações boas e outras que precisam melhorar.
Com sete conjuntos na disputa, a série cavalo novos 4 anos foi vencida por Murilo Augusto e Novidade V.O (leia matéria) e teve Victor Trielli Avila e Mandarim do Castanheiro CAP em vice. “Em cavalos novos, apareceram novos animais que não tinham competido antes e isto é muito bom”, afirmou Mesquita.
De modo geral, a juíza internacional FEI 4* Natacha Waddell, que julgou na pista 2, voltou a frisar a importância de se fazer os cantos — em recente entrevista em vídeo, a juíza havia dito que os cantos podem ser seus melhores amigos ou piores inimigos. “Todos os cavalos que cortaram os cantos, que não trabalharam os cantos, tiveram os movimentos seguintes prejudicados. Os que entram, fizeram nos cantos não tiveram este problema. Entre os que ficaram bem na frente, não teve nenhum cortando os cantos. E, nos iniciantes, eu vi meninas montando os cantos como em outras provas, como média 2 e elementar, não montaram”, ressaltou Waddell.
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